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Extinção de Execução em Mandado de Segurança e Juízo de Retratação

Publicado em: 15/10/2024 AdministrativoProcesso Civil
Análise sobre a extinção de execução de indenização retroativa relacionada a anistia política, com base em anulação de portaria anistiadora e os precedentes estabelecidos pelo STF no RE 817.338/DF/STF (Tema 839/STF), aplicando juízo de retratação positivo conforme o CPC/2015, art. 1.040, II.

A decisão da Terceira Seção do STJ destacou a possibilidade de extinção de execução de indenizações retroativas relacionadas a anistias políticas, com base na anulação da portaria anistiadora. Aplicando o entendimento do Tema 839/STF, o Tribunal entendeu que, ainda que o título executivo tenha transitado em julgado, a superveniente invalidação administrativa da anistia torna inexigível a obrigação contida no título judicial, determinando a extinção da execução conexa. Essa medida foi possibilitada por juízo de retratação positivo conforme previsto no CPC/2015, art. 1.040, II.

Súmulas:
Súmula 354/STJ: A revisão administrativa de anistia política não pode prejudicar pagamentos já efetuados, salvo em casos de evidente nulidade.
Súmula 7/STJ: Impossibilidade de reexame de provas em recurso especial.

Legislação:

 


**CPC/2015, art. 1.040, II** Estabelece a possibilidade de juízo de retratação quando o julgamento divergir de orientação firmada em precedente de repercussão geral ou incidente de resolução de demandas repetitivas.

 

Lei 9.784/1999, art. 54
Dispõe sobre a administração pública federal e estabelece o prazo decadencial de 5 anos para revisão de atos administrativos, salvo em casos de má-fé.

CF/88, art. 5º, XXXV
Garante o acesso ao Judiciário para proteger direitos ameaçados ou lesados.


Informações complementares

TÍTULO:
ANÁLISE SOBRE A EXTINÇÃO DE EXECUÇÃO DE INDENIZAÇÃO RETROATIVA RELACIONADA A ANISTIA POLÍTICA



  1. Introdução
    A execução de indenizações retroativas relacionadas a anistia política envolve questões jurídicas complexas, especialmente quando se discute a anulação de portarias anistiadoras. O STF, no julgamento do RE Acórdão/STF, estabeleceu parâmetros importantes sobre a possibilidade de suspensão ou extinção dessas execuções, consolidando o entendimento no Tema 839/STF. A aplicação do juízo de retratação, prevista no CPC/2015, art. 1.040, II, também se mostra relevante nesses casos, permitindo que decisões já transitadas em julgado sejam revisadas à luz de novos entendimentos ou precedentes firmados pelos tribunais superiores.

Legislação:



CF/88, art. 5º, XXXVI - Garante que a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.

CPC/2015, art. 1.040, II - Regula a possibilidade de retratação por juízo inferior em face de precedente estabelecido em tribunal superior.

Lei 10.559/2002, art. 6º - Dispõe sobre os direitos dos anistiados políticos, incluindo a reparação econômica.

Jurisprudência:



Anistia Política Extinção Execução

RE 817338 STF

Juízo Retratação CPC 1040


  1. Anistia Política
    A anistia política é um instituto criado para reparar cidadãos que foram perseguidos por motivos políticos, garantindo-lhes direitos que incluem indenizações retroativas. Contudo, a anulação de portarias que concedem a anistia pode impactar diretamente a execução dessas indenizações, levando à sua extinção. O STF, no julgamento do Tema 839/STF, definiu que execuções relacionadas a anistias políticas concedidas por portarias anuladas devem ser cessadas, evitando pagamentos indevidos e resguardando o erário.

Legislação:



Lei 10.559/2002, art. 1º - Estabelece as condições para concessão de anistia política e reparações.

CF/88, art. 8º - Regulamenta os efeitos jurídicos da anistia política.

CPC/2015, art. 300 - Disciplina a concessão de medidas de urgência, incluindo suspensão de execuções.

