Modelo de Réplica à Contestação em Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais

Publicado em: 11/10/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição de réplica à contestação apresentada pela Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN), em ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedido de repetição de indébito em dobro e indenização por danos morais. O documento refuta preliminares de ausência de interesse de agir e de concessão de justiça gratuita à Ré, defende a aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor (CDC) à relação jurídica entre as partes e pleiteia a devolução de valores descontados indevidamente, além de reparação por danos morais. Fundamentada no CPC/2015, no CDC e em jurisprudências, a peça requer a rejeição total da contestação e a procedência integral dos pedidos iniciais.

AO JUÍZO DE DIREITO DA 13ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ARACAJU – SE

Processo nº: 0040354-57.2024.8.25.0001

Autor: J. F. A. V.

Ré: ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN

J. F. A. V., já qualificado nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais que move em face da ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN, por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar a presente:

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

com fundamento no CPC/2015, art. 350, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

1. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DO PROCESSO

Autor: J. F. A. V., aposentado, CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, e-mail: [email protected]

Ré: ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN, CNPJ nº XX.XXX.XXX/0001-XX, e-mail: [email protected]

2. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO APRESENTADA

A Ré apresentou contestação alegando, em síntese: (i) ausência de interesse de agir do Autor por não ter esgotado as vias administrativas; (ii) pedido de concessão da justiça gratuita com base no art. 51 do Estatuto do Idoso; (iii) inexistência de relação de consumo entre as partes, afastando a aplicação do CDC; (iv) impossibilidade de repetição do indébito em dobro por ausência de má-fé; e (v) inexistência de danos morais, sob o argumento de que os descontos indevidos não ultrapassam o mero aborrecimento.

3. PRELIMINARES

3.1. IMPUGNAÇÃO À ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR

A preliminar de ausência de interesse de agir não merece prosperar. O interesse processual decorre da necessidade de se buscar a tutela jurisdicional para cessar lesão ou ameaça a direito, nos termos do CPC/2015, art. 17. O Autor sofreu descontos indevidos em seu benefício previdenciário, sem qualquer relação jurídica com a Ré, o que por si só configura pretensão resistida. A jurisprudência é pacífica no sentido de que, em se tratando de descontos indevidos, não é exigível o prévio esgotamento da via administrativa.

3.2. IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA

A Ré não demonstrou documentalmente sua hipossuficiência financeira. A mera alegação de ser entidade sem fins lucrativos não é suficiente para a concessão do benefício, conforme exige o CPC/2015, art. 99, §2º. Ademais, a jurisprudência já decidiu que associações que realizam descontos em folha de pagamento e movimentam recursos financeiros devem comprovar efetivamente a impossibilidade de arcar com as custas do processo.

4. DO MÉRITO

4.1. DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO E APLICABILIDADE DO CDC

O Autor é consumidor por equiparação, nos termos do CDC, art. 2º, parágrafo único, e a Ré é fornecedora de serviços, conforme CDC, art. 3º. A jurisprudência reconhece que associações que realizam descontos em folha e oferecem serviços mediante contraprestação estão sujeitas às normas do CDC. A relação jurídica é de consumo, ainda que o Autor não tenha anuído com a contratação, pois houve prestação de serviço e cobrança indevida.

4.2. DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO EM DOBRO

O CDC, "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Processo

Número: 0040354-57.2024.8.25.0001

Autor: J. F. A. V.

Ré: ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN

Voto

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Repetição de Indébito e Indenização por Danos Morais proposta por J. F. A. V. em face da ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS NACIONAL – AAPEN, em razão de descontos indevidos em seus proventos de aposentadoria.

1. Preliminares

Inicialmente, afasto a preliminar de ausência de interesse de agir suscitada pela Ré. Conforme o art. 17 do CPC/2015, o interesse processual decorre da necessidade de tutela jurisdicional para cessar lesão ou ameaça a direito. O Autor demonstrou de forma satisfatória os descontos indevidos sem relação contratual válida com a Ré, o que configura pretensão resistida. A jurisprudência consolidada dispensa o esgotamento da via administrativa em casos dessa natureza.

Rejeito, também, o pedido de concessão de justiça gratuita à Ré. A simples alegação de ausência de fins lucrativos não basta para caracterizar hipossuficiência econômica, sendo imprescindível a demonstração de insuficiência de recursos, nos termos do art. 99, § 2º do CPC/2015. Não há nos autos comprovação documental que justifique o deferimento do benefício.

2. Mérito

2.1 Relação de Consumo

Verifica-se a existência de relação de consumo entre as partes, nos termos do art. 2º, parágrafo único e art. 3º do CDC. A Ré, ao oferecer serviços mediante descontos em folha de pagamento, enquadra-se como fornecedora, sendo o Autor consumidor por equiparação. Ainda que não tenha havido contratação formal, houve cobrança indevida, o que atrai a incidência das normas protetivas do consumidor.

2.2 Repetição do Indébito em Dobro

Nos termos do art. 42, parágrafo único do CDC, o consumidor cobrado indevidamente faz jus à restituição em dobro, salvo engano justificável, o que não restou comprovado pela Ré. Não há nos autos qualquer contrato firmado com o Autor que legitime os descontos realizados. Assim, é devida a restituição em dobro dos valores descontados.

2.3 Danos Morais

Os descontos indevidos em benefício previdenciário, de natureza alimentar, configuram violação à dignidade da pessoa humana, prevista no art. 1º, III da Constituição Federal. A jurisprudência é pacífica no sentido de que tal prática enseja a reparação por danos morais, independentemente da demonstração de prejuízo concreto, uma vez que o abalo decorre do próprio ato ilícito.

3. Jurisprudência Aplicável

  • “A relação jurídica avençada pelas partes é de consumo, aplicando-se o CDC.” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)
  • “A devolução em dobro dos valores descontados é devida, não havendo prova de engano justificável.” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)
  • “Natureza alimentar da verba atingida que enseja reparação moral.” (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP)

4. Dispositivos Legais Aplicáveis

  • CF/88, art. 1º, III: dignidade da pessoa humana como fundamento da República.
  • CF/88, art. 93, IX: motivação das decisões judiciais.
  • CPC/2015, art. 373, I: ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito.
  • CDC, art. 6º, III e VI: direito à informação e à reparação dos danos.
  • CDC, art. 42, parágrafo único: direito à repetição do indébito em dobro.
  • CC/2002, art. 186: ato ilícito e obrigação de indenizar.

5. Conclusão

Diante de todo o exposto, com fundamento no art. 93, IX da Constituição Federal, que exige motivação das decisões judiciais, voto por:

  • Conhecer da ação e julgar totalmente procedente o pedido inicial;
  • Rejeitar as preliminares suscitadas na contestação;
  • Condenar a Ré à restituição em dobro dos valores descontados indevidamente do benefício previdenciário do Autor, nos termos do art. 42, parágrafo único do CDC;
  • Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
  • Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 85 do CPC/2015.

É como voto.

Aracaju/SE, ___ de ____________ de 2024.

__________________________________
Juiz de Direito


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