Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Indenização contra Uber por Bloqueio Indevido de Conta
Publicado em: 02/01/2025 CivelProcesso CivilConsumidorEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____________
Processo nº: ____________
Autor: ____________
Réu: Uber do Brasil Tecnologia Ltda.
RÉPLICA À CONTESTAÇÃO
____________, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por meio de seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar RÉPLICA À CONTESTAÇÃO apresentada pela Ré, Uber do Brasil Tecnologia Ltda., pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
PRELIMINARES
AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR PELA PERDA DO OBJETO
A Ré argumenta que houve perda do objeto, pois a conta do Autor foi reativada. Contudo, tal alegação não merece prosperar, pois a reativação da conta não afasta os prejuízos sofridos pelo Autor durante o período de suspensão. O interesse de agir permanece, uma vez que a presente demanda busca a reparação de danos decorrentes do bloqueio indevido.
DO MÉRITO
DA INEXISTÊNCIA DO LUCRO CESSANTE
A Ré sustenta que não há fundamento para a condenação em lucros cessantes, pois o Autor não teria comprovado a efetiva perda de ganhos. Contudo, o Autor demonstrou que a suspensão da conta inviabilizou o exercício de sua atividade profissional, configurando prejuízo patrimonial. O direito à indenização por lucros cessantes está previsto no CCB/2002, art. 402, que estabelece a reparação por danos emergentes e lucros cessantes.
DA LEGITIMIDADE DA SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DA CONTA
A Ré alega que a suspensão da conta foi legítima, pois decorreu de procedimento interno para apuração de conduta do Autor. Todavia, não apresentou provas concretas que justifiquem tal medida extrema. O Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 6º, IV) assegura ao consumidor a proteção contra práticas abusivas, sendo imprescindível que a Ré demonstre a regularidade de sua conduta.
DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
A Ré argumenta que não cabe a inversão do ônus da prova, pois o Autor não demonstrou sua hipossuficiência. Entretanto, o CDC, art. 6º, VIII, prevê a inversão do ônus da prova quando for verossímil a alegação do consumidor ou quando este for hipossuficiente. No presente caso, a relação de consumo e a desigualdade entre as partes justificam a aplicação desse dispositivo.
DA IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO EM DANOS MORAIS
A Ré sustenta que não há dano moral a ser indenizado, pois a suspensão da conta seria um mero aborrecimento. Contudo, a jurisprudência reconhece que o bloqueio indevido de conta em plataforma digital, que impede o exercício da atividade profissional, configura dano moral, pois afeta a dignidade e a subsistência do trabalhador.