Modelo de Petição inicial de ação de obrigação de fazer contra plano de saúde para fornecimento urgente do medicamento Tepotinibe em tratamento de neoplasia pulmonar, com pedido de tutela de urgência fundamentado em direit...

Publicado em: 23/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial proposta por paciente com neoplasia maligna de pulmão contra plano de saúde que negou cobertura do medicamento Tepotinibe, indicado pelo médico após agravamento do quadro clínico e ineficácia do tratamento anterior. A ação requer tutela de urgência para fornecimento imediato do fármaco, com base no direito à saúde e vida garantidos pela Constituição, no Código de Defesa do Consumidor e na jurisprudência do STJ, demonstrando a imprescindibilidade do tratamento para evitar dano irreparável à autora.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [Cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. de S. L., brasileira, solteira, aposentada, portadora do CPF nº 123.456.789-00, RG nº 12.345.678-9, endereço eletrônico: [email protected], residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 12345-678, [Cidade/UF], por intermédio de seu advogado (instrumento de mandato anexo), vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de PLANO DE SAÚDE VIDA MELHOR S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 12.345.678/0001-99, endereço eletrônico: [email protected], com sede na Avenida Principal, nº 500, Bairro Saúde, CEP 98765-432, [Cidade/UF], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A autora, M. F. de S. L., é portadora de neoplasia maligna de pulmão, diagnosticada em janeiro de 2023. Inicialmente, foi prescrito pelo médico assistente o medicamento Tabrecta, tendo a autora ingressado com ação judicial em face da ré para obtenção do referido fármaco, diante da negativa administrativa do plano de saúde. Naquela oportunidade, foi deferida liminar para o fornecimento do medicamento, sendo posteriormente celebrado acordo entre as partes, homologado por sentença, com extinção e arquivamento do processo.

Contudo, após cinco meses de tratamento, a autora apresentou graves efeitos colaterais, o que ensejou a suspensão do uso do Tabrecta, prosseguindo com quimioterapia intravenosa convencional. Passado um ano, o quadro clínico agravou-se, com surgimento de nova lesão no quadril, conforme laudo médico anexo, demonstrando a ineficácia da quimioterapia vigente.

Diante da progressão da doença, o médico oncologista responsável emitiu relatório prescrevendo o medicamento Tepotinibe, registrado na ANVISA, como alternativa terapêutica imprescindível para o controle da neoplasia. A autora solicitou administrativamente o fornecimento do Tepotinibe à ré, que negou a cobertura sob a alegação de que o medicamento não consta no rol da ANS.

Ressalte-se que a autora encontra-se em estado grave, necessitando do início imediato do novo tratamento para evitar a progressão da doença e preservar sua vida e dignidade.

Por tais razões, busca-se a tutela jurisdicional para compelir a ré ao fornecimento do medicamento prescrito, sob pena de grave e irreparável dano à saúde da autora.

Nota sobre prevenção: Trata-se de nova ação, pois o objeto litigioso é diverso do processo anterior, que versava sobre medicamento e situação clínica distintos, não havendo identidade de causa de pedir ou pedido, tampouco prevenção do juízo.

Resumo: A narrativa evidencia a urgência e a imprescindibilidade do novo medicamento, bem como a injustificada negativa do plano de saúde, o que fundamenta o pedido de tutela de urgência e obrigação de fazer.

4. DO DIREITO

4.1. DO DIREITO À SAÚDE E À VIDA

O direito à saúde é garantido pela CF/88, art. 6º e CF/88, art. 196, sendo dever do Estado e da sociedade, inclusive das entidades privadas, assegurar o acesso a tratamentos médicos adequados e eficazes. O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) impõe a proteção integral da vida e da saúde do indivíduo.

4.2. DA RELAÇÃO CONTRATUAL E DO CDC

A relação entre a autora e a ré é regida pelo Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), sendo a ré fornecedora de serviços essenciais à saúde (CDC, art. 6º, I). A negativa de cobertura de tratamento prescrito por profissional habilitado caracteriza prática abusiva (CDC, art. 51, IV), pois restringe direito fundamental do consumidor à saúde e à vida.

4.3. DA OBRIGAÇÃO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO PRESCRITO

O Superior Tribunal de Justiça consolidou o entendimento de que o plano de saúde não pode interferir na escolha do tratamento prescrito pelo médico assistente, sendo abusiva a negativa de cobertura de medicamento registrado na ANVISA, ainda que não constante do rol da ANS, desde que não haja alternativa terapêutica eficaz e que o tratamento seja fundamentado em evidências científicas (AgInt no AREsp. 2.614.397/SP/STJ).

A Lei 14.454/2022, que alterou a Lei dos Planos de Saúde, prevê expressamente a obrigatoriedade de cobertura de procedimentos e medicamentos fora do rol da ANS, desde que haja comprovação de eficácia, recomendação de órgãos técnicos nacionais ou internacionais, e indicação médica fundamentada.

