Modelo de Contestação em Ação Pauliana: Defesa de Alienação e Doação de Imóveis por Idosos e Inexistência de Fraude Contra Credores
Publicado em: 20/03/2025 CivelProcesso CivilEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE __________
Processo nº: __________
CONTESTAÇÃO
R. A. DE C. B. e M. A. B., já qualificados nos autos da AÇÃO PAULIANA movida por VFS EMPREENDIMENTO E ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA., vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de seus advogados, apresentar a presente CONTESTAÇÃO, com fundamento no CPC/2015, art. 335 e seguintes, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
PREÂMBULO
Os contestantes, idosos (87 e 80 anos), enfrentaram grave situação de saúde, com a esposa acometida por câncer em 2019. Em razão disso, e visando organizar o patrimônio familiar, alienaram um imóvel a sua filha e genro e doaram outro imóvel, com reserva de usufruto vitalício, aos seus filhos. Ambos os atos foram realizados de forma lícita, com anuência de todos os filhos, pagamento de tributos (ITCMD, FUNJUS) e obtenção de certidões negativas, demonstrando a boa-fé dos contestantes.
DOS FATOS
Em 2018, os contestantes assumiram a posição de fiadores em contrato de locação firmado entre a empresa locadora (autora) e o locatário. À época, os contestantes possuíam dois imóveis: um utilizado como residência e outro como investimento.
Em junho de 2019, diante da grave doença da esposa e da idade avançada de ambos, decidiram alienar o imóvel de investimento à filha e ao genro, mediante escritura pública de compra e venda, com anuência de todos os filhos. O imóvel foi posteriormente vendido a terceiros, estando atualmente registrado em nome de terceiros.
Na mesma época, os contestantes doaram o imóvel residencial aos filhos, com reserva de usufruto vitalício, também por escritura pública. Contudo, as escrituras não foram registradas à época.
Em outubro de 2020, a autora ajuizou ação de execução contra o locatário e os fiadores, cobrando aluguéis desde junho de 2019. No curso da execução, foi determinada a penhora do imóvel doado. Os donatários ajuizaram embargos de terceiro, que foram julgados procedentes, determinando a baixa da penhora.
Agora, a autora ajuíza a presente ação pauliana, alegando fraude contra credores, buscando anular os atos de alienação e doação realizados pelos contestantes.
DO DIREITO
1. INEXISTÊNCIA DE FRAUDE CONTRA CREDORES
Nos termos do CCB/2002, art. 158, para a configuração de fraude contra credores, é necessário que o ato jurídico tenha causado a insolvência do devedor e que tenha havido consilium fraudis (intenção de prejudicar credores). Nenhum desses requisitos está presente no caso em tela.
Primeiramente, os contestantes não se tornaram insolventes com a alienação e a doação dos imóveis,"'>...