Modelo de Defesa Prévia em Ação Penal por Furto Simples com Pedido de Rejeição da Denúncia e Aplicação do Princípio da Insignificância

Publicado em: 07/04/2025 Direito Penal Processo Penal
Defesa prévia apresentada em processo criminal que imputa ao acusado a prática de furto simples, com causa de aumento de pena em razão do repouso noturno, conforme o CP, art. 155, § 1º. A defesa fundamenta-se na ausência de provas suficientes, aplicação do princípio do in dubio pro reo, bem como na atipicidade da conduta com base no princípio da insignificância, considerando o valor do bem e a primariedade do réu. São requeridos o rejeitamento da denúncia, a absolvição sumária ou, subsidiariamente, a produção de provas e a concessão de justiça gratuita.

DEFESA PRÉVIA

PREÂMBULO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Laguna – SC

Processo nº: (informar número do processo)

TH. F. A. S., já qualificado nos autos da Ação Penal que lhe move o Ministério Público do Estado de Santa Catarina, por intermédio de seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua X, nº Y, Bairro Z, Laguna/SC, endereço eletrônico: advogado@exemplo.com, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no CPP, art. 396-A, apresentar sua

DEFESA PRÉVIA

em face da denúncia que lhe imputa a prática do crime previsto no CP, art. 155, § 1º, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

DOS FATOS

O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado TH. F. A. S., imputando-lhe a prática do crime de furto simples, com causa de aumento de pena em razão do repouso noturno, previsto no CP, art. 155, § 1º.

Segundo a peça acusatória, no dia 15 de junho de 2022, entre 2h e 4h05min, o denunciado teria subtraído aproximadamente sete tampas de bueiro, avaliadas em R$ 1.573,00, pertencentes ao Município de Laguna. A denúncia foi embasada em depoimentos de dois guardas municipais, D. M. C. e L. de A., que teriam presenciado ou relatado os fatos.

O Ministério Público requer a instauração do processo criminal, a citação do réu para apresentar defesa e a fixação de valor mínimo para reparação do dano.

DO DIREITO

1. DA AUSÊNCIA DE PROVAS SUFICIENTES PARA A INSTRUÇÃO CRIMINAL

O conjunto probatório apresentado na denúncia é insuficiente para justificar a instauração da ação penal. A imputação baseia-se exclusivamente em depoimentos de agentes públicos, sem qualquer elemento material que comprove a autoria ou a materialidade do delito.

Nos termos do CPP, art. 386, VII, o réu deve ser absolvido quando não houver prova suficiente para a condenação. A jurisprudência pátria é firme no sentido de que a condenação penal exige prova robusta e inequívoca da autoria e da materialidade do delito, sob pena de violação ao princípio do in dubio pro reo, consagrado na CF/88, art. 5º, LVII.

2. DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO

O princípio da presunção de inocência impõe que toda dúvida razoável quanto à autoria ou materialidade do crime seja interpretada em favor do réu. No caso em tela, não há qualquer prova direta da participação de TH. F. A. S. na subtração das tampas de bueiro. A simples menção de seu nome por testemunhas não supre a exigência de certeza mínima para o prosseguimento da ação penal.

Como bem pontua o CPP, art. 155, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, sendo inadmissível basear-se apenas em elementos colhidos na fase inquisitorial, como é o caso da presente denúncia.

3. DA ATIPICIDADE DA CONDUTA – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

Embora o valor estimado das tampas de bueiro seja de R$ 1.573,00, é necessário considerar a jurisprudência consolidada que admite a aplicação do princípio da insignificância em casos de furto de bens públicos, desde que ausente relevante ofensividade da conduta, periculosidade d"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Preâmbulo

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca de Laguna – SC

Processo nº: (informar número do processo)

Trata-se de denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina em face do réu TH. F. A. S., imputando-lhe a prática do crime previsto no CP, art. 155, § 1º, em razão de suposto furto de sete tampas de bueiro pertencentes ao Município de Laguna.

Análise dos Fatos e do Direito

1. Da Insuficiência de Provas

Conforme narrado nos autos, a denúncia baseia-se exclusivamente em depoimentos prestados por agentes públicos, sem a apresentação de elementos materiais que comprovem a autoria ou a materialidade do delito. Nos termos do CPP, art. 386, VII, a ausência de provas suficientes obsta a condenação do acusado.

Ademais, a CF/88, art. 5º, LVII, consagra o princípio da presunção de inocência, que determina que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Portanto, a dúvida quanto à autoria ou materialidade deve ser resolvida em favor do réu (in dubio pro reo).

2. Do Princípio da Insignificância

A jurisprudência do STF e do STJ admite a aplicação do princípio da insignificância em casos de furto de bens de pequeno valor, desde que ausente relevante ofensividade da conduta, periculosidade do agente e reprovabilidade da ação. No caso concreto, o valor do bem subtraído, embora superior a um salário mínimo, não se revela suficiente para justificar a persecução penal, considerando-se a primariedade do réu e a ausência de circunstâncias agravantes.

3. Da Jurisprudência Aplicável

Destaco precedentes que corroboram a aplicação do princípio da insignificância:

  • TJRJ (3ª Câmara Criminal) - Apelação Acórdão/TJRJ: \"Nenhuma acusação se presume provada e não compete ao réu demonstrar a sua inocência. A condenação deve estar lastreada em evidências inequívocas.\"
  • TJSP (7ª Câmara de Direito Criminal) - Apelação Criminal Acórdão/TJSP: \"O princípio do in dubio pro reo impõe que dúvidas quanto à culpabilidade do réu sejam resolvidas em seu favor.\"

Fundamentação Jurídica

Nos termos da CF/88, art. 93, IX, todas as decisões judiciais devem ser devidamente fundamentadas. Assim, considerando os elementos dos autos, a doutrina e a jurisprudência aplicáveis, concluo que:

  1. Não há prova suficiente da autoria ou materialidade do delito, o que enseja a absolvição do réu, com base no CPP, art. 386, VII.
  2. A conduta imputada ao réu é atípica, à luz do princípio da insignificância, conforme entendimento consolidado do STF.

Dispositivo

Ante o exposto, conheço da presente ação penal e, com fundamento no CPP, art. 386, VII, voto pela absolvição de TH. F. A. S., em razão da ausência de provas suficientes para a condenação. Alternativamente, reconheço a atipicidade da conduta do réu, com a aplicação do princípio da insignificância, e determino o arquivamento do processo.

Determino, ainda, a exclusão do nome do réu de quaisquer registros relacionados a esta ação penal, caso existentes, e a restituição de eventuais bens apreendidos, nos termos da legislação aplicável.

Conclusão

Essa é a minha decisão, fundamentada na Constituição Federal e nas normas do Código Penal e do Código de Processo Penal, com respaldo na jurisprudência dos Tribunais Superiores.

Publique-se. Intimem-se. Cumpra-se.

Laguna/SC, data da decisão.

Nome do Magistrado
Juiz de Direito
Vara Criminal da Comarca de Laguna – SC


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