Modelo de Ação Declaratória de Exoneração de Despesas de Imóvel com Pedido Alternativo de Compensação na Partilha de Bens entre Ex-Cônjuges em Regime de Comunhão Parcial

Publicado em: 10/04/2025 CivelProcesso Civil Familia
Modelo de petição inicial de Ação Declaratória de Exoneração de Despesas, cumulada com pedido alternativo de compensação em partilha de bens, proposta por ex-cônjuge que, mesmo afastado do imóvel comum por medida protetiva, continua arcando exclusivamente com despesas como financiamento, IPTU, condomínio e salários de empregados domésticos. A peça fundamenta-se no CCB/2002, art. 1.319, CCB/2002, art. 1.326, CCB/2002, art. 884, no CPC/2015, art. 322, § 2º e jurisprudência sobre uso exclusivo do bem comum. O autor requer exoneração do pagamento ou, alternativamente, compensação proporcional na partilha de bens.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXONERAÇÃO DE DESPESAS COM PEDIDO ALTERNATIVO DE COMPENSAÇÃO NA PARTILHA DE BENS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara de Família da Comarca de ____________ – Tribunal de Justiça do Estado de ____________.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, divorciado, engenheiro civil, portador do CPF nº 000.000.000-00 e RG nº 0.000.000, residente e domiciliado na Rua das Palmeiras, nº 123, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional situado na Rua da Advocacia, nº 456, Bairro Justiça, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXONERAÇÃO DE DESPESAS COM PEDIDO ALTERNATIVO DE COMPENSAÇÃO NA PARTILHA DE BENS

em face de M. F. de S. L., brasileira, divorciada, professora, portadora do CPF nº 111.111.111-11 e RG nº 1.111.111, residente e domiciliada no imóvel situado na Rua das Acácias, nº 789, Bairro Jardim, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico: [email protected], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor e a Ré foram casados sob o regime da comunhão parcial de bens, tendo o divórcio sido decretado por sentença transitada em julgado. Durante a constância do casamento, o casal adquiriu um imóvel financiado, atualmente em fase de amortização, localizado na Rua das Acácias, nº 789, Bairro Jardim, Cidade/UF.

Após o término da relação conjugal, por força de medida protetiva deferida em favor da Ré, o Autor foi compelido a se afastar do lar comum, permanecendo a Ré na posse exclusiva do imóvel.

Apesar de afastado da residência, o Autor continua arcando, de forma exclusiva, com todas as despesas relacionadas ao imóvel, incluindo:

  • Parcelas do financiamento bancário;
  • IPTU;
  • Taxas de condomínio;
  • Salários de empregados domésticos que prestam serviços no imóvel.

Ressalte-se que tais despesas vêm sendo suportadas exclusivamente pelo Autor, mesmo não usufruindo do bem, o que lhe causa evidente prejuízo financeiro, além de configurar enriquecimento sem causa por parte da Ré.

4. DO DIREITO

O regime de comunhão parcial de bens, nos termos do CCB/2002, art. 1.658, estabelece que comunicam-se os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. No caso em tela, o imóvel foi adquirido durante a união, sendo, portanto, bem comum.

A posse exclusiva do bem pela Ré, decorrente de medida protetiva, não exime a obrigação de contribuir proporcionalmente pelas despesas ordinárias do imóvel, especialmente quando o outro coproprietário está impedido de usufruí-lo.

O CCB/2002, art. 1.319 dispõe que "cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou". Já o CCB/2002, art. 1.326 prevê que "cada condômino concorre nas despesas de conservação ou divisão da coisa comum".

Além disso, o CPC/2015, art. 322, § 2º, permite a formulação de pedido alternativo, o que justifica o ple"'>...

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Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Relatório:

Trata-se de Ação Declaratória de Exoneração de Despesas com pedido alternativo de Compensação na Partilha de Bens proposta por A. J. dos S. em face de M. F. de S. L., ambos ex-cônjuges, anteriormente casados sob o regime da comunhão parcial de bens.

O Autor alega que, desde a separação do casal, a Ré permaneceu na posse exclusiva do imóvel comum, enquanto ele continua arcando, de forma integral, com todas as despesas relacionadas ao bem (parcelas do financiamento, IPTU, condomínio e salários de empregados domésticos).

Fundamentação:

O cerne da controvérsia reside na possibilidade de exoneração do Autor das obrigações financeiras relacionadas ao imóvel comum ou, alternativamente, a compensação de tais valores quando da partilha de bens.

A CF/88, art. 93, IX, dispõe que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Nesse contexto, passo à análise fundamentada dos pedidos.

O CCB/2002, art. 1.319 e CCB/2002, art. 1.326, regula a responsabilidade dos condôminos pelas despesas e frutos da coisa comum. O CCB/2002, art. 1.319 dispõe que “cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa e pelo dano que lhe causou”, e o CCB/2002, art. 1.326 prevê que “cada condômino concorre nas despesas de conservação ou divisão da coisa comum”.

Na hipótese dos autos, restou incontroverso que a Ré permanece na posse exclusiva do imóvel comum, mesmo após o divórcio, o que atrai a responsabilidade pelas despesas ordinárias, em respeito aos princípios da boa-fé objetiva, equilíbrio patrimonial e vedação ao enriquecimento sem causa, conforme o disposto no CCB/2002, art. 884.

A jurisprudência pátria já consolidou o entendimento de que o uso exclusivo do imóvel por um dos ex-cônjuges autoriza compensação ou indenização em favor daquele que está privado da fruição do bem, como se verifica nas decisões do TJRJ (Apelação Acórdão/TJRJ) e do TJSP (Apelação Cível Acórdão/TJSP).

Ressalte-se, também, que o pedido subsidiário formulado pelo Autor encontra amparo no CPC/2015, art. 322, § 2º, sendo plenamente admissível a compensação proporcional das despesas nas operações de partilha.

Não se pode admitir que um dos coproprietários continue suportando, de forma solitária, os encargos sobre bem comum do qual sequer usufrui, sobretudo quando a posse exclusiva decorre de medida protetiva e não de acordo entre as partes.

Dispositivo:

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, bem como no CCB/2002, art. 1.319, CCB/2002, art. 1.326 e CCB/2002, art. 884 e CPC/2015, art. 322, § 2º, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido inicial para:

  1. Reconhecer o direito do Autor à compensação de 50% (cinquenta por cento) dos valores pagos exclusivamente com despesas ordinárias do imóvel comum (parcelas do financiamento, IPTU, condomínio e salários de empregados), desde o afastamento do mesmo até a efetiva partilha do bem;
  2. Determinar que tal compensação seja considerada no momento da partilha de bens do casal, abatendo-se os valores devidos ao Autor da cota-parte da Ré;
  3. Julgar improcedente o pedido de exoneração total das obrigações, diante da natureza comum do bem e da ausência de sentença que atribua o bem exclusivamente a uma das partes.

Condeno a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da condenação, na forma do CPC/2015, art. 85, § 2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Sentença sujeita a recurso.

Cidade/UF, data do julgamento.

_________________________________________
Juiz de Direito
Vara de Família da Comarca de ____________ – TJ/UF


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