Modelo de Ação de Indenização por Danos Morais e Repetição de Indébito contra Seguradora por Atraso na Entrega de Veículo e Cobranças Indevidas

Publicado em: 11/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial ajuizada por consumidor em face de seguradora, visando à reparação por danos morais e à repetição de valores cobrados indevidamente durante o período de acionamento do seguro automotivo. O autor relata atraso de nove meses na entrega do veículo segurado após sinistro, múltiplos problemas com veículos reservas fornecidos e cobranças indevidas em seu cartão de crédito por empresa parceira da ré. Fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, a ação requer indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00 e restituição em dobro dos valores cobrados indevidamente, totalizando R$ 16.360,00. A petição inclui jurisprudência relevante, pedidos de inversão do ônus da prova e designação de audiência de conciliação.

PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de São Paulo – SP

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

R. G. N., brasileiro, solteiro, engenheiro civil, portador do CPF nº 123.456.789-00 e do RG nº 12.345.678-9, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Jardim das Flores, CEP 01234-567, São Paulo/SP, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado que esta subscreve (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Av. Paulista, nº 1000, 10º andar, CEP 00000-000, São Paulo/SP, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO

em face de PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0000-00, com sede na X, nº Y, Bairro Campos Elíseos, CEP 00000-000, São Paulo/SP, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:

3. DOS FATOS

O Autor contratou com a Ré, em junho de 2023, apólice de seguro automotivo com vigência até junho de 2024, garantindo cobertura integral para eventualidades envolvendo seu veículo.

Em 28 de janeiro de 2024, o Autor sofreu acidente automobilístico, acionando prontamente a seguradora para os devidos reparos. Contudo, o processo de resolução do sinistro e restituição do veículo se arrastou até 21 de setembro de 2024, totalizando quase nove meses de espera injustificada, período em que o Autor permaneceu privado do uso de seu automóvel.

Durante esse tempo, a Ré forneceu veículos reservas, conforme previsto contratualmente. No entanto, o Autor foi obrigado a realizar mais de seis trocas de veículos locados, todas motivadas por defeitos mecânicos ou falhas estruturais, o que gerou transtornos diários, atrasos em compromissos profissionais e desgaste emocional.

Além disso, a empresa Localiza, parceira da Ré na locação dos veículos, realizou cobranças indevidas no cartão de crédito do Autor, totalizando R$ 6.180,00, referentes a seguros diários não contratados. Houve ainda a cobrança de mais de R$ 2.000,00 por um trincado no para-brisa de um dos veículos, ocorrido durante uso regular, sem apuração de responsabilidade.

O Autor, portanto, sofreu prejuízo financeiro de aproximadamente R$ 8.000,00, além de abalos psicológicos e transtornos que extrapolam o mero aborrecimento, sendo evidente a falha na prestação do serviço por parte da Ré.

4. DO DIREITO

A relação entre as partes é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo o Autor consumidor e a Ré fornecedora de serviços.

A responsabilidade civil da Ré é objetiva, conforme CDC, art. 14, caput, que dispõe: “o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços”.

O atraso injustificado na entrega do veículo, os sucessivos problemas com os carros reservas e as cobranças indevidas caracterizam falha na prestação do serviço, ensejando reparação por danos materiais e morais.

Quanto aos danos morais, é pacífico o entendimento de que o abalo emocional decorrente de falha grave na prestação de serviço essencial, como seguro automotivo, configura dano in re ipsa, prescindindo de prova do prejuízo, conforme jurisprudência c"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação de Indenização por Danos Morais e Repetição de Indébito proposta por R. G. N. em face de Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais, visando à condenação da ré ao pagamento de indenização por danos morais e à restituição em dobro dos valores indevidamente cobrados, nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único.

I - Do Conhecimento

Verificados os pressupostos de admissibilidade, conheço da presente ação.

II - Dos Fatos

Restou incontroverso que o Autor contratou apólice de seguro automotivo com a Ré em junho de 2023 e, após acidente ocorrido em 28 de janeiro de 2024, teve seu veículo retido para reparo por período que se estendeu até 21 de setembro de 2024, ou seja, por mais de oito meses.

Durante esse período, o Autor utilizou veículos reservas fornecidos pela Ré, porém foi obrigado a realizar mais de seis trocas motivadas por falhas mecânicas dos veículos substitutos. Além disso, foi indevidamente cobrado por valores não contratados, totalizando aproximadamente R$ 8.000,00.

III - Do Direito

A relação jurídica entre as partes é regida pelo CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. A responsabilidade da Ré é objetiva, consoante o CDC, art. 14, bastando a demonstração do defeito na prestação do serviço e do nexo causal.

A morosidade excessiva na entrega do veículo, os transtornos gerados pelas trocas de automóveis reservas e as cobranças indevidas configuram falha na prestação do serviço de seguro, violando os deveres de boa-fé objetiva, eficiência e respeito à dignidade do consumidor.

A jurisprudência é pacífica quanto à configuração de dano moral in re ipsa em hipóteses semelhantes, sendo desnecessária a prova do abalo psicológico, diante da gravidade dos fatos.

Em relação à repetição do indébito, o CDC, art. 42, parágrafo único, autoriza a devolução em dobro do valor cobrado indevidamente, acrescido de correção monetária e juros legais, não havendo justificativa plausível por parte da Ré para as cobranças.

IV - Da Fundamentação Constitucional

O presente voto é proferido em observância ao princípio da motivação das decisões judiciais, previsto na CF/88, art. 93, IX, que determina que \"todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões\".

A conduta da Ré também afronta os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da eficiência na prestação dos serviços (CF/88, art. 37, caput).

V - Do Pedido

Diante do exposto, julgo PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), corrigido monetariamente a partir desta sentença e acrescido de juros de mora de 1% ao mês desde o evento danoso;
  2. Condenar a Ré à restituição em dobro dos valores indevidamente cobrados (R$ 8.180,00), totalizando R$ 16.360,00 (dezesseis mil, trezentos e sessenta reais), com correção monetária desde cada desembolso e juros de mora de 1% ao mês desde a citação;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

VI - Dispositivo

Assim, JULGO PROCEDENTE o pedido, com resolução de mérito, nos termos do CPC/2015, art. 487, I.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

São Paulo, 10 de abril de 2025.

_________________________________________
Juiz de Direito


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