Jurisprudência:



Anistia Política Indemnizações

Suspensão Execução Anistia

Tema 839 STF Anistia


  1. Extinção de Execução
    A extinção da execução de valores retroativos concedidos a anistiados políticos pode ocorrer quando a portaria que concedeu a anistia é anulada. Tal situação está em consonância com o entendimento firmado no Tema 839/STF, que permite cessar execuções quando há contestação judicial da validade da anistia. O objetivo é impedir a perpetuação de obrigações financeiras indevidas para o Poder Público, sem prejuízo ao direito de defesa e ao contraditório por parte do anistiado.

Legislação:



CPC/2015, art. 924 - Dispõe sobre as hipóteses de extinção da execução, incluindo a satisfação do crédito e outras causas.

CPC/2015, art. 805 - Regula a execução de forma a garantir a menor onerosidade para o devedor.

Lei 10.559/2002, art. 12 - Prevê a possibilidade de revisão e cancelamento de anistias.

Jurisprudência:



Extinção Execução Anistia

Anulação Portaria Anistiadora

Tema 839 STF Execução


  1. RE Acórdão/STF
    O RE Acórdão/STF, que culminou no Tema 839/STF, estabeleceu um importante precedente para casos de anistia política, ao decidir que a execução de indenizações retroativas, quando há discussão sobre a validade da portaria anistiadora, deve ser suspensa até a resolução definitiva do mérito. Este entendimento reforça a importância de se garantir um julgamento justo antes da execução de valores que possam vir a ser indevidos.

Legislação:



CF/88, art. 102 - Define a competência do STF para julgar questões constitucionais de repercussão geral.

CPC/2015, art. 525 - Estabelece a possibilidade de impugnação à execução e suspensão por decisão judicial.

Lei 12.016/2009, art. 15 - Regulamenta a suspensão de execuções em ações de mandado de segurança.

Jurisprudência:



RE 817338 Suspensão

STF Tema 839

Precedentes STF Anistia


  1. CPC/2015 e Juízo de Retratação
    O juízo de retratação, conforme previsto no CPC/2015, art. 1.040, II, permite que decisões transitadas em julgado sejam revistas por tribunais inferiores, desde que existam precedentes em sentido contrário estabelecidos por tribunais superiores, como o STF. No contexto das anistias políticas, essa ferramenta processual pode ser utilizada para extinguir execuções quando uma decisão anterior é impactada por uma nova interpretação do tribunal superior, garantindo assim uniformidade e segurança jurídica.

Legislação:



CPC/2015, art. 1.040 - Estabelece as regras para o juízo de retratação em casos de recursos repetitivos e repercussão geral.

CPC/2015, art. 502 - Define os efeitos da coisa julgada e suas exceções.

Lei 12.016/2009, art. 7º, §2º - Disciplina a possibilidade de suspensão dos efeitos de uma decisão em mandado de segurança.

Jurisprudência:



Juízo Retratação STF

CPC 2015 Juízo Retratação

Suspensão Execução Anistia STF


  1. Procedimento Revisional
    A revisão de portarias anistiadoras é um procedimento que visa assegurar a legalidade e legitimidade das concessões de anistia política. Casos em que ocorrem revisões administrativas ou judiciais podem resultar na anulação das portarias, impactando diretamente as execuções relacionadas. A adequação de tais procedimentos é crucial para evitar o pagamento de indenizações indevidas e assegurar que o processo de anistia atenda aos critérios estabelecidos pela lei.

Legislação:



Lei 12.016/2009, art. 4º - Estabelece regras para o procedimento de mandado de segurança, inclusive para suspensão de execuções.

CPC/2015, art. 330 - Regula a adequação de processos administrativos e judiciais em revisões de atos.

Lei 10.559/2002, art. 14 - Dispõe sobre a revisão e controle das decisões de concessão de anistia política.

Jurisprudência:



Revisão Anistia Política

Suspensão Execução Portaria Anulação

Procedimento Revisional Anistia


  1. Considerações Finais
    A extinção da execução de indenizações retroativas relacionadas à anistia política, quando baseada na anulação de portarias, é uma questão complexa que exige uma análise cuidadosa de precedentes e dispositivos legais. A decisão no Tema 839/STF estabeleceu diretrizes claras sobre como proceder nessas situações, garantindo que o interesse público seja preservado. O uso do juízo de retratação previsto no CPC/2015 oferece uma ferramenta jurídica eficaz para ajustar decisões anteriores às novas interpretações, assegurando justiça e coerência jurídica nos casos de anistia política.



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