Modelo de Alegações Finais em Ação de Rescisão Contratual com Controvérsia sobre Avaliação de Benfeitorias

Publicado em: 26/03/2025 CivelProcesso Civil Direito Imobiliário
Modelo de alegações finais apresentado pelo réu em ação de rescisão contratual, com foco na controvérsia sobre a reavaliação judicial das benfeitorias realizadas no imóvel. O documento requer a desconsideração da nova avaliação pericial, alegando que o valor previamente aceito pelas partes deve prevalecer, em conformidade com os princípios da boa-fé objetiva e a proporcionalidade. Fundamenta-se no CPC/2015, art. 364, CPC/2015, art. 370 e CPC/2015, art. 489 e no CCB/2002, art. 422, além de apresentar precedentes jurisprudenciais para sustentar os pedidos.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº: __________

ALEGAÇÕES FINAIS

Requerente: __________

Requerido: __________

______________, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos termos do CPC/2015, art. 364, expondo e requerendo o que segue:

PREÂMBULO

Trata-se de ação de rescisão contratual ajuizada pela parte autora, empreendedora de lote, requerendo a reintegração de posse do lote objeto do contrato. Ocorre que o requerido, ora cliente, já havia quitado 6 (seis) parcelas do contrato e iniciado uma construção no imóvel, resultando em benfeitorias que foram inicialmente avaliadas pela autora, de forma particular, no valor de R$ 25.000,00. Tal valor foi aceito pelas partes à época, sem contestação.

No entanto, durante o cumprimento de sentença, o saldo a receber foi fixado em R$ 44.000,00. Posteriormente, por determinação judicial, foi realizada uma nova avaliação pericial das benfeitorias, que, em 11/04/2024, apurou o valor de R$ 117.477,00, gerando a controvérsia ora discutida.

DOS FATOS

Inicialmente, cumpre destacar que o requerido realizou o pagamento de 6 (seis) parcelas do contrato de compra e venda do lote e, em seguida, iniciou a construção de benfeitorias no imóvel. A empreendedora, ora autora, realizou uma avaliação particular das benfeitorias, atribuindo-lhes o valor de R$ 25.000,00, o qual foi aceito por ambas as partes à época.

Posteriormente, no curso do cumprimento de sentença, o saldo a receber foi fixado em R$ 44.000,00, considerando o valor das benfeitorias inicialmente apurado. Contudo, por determinação judicial, foi realizada nova avaliação pericial, que apurou o valor atualizado das benfeitorias em R$ 117.477,00, gerando a presente controvérsia.

O requerido entende que a nova avaliação pericial não deve prevalecer, uma vez que o valor das benfeitorias já havia sido previamente apurado e aceito pelas partes, não havendo qualquer impugnação à época. Além disso, a nova avaliação extrapola os limites do que seria razoável e proporcional, causando prejuízo ao requerido.

DO DIREITO

De acordo com o CPC/2015, art. 370, o juiz é o destinatário final das provas, cabendo-lhe decidir sobre a necessidade de produção de novas provas ou diligências. No presente caso, a nova avaliação pericial das benfeitorias foi realizada sem que houvesse qualquer impugnação ao valor anteriormente apurado e aceito pelas partes, o que torna desnecessária e desproporcional a nova avaliação.

Ademais, o CPC/2015, art. 489, "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Introdução

Trata-se de ação de rescisão contratual ajuizada pela parte autora, com controvérsia sobre a avaliação de benfeitorias realizadas no imóvel objeto do contrato. A controvérsia decorre de avaliação pericial que diverge do valor previamente aceito pelas partes, gerando impugnações no cumprimento de sentença.

Da Análise Hermenêutica

Dos Fatos

A parte autora ingressou com ação de rescisão contratual visando a reintegração de posse de lote, após o requerido ter quitado 6 (seis) parcelas do contrato. Após a construção de benfeitorias no imóvel, foram realizados dois laudos de avaliação com valores discrepantes: um inicial, aceito por ambas as partes, no valor de R$ 25.000,00, e um posterior, realizado por determinação judicial, que fixou o valor em R$ 117.477,00.

A controvérsia reside na validade da nova avaliação pericial, em face do valor previamente apurado e aceito pela autora e pelo requerido, e nos impactos dessa diferença no saldo a receber.

Do Direito

Nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, toda decisão judicial deve ser devidamente fundamentada, sob pena de nulidade. Ainda, o CPC/2015, art. 370 estabelece que o juiz é o destinatário final das provas, competindo-lhe decidir sobre a necessidade de produção de novas provas, desde que estas se mostrem indispensáveis.

No caso em tela, a nova avaliação pericial não foi precedida de impugnação válida ao valor anteriormente aceito pelas partes, fato que torna discutível a sua razoabilidade e proporcionalidade. Ademais, o CCB/2002, art. 422, impõe o princípio da boa-fé objetiva como vetor das relações contratuais, protegendo o ato jurídico perfeito e a segurança jurídica das partes envolvidas.

Da Jurisprudência

Em casos correlatos, os tribunais têm se posicionado no sentido de que avaliações periciais devem respeitar os limites da proporcionalidade e da razoabilidade, especialmente quando há elementos probatórios anteriores que conferem segurança jurídica às partes:

  • TJSP (32ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Decisão que reconheceu a prevalência de laudo pericial judicial devidamente fundamentado sobre laudos anteriores, respeitando os requisitos do CPC/2015, art. 489.
  • TJSP (30ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Decisão que anulou sentença por precipitação no encerramento de instrução processual, reforçando a necessidade de esclarecimentos periciais para garantir a regularidade do julgamento.

Do Voto

Diante dos fatos e fundamentos apresentados, passo ao julgamento da demanda:

1. Da Nova Avaliação Pericial

Considerando que o valor de R$ 25.000,00, atribuído às benfeitorias à época, foi aceito por ambas as partes sem impugnação, entendo que a nova avaliação pericial deve ser desconsiderada, haja vista a ausência de elementos que justifiquem sua necessidade e proporcionalidade.

2. Do Saldo a Receber

Determino que seja mantido o saldo a receber no valor de R$ 44.000,00, conforme fixado no cumprimento de sentença, respeitando os princípios da boa-fé objetiva e da segurança jurídica.

3. Das Custas Processuais e Honorários

Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados nos termos do artigo 85 do Código de Processo Civil.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, inciso IX, e demais dispositivos legais aplicáveis, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado pela parte requerida, para determinar que prevaleça o valor das benfeitorias fixado em R$ 25.000,00 e o saldo remanescente de R$ 44.000,00, conforme inicialmente apurado.

Condeno a parte autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa.

É como voto.

Local e Data: __________

__________________________________

Magistrado


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