Modelo de Resposta à Acusação em Ação Penal com Imputação de Crimes de Trânsito com Base no Código de Trânsito Brasileiro
Publicado em: 07/04/2025 Direito Penal Processo Penal TrânsitoEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ARAGUARI – MG
Processo nº: [inserir número do processo]
M. A. M. C., já qualificado nos autos da Ação Penal movida pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPP, art. 396-A, apresentar sua
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
em face da denúncia oferecida pelo Ministério Público, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
DOS FATOS
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado, imputando-lhe a prática dos crimes previstos no CTB, art. 303, § 1º; CTB, art. 304; CTB, art. 305; CTB, art. 306, § 1º, II e CTB, art. 309, sob a alegação de que, no dia 11 de junho de 2022, por volta das 21h, na cidade de Araguari/MG, o acusado, sem habilitação, sob efeito de álcool e em alta velocidade, teria atropelado uma criança, causando-lhe lesões corporais, e, em seguida, fugido do local sem prestar socorro à vítima.
Contudo, a narrativa apresentada na denúncia não corresponde à realidade dos fatos. O acusado não se evadiu do local com o intuito de fugir da responsabilidade penal ou civil, tampouco deixou de prestar socorro à vítima. Ao contrário, o acusado permaneceu no local e acionou os serviços de emergência, demonstrando plena consciência da gravidade da situação e responsabilidade social.
Ademais, não há comprovação de que o acusado estivesse sob efeito de álcool no momento do acidente. Os autos não contêm exame toxicológico ou etilômetro que comprove a embriaguez, sendo a alegação baseada apenas em presunções ou impressões subjetivas dos agentes que o abordaram.
Por fim, a motocicleta foi posteriormente localizada na residência do acusado, o que não configura, por si só, tentativa de ocultação ou fuga, mas sim conduta compatível com a preservação do bem e com a ausência de intenção dolosa.
DO DIREITO
Inicialmente, cumpre destacar que a presente resposta à acusação visa demonstrar a ausência de justa causa para o prosseguimento da ação penal, nos termos do CPP, art. 395, III, uma vez que os fatos descritos na denúncia não encontram respaldo nas provas colhidas até o momento.
Quanto ao CTB, art. 303, § 1º, que trata da lesão corporal culposa na direção de veículo automotor com agravantes, não se discute que houve um acidente, mas sim que o acusado não agiu com imprudência, negligência ou imperícia em grau suficiente para configurar a culpa penal. A dinâmica do acidente deve ser melhor apurada, inclusive com eventual perícia técnica, para se verificar se houve culpa exclusiva da vítima ou se o acidente foi inevitável.
No tocante ao CTB, art. 304, que trata da omissão de socorro, a conduta do acusado foi exatamente oposta à narrada na denúncia. Ele permaneceu no local e prestou socorro à vítima, o que poderá ser comprovado por testemunhas e registros de atendimento médico.
Em relação ao CTB, art. 305, que trata da fuga do local do acidente, a jurisprudência é pacífica no sentido de que a simples retirada do veículo do local, sem a intenção de se furtar à responsabilidade, não configura o delito. O acusado não se evadiu para evitar responsabilização, mas sim para preservar o veículo e buscar auxílio.
Quanto ao CTB, art. 306, § 1º, II, não há"'>...