Modelo de Ação Declaratória de Nulidade de Contrato Particular de Divisão de Bens por Violação de Normas Sucessórias e Vício de Consentimento

Publicado em: 07/12/2023 Familia
Pedido judicial para anulação de contrato particular de divisão de bens celebrado entre o pai do falecido e a viúva, sem a devida abertura de inventário judicial. A ação fundamenta-se na violação de normas do Código Civil e do CPC/2015, além de vícios de consentimento e insegurança jurídica. O Requerente busca a declaração de nulidade do contrato, a abertura de inventário judicial e a partilha regular dos bens, com base nos princípios do direito sucessório, continuidade registral e devido processo legal.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Nome do Requerente: [Nome completo do cliente, qualificação completa, CPF, endereço e e-mail].

Nome do Requerido: [Nome completo da viúva, qualificação completa, CPF, endereço e e-mail].

PREÂMBULO

Por meio de seu advogado, conforme instrumento de procuração anexo, o Requerente vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO PARTICULAR DE DIVISÃO DE BENS

com fundamento nos artigos 166, 167 e 171 do Código Civil Brasileiro, bem como nos artigos 319 e seguintes do CPC/2015, em face de [nome do Requerido], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

DOS FATOS

O Requerente, pai do falecido [nome do filho], foi induzido a assinar um contrato particular de divisão de bens com a viúva de seu filho, [nome da viúva], sem a devida abertura de inventário judicial, em total desconhecimento de seus direitos e das implicações jurídicas do ato.

Os bens objeto do contrato, consistentes em imóveis, foram adquiridos exclusivamente pelo falecido antes de seu casamento com a Requerida, configurando-se, portanto, bens particulares, conforme disposto no CCB/2002, art. 1.659, I. Contudo, ao adquirir tais bens, o falecido não realizou a transferência formal para seu nome, o que gerou a situação de insegurança jurídica ora discutida.

O contrato de partilha foi celebrado de forma unilateral e sem a devida observância das normas legais aplicáveis à sucessão, especialmente no que tange à obrigatoriedade de abertura de inventário para a partilha de bens deixados pelo falecido, conforme previsto no CPC/2015, art. 610.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o contrato particular de divisão de bens celebrado entre as partes é nulo de pleno direito, nos termos do CCB/2002, art. 166, pois desrespeita normas cogentes do ordenamento jurídico, especialmente as que regem o direito sucessório.

O artigo 1.829 do CCB/2002 estabelece a ordem de vocação hereditária, sendo certo que o Requerente, na qualidade de ascendente do falecido, possui direito à herança, em concorrência com a viúva, nos termos da legislação vigente. A ausência de abertura de inventário e a realização de partilha extrajudicial configuram grave violação ao devido processo legal, previsto na CF/88, art. 5º, LIV.

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação declaratória de nulidade de contrato particular de divisão de bens, proposta pelo Requerente, pai do falecido, em face da viúva, Requerida. O autor alega vício de consentimento e violação de normas legais aplicáveis ao direito sucessório, requerendo a declaração de nulidade do contrato celebrado.

Os autos foram devidamente instruídos com documentos comprobatórios, sendo relevantes os pontos apresentados nos fatos e fundamentos jurídicos do requerimento inicial.

Fundamentação

Dos Fatos e do Direito

O contrato particular de divisão de bens celebrado entre as partes é questionado por violar normas imprescindíveis do ordenamento jurídico brasileiro. Conforme relatado, o contrato foi celebrado sem a abertura de inventário judicial, em afronta ao disposto no Código de Processo Civil de 2015, art. 610, que exige a formalidade do inventário para a partilha de bens deixados por pessoa falecida.

Além disso, o contrato em análise desrespeita o princípio da continuidade registral (Lei 6.015/73, art. 195), já que os bens não foram formalmente transferidos para o nome do falecido. Tal situação compromete a segurança jurídica e o devido processo legal, previsto no art. 5º, inciso LIV, da Constituição Federal de 1988.

Conforme dispõe o artigo 166 do Código Civil, são nulos os negócios jurídicos que não observam as normas cogentes. Nesse sentido, a ausência de consentimento livre e esclarecido do autor, que foi induzido a erro, configura vício de consentimento, conforme artigo 138 do Código Civil.

Do Direito Sucessório

Nos termos do art. 1.829 do Código Civil, o autor, na qualidade de ascendente do falecido, possui direito à herança em concorrência com a viúva. A ausência de inventário judicial para formalizar a partilha impede a correta aplicação da ordem de vocação hereditária, violando o direito sucessório.

Da Jurisprudência

Destaco jurisprudências relevantes que corroboram a nulidade de partilhas realizadas de forma unilateral e sem observância do direito sucessório:

  • TJSP (4ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível / Nulidade e Anulação de Partilha e Adjudicação de Herança Acórdão/TJSP: Reconheceu a nulidade de partilha extrajudicial realizada sem observância do direito sucessório.
  • TJSP (15ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: Destacou a necessidade de narrativa clara e adequada para a compreensão da pretensão do autor, reforçando a validade da presente ação.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento no art. 93, IX, da Constituição Federal de 1988, julgo procedente o pedido inicial para:

  1. Declarar a nulidade do contrato particular de divisão de bens celebrado entre as partes;
  2. Determinar a abertura de inventário judicial para a regular partilha dos bens deixados pelo falecido, com observância da ordem de vocação hereditária;
  3. Condenar a Requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do art. 85, §2º, do CPC/2015.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Local e data.

__________________________________________

Juiz(a) de Direito


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