Modelo de Contra-Razões ao Recurso Inominado: Defesa de Consumidor Contra Contratação Não Solicitada de Cartão de Crédito Consignado pelo Banco Pan S.A.

Publicado em: 19/03/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Documento jurídico elaborado para apresentar contra-razões ao recurso inominado interposto pelo Banco Pan S.A. no processo envolvendo prática abusiva de contratação não solicitada de cartão de crédito consignado em desfavor de um aposentado. O texto defende a manutenção da sentença de primeiro grau, que declarou a nulidade do contrato, determinou a suspensão dos descontos, a restituição dos valores descontados e a condenação do banco ao pagamento de danos morais. Fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, no princípio da boa-fé objetiva e em jurisprudências pertinentes.

CONTRA-RAZÕES AO RECURSO INOMINADO

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Recorrente: Banco Pan S.A.

Recorrido: M. L. M. F.

Origem: 6º Juizado Especial Cível de Brasília - DF

PREÂMBULO

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Juiz(a) de Direito do 6º Juizado Especial Cível de Brasília - DF,

M. L. M. F., já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, por meio de seu advogado, apresentar suas CONTRA-RAZÕES AO RECURSO INOMINADO interposto por Banco Pan S.A., nos termos do CPC/2015, art. 1010, §1º, requerendo o regular processamento e posterior remessa ao Colégio Recursal, para que seja mantida a r. sentença de primeiro grau, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos.

DOS FATOS

O Recorrido, aposentado, foi surpreendido com o crédito de valores em sua conta bancária, vinculado a um contrato de cartão de crédito consignado que ele jamais solicitou ou autorizou. Tal operação foi realizada unilateralmente pelo Banco Pan S.A., sem qualquer anuência do Recorrido.

Inconformado com a conduta abusiva do banco, o Recorrido consignou judicialmente o valor creditado, buscando a declaração de inexistência de relação jurídica, a nulidade do contrato e a cessação de descontos em seu benefício previdenciário. A sentença de primeiro grau julgou parcialmente procedente a demanda, determinando a nulidade da operação, a suspensão dos descontos e a devolução dos valores descontados, além de condenar o banco ao pagamento de danos morais.

O Banco Pan S.A., inconformado, interpôs recurso inominado, alegando que a contratação foi regular, com base em documentos digitais, incluindo uma CNH vencida, e que o Recorrido poderia ter solicitado o cancelamento da operação nos termos do art. 17-A da Instrução Normativa INSS/PRES nº 28/08. Contudo, tais argumentos não merecem prosperar, conforme será demonstrado a seguir.

DO DIREITO

1. DA NULIDADE DO CONTRATO NÃO SOLICITADO

O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) protege o consumidor contra práticas abusivas, especialmente em situações de contratação não solicitada. O CDC, art. 39, III, veda expressamente o envio ou entrega de produtos ou serviços sem solicitação prévia do consumidor. No caso em tela, o Recorrido jamais solicitou ou autorizou a contratação do cartão de crédito consignado, configurando-se prática abusiva por parte do banco.

Além disso, o CDC, art. 6º, IV, assegura ao consumidor a proteção contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. A conduta do banco, ao realizar crédito não solicitado, viola frontalmente este dispositivo.

2. DA IMPOSSIBILIDADE DE CONTATO COM O BANCO

O argumento do Recorrente de que o Recorrido poderia ter solicitado o cancelamento da operaç�"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Processo

Número do Processo: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

Recorrente: Banco Pan S.A.

Recorrido: M. L. M. F.

Origem: 6º Juizado Especial Cível de Brasília - DF

Voto do Magistrado

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Julgador(a),

Nos termos da CF/88, art. 93, IX, passo a fundamentar meu voto com base nos fatos e no direito aplicável ao caso em tela.

1. Dos Fatos

Conforme se depreende dos autos, o Recorrido, aposentado, foi surpreendido com a realização de crédito em sua conta bancária vinculado a um contrato de cartão de crédito consignado que não foi solicitado ou autorizado. Tal operação foi realizada unilateralmente pelo Banco Pan S.A., sem qualquer anuência ou consentimento do Recorrido.

A sentença de primeiro grau foi proferida no sentido de declarar a nulidade do contrato, determinar a suspensão dos descontos ilegais realizados sobre o benefício previdenciário do Recorrido, ordenar a devolução dos valores descontados e fixar danos morais em favor do Recorrido.

O Recorrente, inconformado, interpôs recurso, argumentando que a contratação foi regular, utilizando documentos digitais, inclusive uma CNH vencida, e sustentando que o Recorrido poderia ter solicitado o cancelamento da operação administrativamente. Contudo, tais alegações não merecem acolhimento.

2. Da Fundamentação Jurídica

2.1 Da Nulidade da Contratação Não Solicitada

Nos termos do CDC, art. 39, III, é vedado ao fornecedor de produtos ou serviços realizar qualquer contratação sem solicitação prévia do consumidor. O caso em análise configura prática abusiva, já que o Recorrido não autorizou a contratação do cartão de crédito consignado.

Adicionalmente, o CDC, art. 6º, IV, garante proteção contra práticas abusivas e cláusulas impostas. A conduta do banco, ao realizar crédito não solicitado, afronta diretamente tais dispositivos legais, justificando a declaração de nulidade do contrato.

2.2 Do Atendimento Inadequado e Princípios Violados

O argumento do Recorrente de que o Recorrido poderia ter resolvido a situação administrativamente não se sustenta, visto que o banco não disponibilizou canais de atendimento eficazes. Tal conduta viola os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e o dever de informação (CDC, art. 6º, III), agravando a situação do Recorrido e justificando a busca de amparo judicial.

2.3 Da Devolução dos Valores e Danos Morais

A devolução dos valores descontados indevidamente e a condenação por danos morais encontram suporte no CDC, art. 14 e na Súmula 479/STJ, que estabelece que \"as instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias\".

A conduta abusiva do banco gerou angústia e sofrimento ao Recorrido, configurando-se o dano moral indenizável.

3. Da Jurisprudência Aplicável

Destaco precedentes que corroboram a tese apresentada:

  • Apelação Cível Acórdão/TJSP - TJSP: \"Parte ré não se desincumbiu do ônus probatório a ela atribuído (CPC/2015, art. 373, II, e CPC/2015, art. 429, II e o CDC, art. 6º, VIII, e CDC, art.14, § 3º). Responsabilidade objetiva do banco (CDC, art. 14 e Súmula 479/STJ).\"
  • Recurso Inominado Cível Acórdão/TJSP - TJSP: \"A simples impugnação genérica da regularidade do contrato não é suficiente para desconstituir a relação jurídica firmada, sendo necessária prova robusta para tanto.\"
  • Apelação Cível Acórdão/TJSP - TJSP: \"Contratações não reconhecidas, decorrentes da atuação desautorizada ou fraudulenta de terceiros, acarretam danos morais quando demonstrada a cobrança vexatória ou dano à reputação.\"

4. Conclusão

Ante o exposto, voto no sentido de conhecer o recurso interposto pelo Recorrente, mas negá-lo provimento, mantendo integralmente a sentença de primeiro grau que:

  1. Declarou a nulidade da operação contratual não solicitada;
  2. Determinou a suspensão dos descontos indevidos;
  3. Fixou a devolução dos valores descontados;
  4. Condenou o banco ao pagamento de danos morais.

Condeno o Recorrente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da legislação vigente.

É como voto.

[LOCAL], [DATA]

[NOME DO MAGISTRADO]

Juiz(a) de Direito


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