Modelo de Apresentação de Alegações Finais em Defesa de Réu Acusado de Estupro de Vulnerável com Fundamentação em Erro de Tipo, Ausência de Dolo e Insuficiência de Provas

Publicado em: 01/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Documento apresenta alegações finais no processo penal movido contra F. L. dos S., acusado de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A) e concurso material (CP, art. 69). A defesa argumenta pela absolvição com base na ausência de dolo, erro de tipo, inexistência de violência ou grave ameaça e insuficiência de provas. O advogado sustenta que o réu não tinha conhecimento da idade da vítima, que aparentava ser maior de 14 anos, e que a ausência de elementos probatórios robustos impede a condenação, invocando o princípio da presunção de inocência. Subsidiariamente, pleiteia-se a desconsideração de agravantes e a aplicação da pena mínima, caso mantida a condenação.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE VITÓRIA – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Processo nº: [inserir número do processo]

ALEGAÇÕES FINAIS

F. L. dos S., já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado constituído, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, nos termos do CPC/2015, art. 403, § 3º c/c CPP, art. 394, § 5º, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

PREÂMBULO

O presente feito trata de ação penal movida pelo Ministério Público, que denunciou o réu pela prática dos crimes previstos no CP, art. 217-A (estupro de vulnerável) e CP, art. 69 (concurso material), com base na Lei 8.072/1990, art. 2º, § 1º, e na agravante do CP, art. 61, II, "i". O réu, no entanto, nega a prática de conduta dolosa e apresenta sua defesa com base na ausência de dolo, erro de tipo e ausência de provas suficientes para condenação.

DOS FATOS

Conforme narrado nos autos, F., de 18 anos, conheceu A. em um bar frequentado exclusivamente por maiores de idade. Após uma conversa amigável e troca de beijos, ambos decidiram, de forma consensual, ir para um local reservado, onde praticaram sexo oral e vaginal. No dia seguinte, F. descobriu, por meio de redes sociais, que A. tinha apenas 13 anos.

A vítima, em seu depoimento, confirmou que o ato foi consensual e que frequentava regularmente bares destinados a adultos, acompanhada de amigas. As testemunhas de defesa afirmaram que Ana aparentava ter mais de 14 anos, enquanto a perícia não conseguiu comprovar que aquele foi o primeiro ato sexual da vítima.

DO DIREITO

I. DA AUSÊNCIA DE DOLO E ERRO DE TIPO

O CP, art. 217-A exige, para a configuração do crime de estupro de vulnerável, que o agente tenha ciência inequívoca da idade da vítima. No caso em tela, F. não tinha conhecimento de que Ana era menor de 14 anos, sendo induzido a erro pelas circunstâncias do caso concreto.

A vítima frequentava um bar destinado a maiores de idade, aparentava ser mais velha, e, em nenhum momento, informou sua verdadeira idade ao réu. O erro de tipo, previsto no CP, art. 20, caput, exclui o dolo e, consequentemente, a culpabilidade do agente, devendo ser reconhecido no presente caso.

II. DA INEXISTÊNCIA DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA

O depoimento da vítima foi claro ao afirmar que o ato sexual foi consensual, não havendo qualquer indício de violência ou grave ameaça. A ausência de violência física ou psicológica descaracteriza o tipo penal imputado ao réu, reforçando a tese de que não houve prática criminosa.

III. DO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Nos termos da CF/88, art. 5º, LVII, "ninguém será considerado"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo nº: [inserir número do processo]

I. Relatório

Trata-se de ação penal movida pelo Ministério Público em face de F. L. dos S., acusado da prática dos crimes previstos no CP, art. 217-A (estupro de vulnerável) e CP, art. 69 (concurso material), com base na Lei 8.072/1990, art. 2º, § 1º,  e na agravante do CP, art. 61, II, \"i\".

Os fatos narrados dão conta de que o acusado, após conhecer a vítima A., de apenas 13 anos de idade, em um bar frequentado por maiores de idade, manteve relações sexuais consensuais com a mesma, sem ter ciência de sua real idade. A defesa sustenta a ausência de dolo, erro de tipo e insuficiência de provas, requerendo a absolvição do réu nos termos do CPP, art. 386, III e VII.

II. Fundamentação

1. Do Princípio da Presunção de Inocência

Nos termos da CF/88, art. 5º, LVII, \"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória\". Este princípio, aliado ao postulado do in dubio pro reo, assegura que a condenação somente poderá ocorrer mediante a existência de prova robusta e inequívoca da prática do crime e do dolo do agente.

2. Da Ausência de Dolo e Erro de Tipo

O CP, art. 217-A exige, para a configuração do crime de estupro de vulnerável, que o agente tenha ciência inequívoca da idade da vítima. No caso em análise, restou demonstrado que o acusado foi induzido a erro, considerando que:

  • A vítima frequentava um bar destinado exclusivamente a maiores de idade;
  • Aparência física da vítima, conforme depoimentos de testemunhas, indicava ser maior de 14 anos;
  • Não houve qualquer informação prévia por parte da vítima acerca de sua verdadeira idade.

O erro de tipo, nos termos do CP, art. 20, caput, exclui o dolo e, consequentemente, a culpabilidade do acusado, devendo ser reconhecido no presente caso.

3. Da Inexistência de Violência ou Grave Ameaça

Os autos demonstram que o ato sexual foi consensual, conforme confirmado pela própria vítima. Não há qualquer indício de violência física ou grave ameaça, elementos indispensáveis para a configuração do estupro de vulnerável nos moldes imputados pela acusação.

4. Da Insuficiência de Provas

O conjunto probatório produzido revela-se insuficiente para fundamentar uma condenação. A palavra da vítima, embora relevante, não foi corroborada por outros elementos que demonstrem a ciência inequívoca do acusado sobre a idade da menor. Nos termos da jurisprudência consolidada, \"em um Estado Democrático de Direito não se admite uma condenação fundada em conjecturas, mas apenas e tão-somente em prova segura e hábil a afastar a presunção de inocência insculpida na CF/88, art. 5º, LVII\" (TJRJ, Sétima Câmara Criminal, Apelação Acórdão/TJRJ).

III. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, voto no sentido de dar procedência ao pedido defensivo para absolver o acusado F. L. dos S., com fulcro no CPP, art. 386, III e VII, reconhecendo a ausência de provas suficientes para condenação e o erro de tipo que exclui o dolo.

Determino, ainda, a revogação de eventuais medidas restritivas impostas ao réu, se existentes, e a expedição de alvará de soltura, caso esteja preso, salvo se por outro motivo deva permanecer custodiado.

IV. Conclusão

Este é o voto que submeto à apreciação do colegiado, confiando no elevado discernimento dos demais membros deste Tribunal para a prolação de decisão que assegure a mais lídima justiça.

Vitória/ES, 28 de março de 2025.

Magistrado

Nome: [nome do magistrado]


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