4.4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

O CPC/2015, art. 300 autoriza a conces"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. Relatório

Trata-se de ação de obrigação de fazer com pedido de tutela de urgência ajuizada por M. F. de S. L. em face de PLANO DE SAÚDE VIDA MELHOR S.A., visando compelir a ré ao fornecimento do medicamento Tepotinibe, prescrito para tratamento de neoplasia maligna de pulmão, diante de negativa administrativa sob o argumento de ausência do medicamento no rol da ANS.

A autora relata que, após tratamento anterior com outro medicamento (Tabrecta), houve agravamento do quadro clínico, sendo o Tepotinibe, devidamente registrado na ANVISA, prescrito como alternativa imprescindível pelo médico assistente diante da ineficácia dos tratamentos anteriores.

O pedido inicial fundamenta-se nos direitos constitucionais à saúde e à vida, na legislação consumerista e na jurisprudência consolidada do Superior Tribunal de Justiça, pleiteando, além da tutela de urgência, a procedência do pedido para condenar a ré ao fornecimento do medicamento, enquanto perdurar a indicação médica.

II. Fundamentação

1. Conhecimento do Pedido

Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, passo ao exame do mérito.

2. Dos Fatos e do Direito

Restou comprovado nos autos, por meio de laudos médicos e relatórios acostados, que a autora é portadora de doença grave (neoplasia maligna de pulmão) e que o medicamento Tepotinibe foi prescrito como alternativa terapêutica diante da ineficácia dos tratamentos anteriores, sendo tal medicamento devidamente registrado na ANVISA.

A negativa de cobertura pela ré se fundamenta exclusivamente no fato de o medicamento não constar do rol de procedimentos da ANS. Contudo, tal fundamento não se sustenta diante da evolução legislativa e jurisprudencial.

3. Da Obrigação do Plano de Saúde

O direito à saúde é garantido pela CF/88, art. 6º e CF/88, art. 196, sendo dever do Estado e da sociedade, inclusive das entidades privadas, assegurar o acesso a tratamentos adequados. O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) impõe proteção integral à vida e à saúde.

Nos termos do Código de Defesa do Consumidor ( Lei 8.078/1990), a relação entre a autora e o plano de saúde é nitidamente de consumo, sendo vedado impor limitações abusivas ao direito à saúde (CDC, art. 51, IV).

A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que a recusa de cobertura de medicamento registrado na ANVISA, ainda que fora do rol da ANS, é abusiva, desde que inexistam alternativas eficazes e haja prescrição fundamentada (AgInt no AREsp. Acórdão/STJ; AgInt no REsp. Acórdão/STJ).

Além disso, a Lei 14.454/2022 expressamente prevê a obrigatoriedade de cobertura de tratamentos e medicamentos fora do rol, desde que comprovada sua eficácia, recomendação de órgão técnico e prescrição fundamentada.

4. Da Tutela de Urgência

O CPC/2015, art. 300 autoriza a concessão de tutela de urgência quando há probabilidade do direito e perigo de dano. O quadro clínico da autora, aliado à urgência do início do tratamento e à documentação apresentada, evidencia o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.

A jurisprudência é reiterada no sentido de que, em casos como o presente, o requisito da urgência está amplamente demonstrado (TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP).

5. Da Não Prevenção do Juízo

Não há prevenção do juízo, pois a presente demanda versa sobre medicamento diverso e evolução clínica superveniente, não havendo identidade de causa de pedir ou pedido (CPC/2015, art. 59).

6. Da Fundamentação Constitucional - CF/88, art. 93, IX

A decisão judicial deve ser fundamentada, nos termos da CF/88, art. 93, IX, que exige a devida motivação das decisões judiciais, permitindo o controle e a transparência dos atos do Poder Judiciário. Assim, a presente decisão encontra-se devidamente fundamentada nos fatos, legislação aplicável e entendimento consolidado dos tribunais superiores.

III. Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE O PEDIDO para:

  • CONFIRMAR a tutela de urgência anteriormente concedida, determinando que a ré forneça, de imediato, à autora o medicamento Tepotinibe, conforme prescrição médica, enquanto perdurar a indicação, sob pena de multa diária a ser arbitrada em caso de descumprimento;
  • CONDENAR a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Sentença fundamentada nos termos da CF/88, art. 93, IX.

IV. Recurso

Após o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, observando-se as formalidades legais.

Caso interposto recurso, recebo-o no efeito devolutivo, nos termos do CPC/2015, art. 1.012, § 1º, facultando à parte contrária apresentar contrarrazões.

V. Disposições Finais

Ciência ao Ministério Público.

[Cidade], [data].
Juiz de Direito


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