Modelo de Ação de Adjudicação Compulsória para Transferência de Propriedade de Imóvel Quitado com Recusa de Outorga da Escritura Definitiva

Publicado em: 20/03/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Ação judicial proposta pelo comprador de imóvel que, após quitar integralmente o preço e cumprir todas as obrigações contratuais, enfrenta a recusa injustificada do vendedor em outorgar a escritura pública definitiva. O documento expõe os fundamentos jurídicos com base no CCB/2002, art. 1.418 e no princípio do pacta sunt servanda, além de apresentar pedidos como citação do réu, adjudicação compulsória do imóvel, expedição de mandado ao Cartório de Registro de Imóveis para transferência da titularidade, condenação do réu ao pagamento de custas e honorários, e a designação de audiência de conciliação conforme o CPC/2015. Inclui jurisprudências para embasar a demanda.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

[Nome da Parte Autora], qualificação completa, nos termos do CPC/2015, art. 319, vem, por meio de seu advogado, com endereço profissional indicado no rodapé, propor a presente:

AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA

em face de [Nome da Parte Ré], qualificação completa, com base nos fundamentos jurídicos e fáticos a seguir expostos:

PREÂMBULO

A presente ação tem como objetivo a obtenção da adjudicação compulsória de imóvel, tendo em vista a recusa injustificada da parte ré em proceder à lavratura da escritura definitiva de compra e venda, mesmo após a quitação integral do preço e o cumprimento de todas as obrigações contratuais por parte do autor.

DOS FATOS

O autor firmou com a parte ré, em [data], contrato particular de compra e venda referente ao imóvel localizado em [endereço completo do imóvel], devidamente individualizado e descrito na matrícula nº [número da matrícula], do Cartório de Registro de Imóveis de [cidade/UF].

O preço ajustado foi integralmente quitado pelo autor, conforme comprovantes anexados (doc. nº ___). Contudo, a parte ré, mesmo após diversas tentativas de solução amigável, recusou-se a proceder à lavratura da escritura pública definitiva de compra e venda, inviabilizando a transferência da titularidade do imóvel ao autor.

Diante da recusa injustificada da parte ré, não restou alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional para ver garantido seu direito à adjudicação compulsória do imóvel, nos termos do CCB/2002, art. 1.418.

DO DIREITO

A adjudicação compulsória é o instrumento jurídico adequado para compelir o promitente vendedor a outorgar a escritura definitiva de compra e venda, quando este se recusa injustificadamente a fazê-lo, desde que preenchidos os requisitos previstos no CCB/2002, art. 1.418.

O referido dispositivo legal dispõe que o promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros a quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel.

No caso em tela, o autor preenche todos os requisitos legais para a adjudicação compulsória, quais sejam:

  • Existência de contrato de promessa de compra e venda, devidamente formalizado e assinado pelas partes;
  • Comprovação da quitação integral do preço ajustado;
  • Individualização do imóvel objeto da transação;
  • Recusa injustificada da parte ré em proceder à lavratura da escritura definitiva.

Ademais, o princípio do pacta sunt servanda, consagrado no CCB/2002, art. 421, impõe às partes con"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de adjudicação compulsória ajuizada por [Nome da Parte Autora] em face de [Nome da Parte Ré], visando a obtenção da adjudicação compulsória de imóvel, diante da recusa injustificada da parte ré em proceder à lavratura da escritura pública definitiva de compra e venda, mesmo após a quitação integral do preço e o cumprimento de todas as obrigações contratuais.

Fundamentação

A presente decisão encontra fundamento na CF/88, art. 93, IX, que estabelece que todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade. Assim, passo à análise hermenêutica entre os fatos e o direito aplicável.

Dos Fatos

O autor demonstrou, por meio de documentos anexados aos autos, que firmou com a parte ré contrato particular de compra e venda referente ao imóvel localizado em [endereço completo do imóvel], devidamente identificado na matrícula nº [número da matrícula], do Cartório de Registro de Imóveis de [cidade/UF].

O preço ajustado foi integralmente quitado, conforme comprovantes apresentados. Entretanto, a parte ré, mesmo após tentativas de solução amigável, recusou-se a outorgar a escritura pública definitiva de compra e venda, inviabilizando a transferência da titularidade do imóvel ao autor.

Do Direito

A adjudicação compulsória está prevista no CCB/2002, art. 1.418, que confere ao promitente comprador o direito de exigir a outorga da escritura definitiva de compra e venda quando o promitente vendedor se recusa injustificadamente a cumpri-lo, desde que preenchidos os requisitos legais.

No caso em tela, verifica-se o cumprimento dos seguintes requisitos:

  • Existência de contrato de promessa de compra e venda, devidamente formalizado;
  • Comprovação da quitação integral do preço ajustado;
  • Individualização do imóvel objeto da transação;
  • Recusa injustificada da parte ré em proceder à lavratura da escritura definitiva.

Ademais, o princípio do pacta sunt servanda, consagrado no CCB/2002, art. 421, reforça a obrigatoriedade do cumprimento das obrigações contratuais, sob pena de violação da segurança jurídica e da boa-fé objetiva, que deve nortear todas as relações contratuais.

Jurisprudência

A jurisprudência pátria é uníssona ao reconhecer o direito à adjudicação compulsória quando o promitente comprador comprova o cumprimento de suas obrigações e a recusa injustificada do promitente vendedor. Exemplos:

\"A adjudicação compulsória é o meio eficaz de que a parte dispõe para outorga da escritura definitiva de propriedade de imóvel, adquirida por intermédio de contrato de promessa de compra e venda, quando não se logra êxito em obtê-la consensualmente.\" (TJRJ, Apelação Acórdão/TJRJ, Rel. Des. Cleber Ghelfenstein, julgado em 26/02/2025)

\"Para autorizar a adjudicação compulsória, exige-se a prova documental da aquisição e da quitação, a individualização do bem e a injustificada recusa do vendedor na providência necessária para a transferência da titularidade.\" (TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP, Rel. Des. Angela Moreno Pacheco de Rezende Lopes, julgado em 31/01/2025)

Voto

Diante dos fatos narrados e das provas constantes nos autos, entendo que estão preenchidos os requisitos para o acolhimento do pedido de adjudicação compulsória. Ademais, a conduta da parte ré, ao se recusar injustificadamente a outorgar a escritura pública definitiva, viola o princípio da boa-fé objetiva, consagrado no CCB/2002, art. 422.

Com fundamento no CPC/2015, art. 487, I, voto pela procedência do pedido inicial para:

  1. Determinar a adjudicação compulsória do imóvel descrito na inicial, com a consequente expedição de mandado ao Cartório de Registro de Imóveis competente para a transferência da titularidade do imóvel ao autor;
  2. Condenar a parte ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º;
  3. Determinar a imediata comunicação ao Cartório de Registro de Imóveis para que proceda aos atos necessários à concretização da transferência da propriedade.

Conclusão

Ante o exposto, conheço do pedido e JULGO PROCEDENTE a ação de adjudicação compulsória, nos termos apresentados.

[Local], [Data].
___________________________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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