Modelo de Contestação à Alegação de Impenhorabilidade de Imóvel com Base na Lei 8.009/90

Publicado em: 21/03/2025 CivelProcesso Civil Impenhorabilidade
Contestação apresentada pelo Exequente em processo de execução, refutando a alegação de impenhorabilidade do imóvel indicado à penhora pelo Executado. O documento argumenta que o bem não preenche os requisitos legais para ser considerado bem de família, conforme a Lei 8.009/1990, destacando a ausência de comprovação de que o imóvel é utilizado como residência permanente. Inclui análise dos fatos, fundamentos jurídicos com base no CPC/2015 e jurisprudência pertinente, e requer o indeferimento da alegação, além da continuidade da execução.

CONTESTAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________

Processo nº: [inserir número do processo]

Exequente: [Nome do Exequente]

Executado: [Nome do Executado]

[Nome do Exequente], já qualificado nos autos da EXECUÇÃO em epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com fundamento no CPC/2015, art. 350, apresentar a presente CONTESTAÇÃO à alegação de impenhorabilidade do imóvel indicado à penhora, nos termos a seguir expostos:

PREÂMBULO

A presente contestação tem como objetivo refutar a alegação de impenhorabilidade do imóvel indicado à penhora pelo Executado, sob o fundamento de que o bem seria considerado bem de família, conforme a Lei 8.009/1990. Contudo, como será demonstrado, o Executado não conseguiu comprovar de forma cabal que o imóvel é utilizado como sua residência permanente, não preenchendo, assim, os requisitos legais para a proteção conferida pela referida legislação.

DOS FATOS

1. A presente execução tramita há quase dez anos, sem que fossem encontrados bens em nome do Executado para satisfação do crédito exequendo.

2. Em 11/10/2023, o Executado recebeu, por herança de sua irmã, um imóvel que foi imediatamente indicado à penhora pelo Exequente, na tentativa de garantir o cumprimento da obrigação.

3. O Executado, por sua vez, apresentou impugnação à penhora, alegando que o imóvel seria impenhorável por se tratar de bem de família, nos termos da Lei 8.009/1990.

4. Contudo, o Executado não conseguiu comprovar que o imóvel é utilizado como sua residência permanente, apresentando apenas uma conta de luz recente, referente ao mês de dezembro de 2024, em seu nome, o que é manifestamente insuficiente para caracterizar o imóvel como bem de família.

DO DIREITO

5. A Lei 8.009/1990, art. 1º, caput, estabelece que o imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável, salvo nas hipóteses previstas na própria lei. Contudo, para que o imóvel seja considerado bem de família, é imprescindível que seja comprovado que ele é utilizado como residência permanente da entidade familiar.

6. O ônus da prova para demonstrar que o imóvel é utilizado como moradia permanente recai sobre o Executado, conforme disposto no CPC/2015, art. 373, I. No caso em tela, o Executado não apresentou provas suficientes para comprovar que o imóvel indicado à penhora é efetivamente utilizado como sua residência.

7. A apresentação de uma única conta de luz recente, referente ao mês de dezembro de 2024, não é suficiente para demonstrar a ocupação contínua e permanente do imóvel pelo Executado. Trata-se de um documento isolado e produzido unilateralmente, que não comprova a utilização do imóvel como moradia permanente.

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de contestação apresentada pelo Exequente contra alegação do Executado de impenhorabilidade do imóvel indicado à penhora, sob o fundamento de que se trata de bem de família, nos termos da Lei 8.009/1990. A questão gira em torno da ausência de comprovação por parte do Executado de que o imóvel em questão é utilizado como sua residência permanente, o que é requisito essencial para reconhecimento da referida proteção legal.

Da Análise Hermenêutica entre os Fatos e o Direito

Com base nos autos, verifico que o Executado não logrou êxito em apresentar provas cabais que demonstrem a utilização do imóvel como sua moradia permanente. A única prova trazida aos autos é uma conta de luz recente, referente ao mês de dezembro de 2024, documento isolado e insuficiente para caracterizar o imóvel como bem de família.

A Lei 8.009/1990, art. 1º, estabelece que o imóvel residencial próprio do casal ou da entidade familiar é impenhorável, salvo nas hipóteses previstas em lei. Contudo, exige-se comprovação inequívoca de que o imóvel é utilizado como residência permanente. Conforme disposto no CPC/2015, art. 373, inciso I, o ônus da prova recai sobre o Executado, que não conseguiu cumprir tal exigência.

Dos Fundamentos Constitucionais e Legais

O direito fundamental à moradia, previsto na CF/88, art. 6º, é garantido em consonância com as leis infraconstitucionais. No presente caso, a Lei 8.009/90 busca proteger o direito à moradia, mas condiciona tal proteção à comprovação de que o imóvel em questão é utilizado como residência permanente. A ausência de comprovação robusta, como registros de ocupação contínua ou declarações fiscais, inviabiliza o reconhecimento da impenhorabilidade.

Da Jurisprudência Aplicável

O entendimento jurisprudencial é consolidado no sentido de que a mera apresentação de documentos isolados, como contas de consumo, não é suficiente para comprovar a utilização do imóvel como moradia permanente. Nesse sentido:

\"O imóvel só pode ser considerado bem de família impenhorável quando comprovado que é utilizado como residência permanente da entidade familiar, conforme a Lei 8.009/1990. A prova da impenhorabilidade do imóvel como bem de família cabe à parte que alega, sendo insuficientes documentos em nome de terceiros ou atos unilaterais, como atas notariais, sem comprovação cabal da residência.\" (TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP)
\"A impenhorabilidade prevista na Lei 8.009/1990 exige comprovação de que o imóvel é utilizado como moradia permanente da entidade familiar, ônus que incumbe à parte que alega tal benefício.\" (TJSP, Agravo de Instrumento Acórdão/TJSP)

Do Posicionamento do Magistrado

Diante da ausência de provas suficientes por parte do Executado para demonstrar que o imóvel indicado à penhora é utilizado como sua residência permanente, não se verifica o preenchimento dos requisitos legais para aplicação da proteção conferida pela Lei 8.009/1990.

Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, inciso IX, voto pela procedência do pedido do Exequente e, consequentemente:

  • Rejeito a alegação de impenhorabilidade do imóvel indicado à penhora;
  • Determino o prosseguimento da execução com a manutenção da penhora sobre o imóvel indicado;
  • Condeno o Executado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos do CPC/2015, art. 85.

É como voto.

[Local], [Data]

Magistrado: [Nome do Magistrado]


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