Modelo de Recurso Especial Penal no STJ: Ausência de Prequestionamento Implícito em Condenação por Roubo Qualificado

Publicado em: 18/01/2024 Direito Penal
Recurso Especial interposto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo Recorrente A. J. dos S., com fundamento no art. 105, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal. O documento questiona a ausência de prequestionamento implícito da matéria referente à exasperação da pena-base pela valoração negativa da conduta social, em decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que manteve a condenação por roubo qualificado (art. 157, §2º, do Código Penal). O recurso busca o reconhecimento do vício processual, com a remessa dos autos ao Tribunal de origem para manifestação específica sobre a tese jurídica apresentada pela defesa, em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Inclui fundamentos jurídicos, jurisprudências do STJ e pedidos de provimento.

RECURSO ESPECIAL PENAL

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça,

Recorrente: A. J. dos S.
Recorrido: Ministério Público do Estado de São Paulo
Processo de origem: XXXXXXX
Endereço eletrônico: [email protected]

O Recorrente, já qualificado nos autos, por meio de seu advogado regularmente constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ESPECIAL, com fundamento no art. 105, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, em face do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que negou provimento à apelação interposta.

Requer seja o presente recurso admitido e remetido ao Superior Tribunal de Justiça para apreciação, conforme as razões a seguir expostas.

DOS FATOS

O Recorrente foi condenado pela prática do crime previsto no CP, art. 157, §2º, tendo a pena-base sido exasperada em razão da valoração negativa de circunstâncias judiciais. Durante a fase recursal, a defesa questionou a valoração da conduta social como circunstância judicial negativa, mas não houve manifestação expressa do Tribunal de origem sobre o critério de exasperação da pena-base.

Ocorre que, ao julgar o recurso de apelação, o Tribunal de Justiça validou a dosimetria da pena realizada pelo juízo de primeiro grau, sem, contudo, enfrentar de forma clara e específica a tese suscitada pela defesa quanto ao critério utilizado para a exasperação da pena-base.

Diante disso, o presente recurso especial busca discutir a ausência de prequestionamento implícito da matéria, o que configura violação ao direito do Recorrente de ter a questão devidamente enfrentada pelo Tribunal de origem.

DO DIREITO

O prequestionamento é requisito indispensável para o conhecimento do recurso especial, conforme entendimento consolidado no STJ e no STF. Nos termos da Súmula 282/STF, "é inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada". Da mesma forma, a Súmula 356/STF dispõe que "o ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento".

O prequestionamento pode ser explícito ou implícito. O explícito ocorre quando o Tribunal de origem menciona expressamente o dispositivo legal tido por violado. Já o implícito ocorre quando, mesmo sem a menção expressa ao dispositivo, há manifestação clara e inequívoca sobre a tese jurídica suscitada.

No caso em tela, não houve manifestação do Tribunal de origem sobre o critério de exasperação da pena-base, seja de forma explícita ou implícita. A ausência de debate efetivo so"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Excelentíssimo Senhor Ministro Presidente do Superior Tribunal de Justiça

Processo nº: XXXXXXX

Recorrente: A. J. dos S.

Recorrido: Ministério Público do Estado de São Paulo

Voto do Magistrado

Em análise aos autos do presente recurso especial interposto por A. J. dos S., verifico que a questão central reside na alegada ausência de prequestionamento, explícito ou implícito, sobre a tese jurídica levantada pela defesa quanto à valoração negativa da conduta social no cálculo da pena-base.

Dos Fatos

O Recorrente foi condenado pela prática do crime previsto no art. 157, §2º, do Código Penal, com a pena-base majorada em razão da valoração negativa de circunstâncias judiciais. Durante a fase recursal, a defesa questionou expressamente tal valoração, mas o Tribunal de origem não enfrentou de forma clara a tese suscitada.

Ao analisar o recurso de apelação, o Tribunal de Justiça validou a dosimetria realizada pelo juízo de primeiro grau, sem, contudo, trazer manifestação expressa ou implícita sobre a tese apresentada. Tal omissão, conforme alegado, impede o conhecimento do recurso especial.

Do Direito

Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, todas as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade. Além disso, o princípio do contraditório, previsto no art. 5º, LV, assegura às partes o direito de verem suas teses analisadas pelo órgão julgador.

O prequestionamento, requisito indispensável para o conhecimento dos recursos especial e extraordinário, conforme as Súmulas 282 e 356 do STF, exige que a matéria federal suscitada tenha sido objeto de debate pelo Tribunal de origem. Ainda que o prequestionamento possa ser implícito, ele deve ser decorrente de análise clara e inequívoca sobre a tese jurídica levantada.

No caso em análise, verifico que a decisão do Tribunal de Justiça não abordou a questão jurídica suscitada pela defesa, seja de forma explícita ou implícita, o que configura violação ao requisito do prequestionamento e, por conseguinte, ao disposto no art. 93, IX, da Constituição Federal.

Jurisprudências

Em consonância com o entendimento consolidado no Superior Tribunal de Justiça:

  • STJ (5ª T.) - AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2.244.362 - DF: "Cumpre esclarecer que o prequestionamento implícito reclama o efetivo debate da matéria, ainda que não haja menção aos dispositivos violados, o que não ocorreu no caso dos autos. [...] Agravo regimental desprovido."
  • STJ (1ª T.) - AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2.080.761 - SP: "Há prequestionamento implícito quando a Corte de origem, mesmo sem a menção expressa do dispositivo de Lei tido por violado, manifesta-se, no acórdão impugnado, acerca da tese jurídica apontada pelo recorrente. No caso, não houve manifestação expressa sobre a tese jurídica, o que afasta o prequestionamento."

Conclusão e Dispositivo

Ante o exposto, julgo procedente o recurso especial interposto por A. J. dos S., reconhecendo a ausência de prequestionamento implícito da matéria e, consequentemente, a nulidade da decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo por violação ao art. 93, IX, da Constituição Federal.

Determino o retorno dos autos ao Tribunal de origem para que se manifeste expressamente sobre a tese jurídica suscitada pela defesa, assegurando o contraditório e a ampla defesa.

É como voto.

___________________________
Magistrado

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