Modelo de Recurso de Apelação: Contestação de Sentença que Desconsiderou os Efeitos da Revelia em Ação Contra Banco BMG S/A

Publicado em: 28/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Recurso de apelação interposto por G. G. dos S. contra decisão da 85ª Vara de Angico/SE, que julgou improcedentes os pedidos da ação de conhecimento movida contra o Banco BMG S/A. O recurso argumenta violação aos efeitos da revelia, ao princípio do contraditório e da segurança jurídica, e discute a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em relação à contratação de cartão de crédito consignado sem devido esclarecimento. São citados fundamentos do CPC/2015 e jurisprudências relevantes. Requer-se a reforma da sentença para reconhecer os efeitos da revelia, condenar o Apelado por danos materiais e morais, e determinar o pagamento de custas processuais e honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 85ª VARA DE ANGICO – ESTADO DE SERGIPE

Processo nº 202474000539 - Número Único: 0022582-81.2024.8.25.0001

RECURSO DE APELAÇÃO

APELANTE: G. G. dos S.

APELADO: Banco BMG S/A

G. G. dos S., já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO contra a sentença que julgou improcedentes os pedidos formulados na ação de conhecimento, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

PREÂMBULO

O presente recurso é interposto em face da sentença que desconsiderou os efeitos da revelia anteriormente decretada em desfavor do Banco BMG S/A, contrariando os princípios da boa-fé processual e da segurança jurídica. A decisão recorrida, ao permitir que a parte ré apresentasse provas após a decretação da revelia, violou o disposto no CPC/2015, art. 344, que determina que, na ausência de contestação, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

DOS FATOS

O Apelante ajuizou a presente ação contra o Banco BMG S/A, alegando que foi induzido a contratar um cartão de crédito consignado, com descontos realizados diretamente em seu benefício previdenciário, sem a devida informação e esclarecimento. Em razão da ausência de contestação no prazo legal, foi decretada a revelia da parte ré em 21/11/2024.

Contudo, a sentença recorrida desconsiderou os efeitos da revelia, admitindo as provas apresentadas pela parte ré após a decretação da revelia, o que resultou na improcedência dos pedidos do autor. Tal decisão afronta os princípios processuais e a legislação aplicável, motivo pelo qual se impõe a sua reforma.

DO DIREITO

1. DOS EFEITOS DA REVELIA

Nos termos do CPC/2015, art. 344, a revelia implica na presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, salvo se:

  • Houver pluralidade de réus e algum deles contestar a ação;
  • Os fatos alegados forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos;
  • A demanda versar sobre direitos indisponíveis.

No caso em tela, a revelia foi corretamente decretada, uma vez que o Banco BMG S/A não apresentou contestação no prazo legal. Assim, os fatos narrados na inicial deveriam ter sido presumidos como verdadeiros, nos termos da legislação processual.

2. DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA SEGURANÇA JURÍDICA...


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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº 202474000539 - Número Único: 0022582-81.2024.8.25.0001

Voto do Magistrado

Relator: Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito

Apelante: G. G. dos S.

Apelado: Banco BMG S/A

Relatório

Trata-se de recurso de apelação interposto por Genaldo Gomes dos Santos contra sentença que julgou improcedentes os pedidos da inicial, desconsiderando os efeitos da revelia anteriormente decretada em desfavor do Banco BMG S/A.

O autor alega que foi induzido a contratar um cartão de crédito consignado com descontos realizados diretamente em seu benefício previdenciário sem a devida informação e esclarecimento. Sustenta que, diante da ausência de contestação no prazo legal, a revelia foi corretamente decretada, razão pela qual os fatos alegados na inicial deveriam ter sido presumidos verdadeiros.

A sentença, no entanto, desconsiderou os efeitos da revelia e admitiu a produção de provas pela parte ré, resultando na improcedência do pedido autoral. O presente recurso busca a reforma da decisão.

Fundamentação

1. Da Revelia e seus Efeitos

Conforme dispõe o CPC/2015, art. 344, a revelia implica na presunção de veracidade dos fatos alegados pela parte autora, salvo se:

  • Houver pluralidade de réus e algum deles contestar a ação;
  • Os fatos forem inverossímeis ou contrários à prova constante nos autos;
  • A demanda versar sobre direitos indisponíveis.

É fato incontroverso que o Banco BMG S/A não apresentou contestação no prazo legal, razão pela qual os fatos narrados na petição inicial devem ser presumidos verdadeiros. A decisão recorrida, ao desconsiderar os efeitos da revelia, violou a legislação processual aplicável.

2. Da Violação ao Princípio do Contraditório e à Segurança Jurídica

O princípio do contraditório, previsto na CF/88, art. 5º, LV, foi violado ao admitir a produção de provas pela parte ré após a decretação da revelia. Além disso, a decisão afronta o princípio da segurança jurídica, gerando instabilidade e incertezas quanto à aplicação das normas processuais.

3. Da Relação de Consumo e a Aplicabilidade do CDC

É incontroverso que a relação entre as partes configura relação de consumo, sendo aplicáveis as disposições do Código de Defesa do Consumidor. Nos termos do CDC, art. 6º, VIII, o consumidor possui direito à inversão do ônus da prova em seu favor, demonstrada sua vulnerabilidade e a ausência de informações claras por parte do fornecedor. No caso em tela, o Banco BMG S/A não comprovou, oportunamente, a regularidade da contratação.

Jurisprudência

Corroborando este posicionamento, destaco os seguintes precedentes:

1. TJ/SP, Apelação Cível 1003484-94.2018.8.26.0577

Resumo: A ausência de comprovação da contratação pelo banco implica nulidade do contrato e condenação por danos morais.

2. STJ, REsp. Acórdão/STJ

Resumo: Inversão do ônus da prova em favor do consumidor é aplicável quando demonstrada sua vulnerabilidade e a ausência de informações claras.

Conclusão

À luz do exposto, voto no sentido de:

  1. Conhecer e dar provimento ao recurso de apelação interposto por Genaldo Gomes dos Santos;
  2. Reformar a sentença recorrida para reconhecer os efeitos da revelia decretada em desfavor do Banco BMG S/A, presumindo-se verdadeiros os fatos narrados na inicial;
  3. Condenar o Apelado ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, conforme pleiteado na exordial;
  4. Condenar o Apelado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

É como voto.

Termos Finais

Angico/SE, 28 de março de 2025.

______________________________

Excelentíssimo Juiz Relator


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