Modelo de Agravo de Instrumento: Reconhecimento de União Estável e Inclusão como Herdeira em Inventário

Publicado em: 04/04/2025 CivelProcesso Civil Familia Sucessão
Recurso de Agravo de Instrumento interposto por S. M. D. perante o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, visando à reforma de decisão interlocutória que indeferiu o pedido de inclusão da Agravante como herdeira em processo de inventário. A Agravante alega ter convivido em união estável por mais de 27 anos com o falecido, J. J. R., e fundamenta seu pedido na evolução legislativa e jurisprudencial que equipara os direitos sucessórios de companheiros aos de cônjuges, conforme decidido no julgamento do RE 878.694/MG/STF. O recurso destaca a necessidade de garantir o princípio da dignidade da pessoa humana e o direito à igualdade entre vínculos familiares, além de solicitar efeito suspensivo para suspender os efeitos da decisão agravada até o julgamento final.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

Processo nº: 0031065-54.2010.8.12.0001
Origem: 6ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Campo Grande/MS

AGRAVANTE: S. M. D.
AGRAVADO: Espólio de J. J. R.

RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO

S. M. D., brasileira, viúva, aposentada, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua X, nº Y, Bairro Z, Campo Grande/MS, endereço eletrônico: email@email.com, por seus advogados infra-assinados, com escritório profissional situado na Rua Alfa, nº 123, Bairro Beta, Campo Grande/MS, endereço eletrônico: advocacia@email.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPC/2015, art. 1.015, inc. I, interpor o presente

AGRAVO DE INSTRUMENTO

em face da decisão interlocutória proferida nos autos do inventário em epígrafe, que indeferiu o pedido de inclusão da Agravante como herdeira do espólio de J. J. R., seu companheiro por mais de 27 anos, requerendo, desde já, a sua reforma, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor.

DOS FATOS

A Agravante conviveu em união estável com o falecido J. J. R. por mais de 27 anos, relação esta pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituição de família, da qual nasceu a filha S. R., reconhecida como herdeira nos autos do inventário.

Apesar de fartamente comprovada nos autos a existência da união estável, inclusive com reconhecimento tácito pelas demais partes e documentos que atestam a convivência, o MM. Juízo a quo indeferiu o pedido de inclusão da Agravante como herdeira, sob o fundamento de que não haveria previsão legal para tal reconhecimento no momento processual atual.

Ocorre que a decisão merece reforma, pois desconsidera a evolução legislativa e jurisprudencial que equipara os direitos sucessórios do companheiro aos do cônjuge, conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal e consagrado na jurisprudência pátria.

DO DIREITO

Nos termos do CCB/2002, art. 1.829, I, o cônjuge sobrevivente concorre com os descendentes na sucessão dos bens particulares do falecido. Após a declaração de inconstitucionalidade do CCB/2002, art. 1.790 pelo STF, em julgamento do RE 878.694/MG/STF, com repercussão geral reconhecida, restou pacificado que o companheiro sobrevivente possui os mesmos direitos sucessórios do cônjuge.

Assim, a Agravante, na qualidade de companheira do de cujus, com quem conviveu por mais de 27 anos e com quem constituiu família, faz jus à condição de herdeira, concorrendo com a filha comum do casal, S. R., na partilha dos bens particulares deixados pelo falecido.

O princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), aliado à igualdade entre os filhos e entre os vínculos familiares (CF/88, art. 226, § 3º), impõe a equiparação entre casamento e união es"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Introdução

Este voto é apresentado em análise ao Agravo de Instrumento interposto por S. M. D., com fundamento no Código de Processo Civil (CPC/2015, art. 1.015, inc. I), contra decisão interlocutória oriunda da 6ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Campo Grande/MS. A decisão agravada indeferiu o pedido de inclusão da Agravante como herdeira no inventário do Espólio de J. J. R..

Dos Fatos

A Agravante conviveu em união estável com o falecido por mais de 27 anos, relação que se comprova como pública, contínua, duradoura e com objetivo de constituição de família. Dessa união nasceu a filha S. R., reconhecida como herdeira no inventário.

Apesar de fartamente documentada a existência da união estável, o juízo de primeiro grau indeferiu o pedido de inclusão da Agravante como herdeira, sob o argumento de que não haveria previsão legal para tal reconhecimento no momento processual atual.

Fundamentos do Direito

A CF/88, art. 1º, III, o princípio da dignidade da pessoa humana, sendo reforçado pela CF/88, art. 226, § 3º, que equipara o casamento e a união estável como entidades familiares, garantindo igualdade de direitos e proteção jurídica.

Com a declaração de inconstitucionalidade do CCB/2002, art. 1.790, no julgamento do Recurso Extraordinário Acórdão/STF, restou pacificado que os direitos sucessórios do companheiro equiparam-se aos do cônjuge, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.829.

Ademais, o CPC/2015, art. 622, prevê a possibilidade de retificação da partilha antes do trânsito em julgado da sentença homologatória, o que reforça a natureza tempestiva do presente pedido.

Jurisprudência

Destaco os seguintes precedentes que corroboram o entendimento aqui exposto:

  • TJSP (1ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP
    \"Havendo união estável, há direito da companheira viúva de concorrer com os filhos quanto aos bens particulares do companheiro (CCB/2002, art. 1.829, I). Recurso provido.\"
  • TJSP (2ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP
    \"Decisão interlocutória que destituiu o agravante do cargo de inventariante. União estável que deve ser reconhecida judicialmente. Recurso desprovido.\"
  • TJRJ (22ª Câmara de Direito Privado) - Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ
    \"Decisão que indeferiu pedido de sobrestamento do feito até o julgamento da ação de reconhecimento de união estável. Reserva de bens é suficiente para assegurar os direitos da autora. Recurso desprovido.\"

Conclusão do Voto

Diante dos fatos apresentados e com base nos dispositivos constitucionais e legais citados, voto no sentido de dar provimento ao Agravo de Instrumento, reformando a decisão interlocutória proferida pelo juízo de primeiro grau, para:

  1. Reconhecer a união estável entre a Agravante e o de cujus;
  2. Determinar a inclusão da Agravante no polo ativo da sucessão, na condição de herdeira, concorrendo com a filha comum do casal;
  3. Condenar o Espólio ao pagamento das custas processuais e, se cabível, dos honorários advocatícios, em caso de resistência injustificada à pretensão da Agravante.

O presente voto está fundamentado na CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação de todas as decisões judiciais, e nos demais dispositivos legais e precedentes jurisprudenciais aplicáveis.

Decisão

Por todo o exposto, julgo procedente o pedido e conheço o recurso interposto, reformando a decisão agravada em favor da Agravante, nos termos acima.

É como voto.

Campo Grande/MS, ___ de ____________ de 2024.

Magistrado: Dr. Fulano de Tal


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