Modelo de Defesa em Ação de Execução Fiscal - Alegação de Ilegitimidade, Nulidade de Intimação e Descumprimento do Princípio da Menor Onerosidade

Publicado em: 26/11/2024 Processo Civil Tributário
Este modelo de defesa em uma ação de execução fiscal visa demonstrar a ilegitimidade do executado para responder por débitos de IPTU, dado que o imóvel em questão já havia sido vendido, bem como argumentar pela nulidade de atos processuais como a intimação e o parcelamento do débito em nome do executado sem sua ciência. Também se requer a desconstituição da penhora online devido à ausência de intimação válida e à violação ao princípio da menor onerosidade. A peça apresenta argumentos para assegurar o pleno exercício do direito de defesa e a correção dos atos processuais inadequados.

Defesa em Ação de Execução - Alegação de Descumprimento - Termo de IPTU - Parcelamento - Penhora Online

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___

Processo nº: ___
Executado: J. F. da S.
Exequente: Município de ___

Nome e qualificação das partes

J. F. da S., brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPF sob o nº ___, residente e domiciliado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, CEP ___, Cidade ___, Estado ___, e com endereço eletrônico ___, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado constituído, apresentar DEFESA na Ação de Execução movida pelo Município de ___, conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas:

I - Dos Fatos

O executado foi surpreendido com a inclusão de termo de parcelamento de IPTU referente ao imóvel situado na Rua ___, nº ___, Bairro ___, Cidade ___, mesmo após a venda deste imóvel a uma terceira pessoa, cujo registro de transferência não foi realizado junto ao Cartório de Registro de Imóveis competente. O parcelamento do referido débito foi feito em nome do vendedor, sem a sua anuência ou ciência, gerando, assim, um prejuízo indevido ao executado.

Além disso, há de se destacar que, após o parcelamento, foi feita uma tentativa de penhora online em contas do executado, sem que ele tivesse sequer sido intimado pessoalmente da existência do parcelamento. Ressalta-se que uma terceira pessoa, completamente desconhecida do executado, assinou o mandado de intimação em nome do mesmo, o que torna tal intimação absolutamente inválida, nos termos do CPC/2015, art. 247.

O imóvel em questão foi vendido por meio de contrato particular de compra e venda celebrado com A. P. da S., e, desde então, a posse do imóvel foi transferida para a compradora, que se tornou responsável por todas as obrigações relativas ao imóvel, incluindo o pagamento do IPTU. O não registro do contrato junto ao Cartório de Registro de Imóveis não altera a realidade dos fatos, uma vez que o executado deixou de exercer qualquer poder sobre o bem e, consequentemente, não poderia ser responsabilizado pelos tributos incidentes sobre o mesmo.

A situação se agravou ainda mais quando o Município de ___, ignorando completamente os fatos narrados e sem realizar uma investigação adequada, incluiu o nome do executado no parcelamento de dívida referente ao IPTU. Essa inclusão foi feita sem qualquer comunicação prévia ou consentimento do executado, ferindo gravemente os seus direitos e causando sérios prejuízos financeiros e morais.

II - Da Ilegitimidade do Executado

O executado alega ser parte ilegítima para responder pelo débito referente ao IPTU em questão, uma vez que o imóvel já havia sido vendido para A. P. da S., conforme contrato particular de compra e venda firmado em ___, de forma que o débito tributário deveria ser atribuído ao real possuidor do imóvel, nos termos do CTN, art. 34.

O Código Tributário Nacional estabelece que o sujeito passivo do IPTU é o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título do imóvel, cabendo à compradora A. P. da S. arcar com os encargos tributários desde a data da celebração do contrato, independentemente do registro formal da transferência junto ao Cartório de Registro de Imóveis. Dessa forma, não há como imputar ao executado a responsabilidade pelo débito de IPTU, pois ele já não exercia a posse direta ou indireta sobre o imóvel no período de ocorrência dos fatos geradores.

O executado nunca mais teve acesso ao imóvel desde a data da venda, e todas as obrigações decorrentes do uso e gozo do bem passaram a ser de responsabilidade exclusiva da compradora. A ausência de registro do contrato de compra e venda não pode ser utilizada para justificar a cobrança indevida do IPTU em nome do executado, visto que o registro público é apenas uma formalidade necessária para a publicidade do ato e não para a validade da transferência da posse. Dessa forma, o executado reitera que é parte ilegítima para responder pela presente execução fiscal.

III - Da Nulidade da Intimação e do Termo de Parcelamento

O executado não teve ciência prévia do parcelamento realizado em seu nome, tampouco foi intimado pessoalmente da execução, circu"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Fatos
O executado, J. F. da S., foi surpreendido ao descobrir a existência de um termo de parcelamento de IPTU referente ao imóvel situado na Rua [endereço completo], mesmo após a venda do referido imóvel para uma terceira pessoa, A. P. da S. A venda foi realizada através de contrato particular de compra e venda, mas o registro da transferência não foi formalizado junto ao Cartório de Registro de Imóveis, mantendo formalmente o imóvel em nome do vendedor. Posteriormente, ocorreu a penhora online de valores em contas do executado, sem que ele fosse intimado de forma válida. A intimação foi realizada a uma pessoa desconhecida, que assinou em nome do executado, tornando-a inválida conforme CPC/2015, art. 247.

Desde a venda do imóvel, o executado não mais exercia qualquer poder ou posse sobre o bem, e, portanto, considera-se ilegítimo para responder por tributos incidentes após a alienação. A ausência de registro da transferência de propriedade não afasta a posse e a responsabilidade do comprador pelas obrigações relativas ao imóvel, como o pagamento do IPTU.

