Modelo de Resposta à Acusação com Pedido de Absolvição Sumária em Ação Penal por Lesão Corporal e Ameaça no Âmbito da Lei Maria da Penha: Alegação de Ausência de Provas, Reciprocidade de Agressões e Inexistência de Dolo Específico
Publicado em: 03/11/2024 Direito Penal Processo PenalRESPOSTA À ACUSAÇÃO
1. ENDEREÇAMENTO
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de [inserir cidade/UF]
2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
Acusado: J. A. F. da S., brasileiro, solteiro, desempregado, portador do CPF nº [inserir], RG nº [inserir], residente e domiciliado à Rua [inserir], nº [inserir], Bairro [inserir], CEP [inserir], Cidade/UF, endereço eletrônico: [inserir e-mail].
Vítima: A. P. B., brasileira, [estado civil], [profissão], portadora do CPF nº [inserir], RG nº [inserir], residente e domiciliada à Rua [inserir], nº [inserir], Bairro [inserir], CEP [inserir], Cidade/UF, endereço eletrônico: [inserir e-mail].
Processo nº: [inserir número do processo]
3. SÍNTESE DA DENÚNCIA
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de J. A. F. da S., imputando-lhe a prática dos crimes previstos no CP, art. 129, §9º (lesão corporal no âmbito doméstico), CP, art. 147 (ameaça), ambos na forma do CP, art. 69 (concurso material), em concurso com o art. 7º, incisos I e II, da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Segundo a inicial acusatória, o acusado teria, no dia 16.12.2023, por volta das 07h00, agredido a vítima, A. P. B., sua companheira, supostamente cortando sua cabeça com uma faca e proferido ameaças, tudo no contexto de violência doméstica e familiar.
4. DOS FATOS
A denúncia baseia-se, essencialmente, no boletim de ocorrência e nas declarações iniciais da vítima, que afirmou ter sido agredida com uma faca pelo acusado, resultando em pequeno corte na cabeça. Contudo, a dinâmica dos fatos, apurada em sede policial e corroborada por testemunha presencial (mãe da vítima), revela versão diversa: a vítima teria tentado ferir o acusado com uma faca, sendo que este, em reação, arremessou um aparelho celular em direção à vítima, atingindo-lhe a cabeça e causando o ferimento descrito.
O laudo médico pericial de lesão corporal atestou que o corte na cabeça da vítima não foi produzido por objeto perfurante/cortante, mas sim por trauma decorrente de objeto contundente, compatível com o relato de arremesso do celular. Ademais, a própria vítima, instada posteriormente, manifestou desinteresse na continuidade das medidas protetivas, o que corrobora a ausência de risco atual ou iminente à sua integridade.
Importante destacar que não houve, em momento algum, intenção do acusado de causar lesão grave ou ameaça séria à vítima, tratando-se de episódio isolado, marcado por reciprocidade de agressões e ausência de dolo específico para a configuração dos delitos imputados.
5. DO DIREITO
5.1. DA AUSÊNCIA DE PROVAS ROBUSTAS PARA A CONDENAÇÃO
O ordenamento jurídico pátrio exige, para a condenação criminal, prova inequívoca da materialidade e autoria delitivas, nos termos do CPP, art. 386, VII. No caso em tela, as provas coligidas aos autos — especialmente o laudo pericial e o depoimento da testemunha presencial — infirmam a versão apresentada na denúncia, revelando que a lesão sofrida pela vítima não decorreu de golpe de faca, mas sim de objeto contundente (celular), arremessado em reação a tentativa de agressão por parte da própria vítima.
A palavra da vítima, embora revestida de especial relevância nos crimes de violência doméstica (Lei nº 11.340/2006, art. 7º), não é absoluta, devendo ser corroborada por outros elementos de convicção, sobretudo quando há versões conflitantes e laudo técnico que afasta a dinâmica narrada na denúncia.
5.2. DO PRINCÍPIO DO IN DÚBIO PRO REO
O princípio do in dubio pro reo, consagrado no CPP, art. 386, VII e no CF/88, art. 5º, LVII, impõe que, diante de dúvida razoável sobre a autoria ou materialidade do delito, deve prevalecer a absolvição do acusado. No presente caso, as provas são, no mínimo, dúbias quanto à dinâmica dos fatos e à intenção do acusado, não se podendo afirmar, com segurança, que tenha havido lesão dolosa ou ameaça séria à vítima.
5.3. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA E DA AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO
"'>...
Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.