Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito com Pedido de Indenização por Danos Morais contra Negativação Indevida

Publicado em: 19/04/2024 Consumidor
Petição inicial de ação declaratória de inexistência de débito cumulada com pedido de indenização por danos morais, fundamentada na negativação indevida do nome do autor junto aos órgãos de proteção ao crédito, sem comprovação de relação contratual válida com a ré. A ação se embasa no Código de Defesa do Consumidor (art. 42, parágrafo único, e art. 6º, VIII), no Código Civil (art. 186) e em jurisprudência consolidada que presume o dano moral em casos de inscrição indevida do nome do consumidor. O pedido inclui a declaração de inexistência do débito, a condenação da ré ao pagamento de indenização no valor de R$ 10.000,00, a inversão do ônus da prova e a condenação em custas e honorários advocatícios.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

[NOME COMPLETO DO AUTOR], já qualificado nos autos, por meio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

em face de [NOME COMPLETO DO RÉU], também já qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

Conforme determina o CPC/2015, art. 319, o Autor apresenta a presente petição inicial, indicando o valor da causa, qualificando as partes e expondo os fatos e fundamentos jurídicos que embasam o pedido, conforme segue.

DOS FATOS

O Autor teve seu nome indevidamente negativado pela Ré, em razão de um suposto débito inexistente. A negativação ocorreu em [DATA], junto aos órgãos de proteção ao crédito, sem que houvesse qualquer relação contratual válida entre as partes.

Tal situação gerou ao Autor danos de ordem moral, uma vez que a negativação indevida abalou sua honra, reputação e crédito perante a sociedade e instituições financeiras.

DO DIREITO

A presente demanda encontra fundamento no Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 42, parágrafo único, que dispõe sobre a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços em casos de cobrança indevida. Ademais, o CDC, art. 6º, VIII, assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova quando verossímil a alegação ou hipossuficiente a parte.

O Código Civil Brasileiro (CCB/2002, art. 186) também estabelece que aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem, comete ato ilícito, sendo obrigado a repará-lo. No caso em tela, a Ré não comprovou a existência de relação contratual válida, configurando a negativação como indevida.

Por fim, a jurisprudência consolidada reconhece que o dano moral decorrente de negativação indevida é presumido (in re ipsa), dispensando a necessidade de comprovação de prejuízo concreto.

JURISPRUDÊNCIAS

Segue abaixo a jurisprudência relevante que corrobora os fundamentos da presente ação:

1. TJSP - Apelação Cível 1000566-77.2023.8.26.0372

Ementa: Configurado o dano moral em razão de débito não prescrito em conta atrasada na plataforma de crédito, é devida a indenização no valor de R$ 5.000,00, corrigida desde o arbitramento e acrescida de juros de mora desde o eve"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
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Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Indenização por Danos Morais, ajuizada por [NOME COMPLETO DO AUTOR] em face de [NOME COMPLETO DO RÉU]. Alega o Autor que teve seu nome indevidamente negativado junto aos órgãos de proteção ao crédito por suposto débito inexistente, fato que lhe ocasionou danos morais presumidos. Requer a declaração de inexistência do débito, a condenação da Ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 e a inversão do ônus da prova.

Devidamente citada, a Ré apresentou contestação, refutando as alegações do Autor e sustentando a validade do débito, com base em suposta relação contratual. Encerrada a instrução processual, os autos vêm para julgamento.

Fundamentação

1. Dos Fatos

Restou incontroverso nos autos que o Autor teve seu nome inserido nos cadastros de inadimplentes pela Ré. Contudo, a Ré não logrou êxito em comprovar, de forma inequívoca, a existência de relação contratual válida que justificasse a negativação do nome do Autor.

2. Do Direito Aplicável

Nos termos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), art. 42, parágrafo único, a cobrança de dívida inexistente configura prática abusiva, ensejando a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços. Ainda, o CDC, art. 6º, VIII, assegura ao consumidor a inversão do ônus da prova quando verossímil a alegação ou hipossuficiente a parte, como no presente caso.

O Código Civil Brasileiro (CCB/2002), art. 186, estabelece que aquele que, por ação ou omissão, causar dano a outrem comete ato ilícito, sendo obrigado a repará-lo. Assim, a negativação indevida do nome do Autor, sem respaldo em relação jurídica válida, constitui ato ilícito, ensejando o dever de indenizar.

Ademais, a jurisprudência consolidada reconhece que o dano moral decorrente de negativação indevida é presumido (in re ipsa), dispensando a comprovação de prejuízo concreto, conforme precedentes dos Tribunais de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

3. Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria reafirma o entendimento de que a negativação indevida do nome do consumidor gera dano moral presumido:

  • TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Indenização no valor de R$ 5.000,00 por negativação indevida. Aplicação do CDC, art. 42, parágrafo único.
  • TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Dano moral presumido em casos de inscrição irregular em cadastro de inadimplentes.
  • TJSP - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Majoração da indenização para R$ 10.000,00 por inclusão indevida do nome do consumidor em cadastro de inadimplentes.

4. Da Responsabilidade da Ré

A Ré não se desincumbiu do ônus de comprovar a existência de relação contratual válida. Assim, resta configurada a prática abusiva prevista no CDC, art. 42, parágrafo único, sendo devida a reparação pelos danos morais presumidos sofridos pelo Autor.

Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por [NOME COMPLETO DO AUTOR] para:

  1. Declarar a inexistência do débito que originou a negativação indevida do nome do Autor;
  2. Condenar a Ré ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), com correção monetária a partir desta data e juros de mora desde o evento danoso;
  3. Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, §2º.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[LOCAL], [DATA]

[NOME COMPLETO DO MAGISTRADO]

Juiz(a) de Direito


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