Direito
O executado alega sua ilegitimidade para responder pelo débito de IPTU, com base no CTN, art. 34, que estabelece que o sujeito passivo do IPTU é o proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a qualquer título do imóvel. Desde a assinatura do contrato de compra e venda, a responsabilidade pela posse e, consequentemente, pelo pagamento do tributo, passou a ser da compradora, A. P. da S., independentemente de registro formal da transferência no cartório.

Além disso, a intimação realizada por terceiro desconhecido, que assinou em nome do executado, configura nulidade absoluta dos atos subsequentes, nos termos do CPC/2015, art. 247 e art. 280. Tal nulidade afeta o direito do executado de exercer ampla defesa e contraditório, princípios garantidos pelo CF/88, art. 5º, LV. Sem uma intimação válida, o executado foi impedido de participar ativamente do processo de execução e de contestar as alegações feitas contra ele.

Outro ponto crucial da defesa é a violação ao princípio da menor onerosidade (CPC/2015, art. 805). A penhora online realizada de forma arbitrária e sem anuência do executado foi excessivamente gravosa, comprometendo sua subsistência e a gestão de suas obrigações empresariais. Esse princípio tem por objetivo assegurar que a execução se dê pelo meio menos prejudicial ao devedor, respeitando sua dignidade e preservando condições mínimas para sua subsistência.

Defesas Opostas pela Parte Contrária
A parte exequente (Município) poderá argumentar que, formalmente, o executado ainda é o proprietário do imóvel, uma vez que o contrato de compra e venda não foi registrado junto ao Cartório de Registro de Imóveis, mantendo, portanto, sua responsabilidade pelo pagamento do IPTU. Assim, o município poderá sustentar que o registro da propriedade no cartório é o critério determinante para definir quem é o sujeito passivo da obrigação tributária, conforme a publicidade inerente aos registros públicos.

Além disso, o município poderá alegar que a penhora online foi necessária para assegurar a satisfação do crédito tributário, que é dotado de preferência, e que as tentativas de intimação pessoal se deram de acordo com os meios disponíveis, sem que houvesse ilegalidade no ato.

Também poderá sustentar que o princípio da menor onerosidade não afasta o dever do executado de pagar suas obrigações tributárias, e que a penhora online se mostra um mecanismo legítimo e eficaz para assegurar o cumprimento dessas obrigações.

Conceitos e Definições do Documento

  • Execução Fiscal: Procedimento judicial pelo qual a Fazenda Pública visa cobrar créditos tributários ou não tributários, através da penhora e posterior venda dos bens do devedor.
  • Penhora Online: Medida utilizada na execução fiscal para bloqueio de valores existentes em contas bancárias do devedor, visando a satisfação do crédito do exequente.
  • Ilegitimidade Passiva: Situação em que a parte contra quem se move a ação não é a responsável pela obrigação discutida, não podendo ser demandada no processo.
  • Nulidade da Intimação: Falha em ato processual que, por não atender os requisitos legais, prejudica o direito da parte de ser notificada validamente e, consequentemente, exercer o direito de defesa.
  • Princípio da Menor Onerosidade: Princípio processual que determina que a execução deve ocorrer da forma menos onerosa possível para o devedor, de modo a evitar prejuízos desproporcionais.

Considerações Finais
O modelo de defesa em ação de execução fiscal se fundamenta na ilegitimidade do executado, considerando a venda do imóvel e a transferência da posse para a compradora, o que afasta sua responsabilidade pelo pagamento do IPTU. Além disso, são apontadas nulidades processuais, como a intimação inválida, e violação ao princípio da menor onerosidade, em razão da penhora online indevida. A defesa busca garantir o pleno exercício dos direitos do executado, assegurando que não seja prejudicado por débitos e atos processuais que não lhe dizem respeito.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Apelação contra Sentença de Internação de Menor com Pedido de Substituição por Medida Menos Gravosa

Modelo de Apelação contra Sentença de Internação de Menor com Pedido de Substituição por Medida Menos Gravosa

Publicado em: 26/11/2024 Processo Civil Tributário

Modelo de apelação visando a reforma de sentença que determinou a medida socioeducativa de internação por prazo indeterminado de um menor acusado de ato infracional. O recurso destaca a desproporcionalidade da medida aplicada, argumentando que o menor foi coagido a participar da infração e que não há periculosidade que justifique a internação. Solicita-se a substituição por medida de liberdade assistida, considerando o histórico do menor, seu envolvimento com estudos e atividades esportivas, e o compromisso da família em proporcionar um ambiente adequado para sua recuperação.

Acessar

Modelo de Petição para Suspensão e Anulação de Execução Fiscal por Ilegitimidade Ativa

Modelo de Petição para Suspensão e Anulação de Execução Fiscal por Ilegitimidade Ativa

Publicado em: 22/04/2024 Processo Civil Tributário

Modelo de petição jurídica que contesta a inclusão errônea de um indivíduo em execução fiscal por construção irregular, com fundamentação em ilegitimidade ativa e jurisprudência relevante.

Acessar

Modelo de Petição para Anulação de Débito Fiscal com Solicitação de Tutela Antecipada

Modelo de Petição para Anulação de Débito Fiscal com Solicitação de Tutela Antecipada

Publicado em: 08/07/2024 Processo Civil Tributário

Modelo de peça processual para Ação Anulatória de Débito Fiscal com Pedido de Tutela Antecipada, visando ao cancelamento de nota fiscal emitida indevidamente pela plataforma Hotmart com incidência errada de tributos, com fundamentação legal e constitucional.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 19,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 29,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 26,63 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 79,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 21,65 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 129,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 15,70 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 219,90

Parcele em até 6x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.