Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito com Pedido de Tutela Antecipada contra Cobrança Abusiva em Contas de Água

Publicado em: 09/10/2024 Processo CivilConsumidor
Modelo de petição inicial de Ação Declaratória de Inexistência de Débito combinada com Repetição de Indébito e Pedido de Tutela Antecipada, proposta por consumidora idosa contra companhia de saneamento básico. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor (CDC) e no Código de Processo Civil (CPC/2015), alegando cobranças abusivas em contas de água, incompatíveis com o consumo histórico da residência. O documento solicita a suspensão da exigibilidade de cobranças, a restituição de valores pagos indevidamente e a inversão do ônus da prova, destacando a vulnerabilidade da autora e a essencialidade do serviço de fornecimento de água.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [inserir cidade/UF]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. F. da S., brasileira, idosa, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, RG nº X.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua [endereço completo], CEP XXXXX-XXX, endereço eletrônico: [[email protected]], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo do advogado], onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA

em face de COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO [NOME DA CONCESSIONÁRIA], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº XX.XXX.XXX/0001-XX, com sede na [endereço completo], endereço eletrônico: [email da empresa], pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

3. DOS FATOS

A Autora é pessoa idosa, aposentada, com renda mensal correspondente a um salário mínimo, e reside em imóvel próprio juntamente com seu neto, em caráter exclusivamente residencial. Durante anos, manteve consumo regular de água, compatível com o uso doméstico, com faturas mensais girando em torno de valores módicos e acessíveis à sua condição financeira.

Contudo, nos últimos meses, passou a receber faturas de consumo de água com valores absolutamente desproporcionais à sua média histórica de consumo, chegando a quantias que ultrapassam R$ 800,00 mensais — valor que se equipara ao de estabelecimentos comerciais de grande porte, o que é manifestamente incompatível com a realidade da Autora.

A Autora buscou esclarecimentos junto à concessionária ré, sem, contudo, obter resposta satisfatória ou solução para o problema. Não houve qualquer alteração na rotina da residência, tampouco acréscimo de moradores ou instalação de equipamentos que justificassem o aumento abrupto no consumo de água.

Ressalte-se que a Autora não possui condições financeiras de arcar com tais valores, o que vem comprometendo sua subsistência e dignidade, uma vez que depende exclusivamente de sua aposentadoria para custear suas despesas básicas.

Diante da cobrança abusiva e da ameaça de interrupção do fornecimento de água, bem essencial à vida e à saúde, a Autora se vê compelida a buscar a tutela jurisdicional para ver reconhecida a inexistência do débito, com a consequente suspensão da cobrança e repetição dos valores eventualmente pagos indevidamente.

4. DO DIREITO

A relação jurídica entre a Autora e a Ré é regida pelo Código de Defesa do Consumidor, nos termos do CDC, art. 2º e art. 3º, configurando-se como relação de consumo. A Autora, como consumidora final do serviço público essencial de fornecimento de água, é parte vulnerável e hipossuficiente, fazendo jus à aplicação da inversão do ônus da prova, conforme CDC, art. 6º, VIII.

A cobrança de valores manifestamente excessivos, sem qualquer justificativa técnica ou fática, configura prática abusiva, vedada pelo CDC, art. 39, V, que proíbe exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva.

Além disso, a ausência de comprovação do consumo real por parte da concessionária, aliada à constância de consumo histórico da Autora, impõe a adoção da média dos últimos 12 meses como parâmetro para eventual cobrança, nos termos da jurisprudência consolidada.

A Autora faz jus à tutela antecipada, nos termos do CPC/2015, art. 300, uma vez que estão presentes o fumus boni iuris — diante da cobrança abusiva e desproporcional �"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Cuida-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito cumulada com Pedido de Repetição de Indébito e Tutela Antecipada, proposta por M. F. da S. em face da Companhia de Saneamento Básico [Nome da Concessionária], objetivando a declaração de inexigibilidade de faturas de água com valores considerados abusivos, bem como a devolução de valores eventualmente pagos indevidamente.

A Autora, pessoa idosa, aposentada e hipossuficiente, relata o recebimento de cobranças mensais de água em valores desproporcionais ao seu histórico de consumo, sem que houvesse alteração no padrão de uso residencial. Alega, ainda, risco iminente de corte no fornecimento do serviço essencial, fato que comprometeria sua dignidade e subsistência.

Do Conhecimento da Demanda

Presentes os pressupostos processuais e condições da ação, conheço da presente demanda.

Da Fundamentação

Inicialmente, cumpre destacar que o fornecimento de água configura serviço público essencial, devendo ser prestado de forma contínua e eficiente, nos termos do art. 22 do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), sendo a relação entre as partes nitidamente de consumo (arts. 2º e 3º do CDC).

A jurisprudência pátria tem reconhecido que o lançamento de faturas com valores exorbitantes e incompatíveis com o histórico de consumo do consumidor enseja a adoção da média dos últimos doze meses como critério de cobrança, notadamente quando a concessionária não comprova, de modo técnico e inequívoco, a existência de consumo anormal ou erro na medição.

No caso em apreço, restou demonstrada a desproporcionalidade entre os valores cobrados e o padrão histórico da consumidora, pessoa idosa e aposentada, residente em imóvel de uso exclusivamente residencial. A concessionária, por sua vez, não apresentou prova técnica que justificasse o aumento abrupto das tarifas, tampouco demonstrou a existência de vazamentos no imóvel.

Dessa forma, reputo abusiva a cobrança impugnada, à luz do art. 39, V, do CDC, sendo cabível a sua desconstituição e a repetição dos valores eventualmente pagos indevidamente, nos termos do art. 42, parágrafo único, do mesmo diploma legal. Ainda que ausente prova de má-fé da Ré, é devida a restituição simples.

Quanto ao pedido de tutela antecipada, entendo presentes os requisitos do art. 300 do Código de Processo Civil. O periculum in mora se verifica na iminência de interrupção do fornecimento de água, bem essencial à vida e à dignidade humana (art. 1º, III, da Constituição Federal), e o fumus boni iuris é evidenciado pela cobrança desproporcional e não justificada.

Dispositivo

Ante o exposto, nos termos do art. 93, inciso IX, da Constituição Federal, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial para:

  • Declarar a inexistência do débito referente às faturas de água impugnadas;
  • Condenar a Ré à restituição simples dos valores pagos indevidamente, a serem apurados em liquidação de sentença;
  • Conceder a tutela provisória de urgência para determinar a imediata suspensão da exigibilidade das faturas impugnadas e proibir o corte do fornecimento de água no imóvel da Autora;
  • Determinar a inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC;
  • Condenar a Ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, conforme art. 85, §2º, do CPC.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Cidade], [data atual].

_______________________________________
Juiz de Direito


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