Modelo de Réplica à Contestação em Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais c/c Rescisão Contratual com Fundamentação no CDC e Responsabilidade Solidária de Corretora de Imóveis

Publicado em: 10/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor Direito Imobiliário
Modelo de réplica à contestação apresentada em uma ação de indenização por danos materiais e morais cumulada com pedido de rescisão contratual, movida por consumidora contra construtora, imobiliária e corretora de imóveis. O documento impugna a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela corretora, sustenta a responsabilidade solidária com base no Código de Defesa do Consumidor (CDC), invoca a teoria da aparência e a boa-fé objetiva, e requer a condenação ao ressarcimento e indenização por danos morais. Traz fundamentação jurídica detalhada, jurisprudência atualizada e pedidos de produção de prova.

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de __________ – Tribunal de Justiça do Estado

2. PREÂMBULO

A. F. de S., já qualificada nos autos da Ação de Indenização por Danos Materiais e Morais c/c Rescisão Contratual que move em face de Serno Construções Ltda., Imobiliária Ágora Ltda. e R. S. R., vem, por seu advogado infra-assinado, com fundamento no CPC/2015, art. 350, apresentar a presente:

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

em face da contestação apresentada por R. S. R., pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

3. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A ré R. S. R. apresentou contestação arguindo, em preliminar, sua ilegitimidade passiva, sob o argumento de que não participou diretamente da negociação do imóvel, tampouco recebeu valores ou assinou contrato com a autora. Sustenta que sua atuação, se existente, foi como corretora autônoma, sem qualquer responsabilidade pelo inadimplemento contratual.

No mérito, alega a inexistência de responsabilidade civil, ausência de nexo de causalidade, e que eventual responsabilidade seria subjetiva, o que não restou demonstrado. Por fim, argumenta que os transtornos decorreram exclusivamente da conduta da construtora Serno Construções, atualmente em recuperação judicial.

4. IMPUGNAÇÃO À PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA

A preliminar de ilegitimidade passiva deve ser rejeitada. A autora firmou contrato de promessa de compra e venda de imóvel por meio da intermediação da Imobiliária Ágora, tendo sido atendida por diversos representantes, entre os quais a ré R. S. R., que participou ativamente da negociação, conforme será demonstrado pelas provas a serem produzidas.

A jurisprudência majoritária reconhece que todos os integrantes da cadeia de fornecimento respondem solidariamente pelos vícios do produto ou serviço, nos termos do CDC, art. 7º, parágrafo único; CDC, art. 18; CDC, art. 25, § 1º; e CDC, art. 34. Ainda que a ré não tenha assinado o contrato, sua participação na intermediação da venda a insere na cadeia de consumo.

Assim, não prospera a alegação de ilegitimidade passiva, devendo a preliminar ser rejeitada, com o regular prosseguimento do feito.

5. IMPUGNAÇÃO AO MÉRITO

5.1. DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

A responsabilidade solidária entre os participantes da cadeia de fornecimento é expressamente prevista pelo CDC, art. 25, § 1º. A corretora, ao intermediar a venda, integra essa cadeia e responde pelos danos causados ao consumidor, independentemente de culpa, conforme a responsabilidade objetiva prevista no CDC, art. 14.

A jurisprudência do TJSP é clara ao afirmar que “todos os integrantes da cadeia de fornecimento – construtora, imobiliárias e corretores de imóveis – são solidariamente responsáveis pelos efeitos decorrentes do contrato” (TJSP, Apelação Cível 1025481-88.2023.8.26.0309).

5.2. DA PARTICIPAÇÃO DA RÉ NA RELAÇÃO CONTRATUAL

A ré atuou como corretora vinculada à Imobiliária Ágora, sendo responsável por apresentar o imóvel, fornecer informações e intermediar a negociação. Tal atuação configura prestação de serviço nos termos do CDC, art. 3º, § 2º, sendo irrelevante a ausência de assinatura no contrato.

A teoria da aparência, aliada à boa-fé objetiva, impõe o reconhecimento da responsabilidade da ré, que se apresentou como representante autorizada da imobiliária e da construtora, induzindo a autora a confiar na regularidade do negócio.

5.3. DO NEXO DE CAUSALIDADE

O nexo de causalidade entre a conduta da ré e o dano sofrido pela "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de ação de indenização por danos materiais e morais cumulada com pedido de rescisão contratual movida por A. F. de S. em face de Serno Construções Ltda., Imobiliária Ágora Ltda. e R. S. R., esta última contestando a demanda e alegando, em preliminar, sua ilegitimidade passiva.

Em análise da preliminar de ilegitimidade passiva arguida por R. S. R., entendo que não merece acolhimento. A autora demonstrou, ainda que em sede inicial, que a ré participou ativamente da negociação do imóvel, exercendo papel relevante na intermediação da venda. A jurisprudência pátria, especialmente no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, reconhece a responsabilidade solidária dos integrantes da cadeia de fornecimento, nos termos do CDC, art. 7º, parágrafo único, CDC, art. 18, CDC, art. 25, § 1º e CDC, art. 34.

A atuação da ré como corretora, ainda que desvinculada formalmente da construtora ou da imobiliária, configura prestação de serviço nos moldes do CDC, art. 3º, § 2º, sendo suficiente para atrair a responsabilidade solidária pelos vícios e inadimplementos verificados na relação de consumo.

A teoria da aparência e o princípio da boa-fé objetiva, consagrados pelo CCB/2002, art. 422, impõem o reconhecimento da responsabilidade da ré, que se apresentou perante a autora como representante autorizada das empresas rés, induzindo legítima confiança quanto à segurança do negócio jurídico.

No mérito, entendo que restaram preenchidos os requisitos da responsabilidade civil objetiva (fato, dano e nexo de causalidade), conforme o CDC, art. 14. A autora confiou nas informações prestadas pela corretora e firmou contrato de promessa de compra e venda com expectativa legítima de entrega da unidade, o que não ocorreu. O inadimplemento contratual e a indisponibilidade judicial do imóvel são fatos incontroversos que geraram danos materiais e morais à consumidora.

A jurisprudência atual é firme ao reconhecer que corretoras e corretores de imóveis, quando participam da intermediação de negócios viciados, respondem solidariamente pelos danos causados, independentemente de culpa, conforme reiterado no REsp Acórdão/STJ e no recente julgamento da Apelação Cível Acórdão/TJSP pelo TJSP.

Dessa forma, entendo que a pretensão da autora deve ser acolhida, com o reconhecimento da responsabilidade solidária da ré R. S. R. pelos danos causados.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, que exige fundamentação das decisões judiciais, voto no sentido de:

  1. Rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva arguida por R. S. R.;
  2. Julgar procedente o pedido inicial para reconhecer a responsabilidade solidária da ré R. S. R. pelos danos causados à autora;
  3. Condenar a ré ao ressarcimento integral dos valores pagos pela autora a título de entrada e parcelas do imóvel;
  4. Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, que fixo, por equidade, em R$ 10.000,00 (dez mil reais);
  5. Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Porto Alegre, 25 de junho de 2024.

___________________________________________
Dr. Magistrado Fulano de Tal
Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Porto Alegre – TJRS


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