Modelo de Pedido de Reconsideração em Medida Protetiva de Urgência para Readequação de Alimentos Provisórios com Base no Trinômio Necessidade, Possibilidade e Proporcionalidade

Publicado em: 07/04/2025 CivelProcesso Civil Advogado Familia
Petição de pedido de reconsideração apresentada em medida protetiva de urgência no âmbito da Lei Maria da Penha, solicitando a majoração dos alimentos provisórios anteriormente fixados. A autora justifica a necessidade com base em sua situação de vulnerabilidade econômica e emocional, agravada pela dependência financeira durante a união estável com o requerido. Fundamentada no CPC/2015, art. 505, parágrafo único, e no CCB/2002, art. 1.694, § 1º, a petição reforça os princípios constitucionais de dignidade humana e proteção à mulher em situação de violência doméstica. A peça apresenta farta documentação probatória e requer, subsidiariamente, audiência de justificação para análise da capacidade financeira do requerido.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE [INSERIR COMARCA]

Processo nº: [INSERIR NÚMERO DO PROCESSO]

SRA. L. [Luculene], já qualificada nos autos da medida protetiva de urgência em face de R. [Réu], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com endereço eletrônico [inserir e-mail], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no CPC/2015, art. 505, parágrafo único, e demais dispositivos legais aplicáveis, apresentar o presente

PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO

em face da decisão que arbitrou o valor da prestação de alimentos provisórios, pelos fundamentos de fato e de direito que passa a expor:

DOS FATOS

A Requerente viveu em união estável com o Requerido por mais de [inserir tempo de convivência], período no qual constituiu-se uma relação de dependência econômica e emocional, agravada pelo fato de que o Requerido impedia a Requerente de exercer atividade profissional, inclusive assinando sua carteira de trabalho com salário mínimo, como forma de controle e limitação de sua autonomia.

Durante a convivência, todos os compromissos financeiros do casal foram assumidos em nome da Requerente, inclusive:

  • Contrato de aluguel do imóvel em que residiam;
  • Parcelas do financiamento do segundo imóvel adquirido pelo casal;
  • Condomínio de ambos os imóveis;
  • Contas de água, luz e telefonia celular;
  • Demais despesas ordinárias da vida em comum.

Após o deferimento das medidas protetivas, foi arbitrado valor de alimentos provisórios em patamar que não cobre sequer os encargos mínimos assumidos pela Requerente, os quais foram contraídos em benefício do núcleo familiar e com a anuência do Requerido.

Importante destacar que a Requerente encontra-se sem fonte de renda própria, em razão da coação psicológica e econômica imposta pelo Requerido, o qual, mesmo tendo capacidade laborativa e patrimonial, não contribui adequadamente para a manutenção da subsistência da Requerente.

Documentos comprobatórios seguem anexos, incluindo cópias dos contratos, faturas, carteira de trabalho da Requerente e demais elementos que demonstram a veracidade das alegações.

DO DIREITO

O pedido de reconsideração encontra amparo no CPC/2015, art. 505, parágrafo único, que autoriza a modificação da decisão judicial quando houver fato novo ou modificação na situação fática que justifique a revisão da medida anteriormente imposta.

Nos termos do CCB/2002, art. 1.694, § 1º, os alimentos devem ser fixados com base no trinômio necessidade – possibilidade – proporcionalidade. No presente caso, a necessidade da Requerente é evidente, diante da ausência de renda própria e da existência de múltiplas obrigações financeiras assumidas em nome dela, em benefício do casal.

Por outro lado, a possibilidade do Requerido de arcar com valor superior ao fixado também se evidencia, uma vez que ele se encontra em atividade laboral e não demonstra qualquer incapacidade financeira real. A mera constituição de nova família, por si só, não é suficiente para justificar a redução da obrigação alimentar, conforme entendimento consolidado da jurisprudência.

Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III) e da proteção integral da mulher em situação de violência doméstica (CF/88, art. 22"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de pedido de reconsideração formulado pela Senhora L. [Luculene], no âmbito de medida protetiva de urgência, em face da decisão que fixou alimentos provisórios em valor considerado insuficiente para suprir suas necessidades básicas e compromissos financeiros assumidos durante a união estável com o Requerido R. [Réu].

Dos Fatos

Os fatos apresentados pela Requerente indicam uma relação de dependência econômica e emocional gerada durante a união estável, agravada pelo comportamento do Requerido, que teria impedido a Requerente de exercer atividade profissional. Diante da situação de vulnerabilidade, a Requerente alega não possuir fonte de renda própria, enquanto o Requerido, que possui capacidade laborativa, não contribui adequadamente para sua subsistência.

Documentos comprobatórios, como contratos, faturas, carteira de trabalho e outros, foram anexados aos autos para demonstrar a veracidade das alegações.

Dos Fundamentos Jurídicos

A CF/88, art. 93, inciso IX, determina que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade. Nesse sentido, passo a fundamentar o presente voto, considerando os fatos apresentados e o arcabouço jurídico aplicável.

O CCB/2002, art. 1.694, § 1º, prevê que os alimentos devem ser fixados com base no trinômio necessidade – possibilidade – proporcionalidade. No caso em análise, a necessidade da Requerente é evidente, diante da ausência de renda própria e das diversas obrigações financeiras assumidas em benefício do casal. Por outro lado, o Requerido possui condições financeiras para arcar com um valor superior ao fixado, não havendo comprovação de incapacidade financeira real.

Ainda, a CF/88, art. 1º, inciso III, consagra o princípio da dignidade da pessoa humana, enquanto a CF/88, art. 226, § 8º, impõe ao Estado o dever de proteção integral à mulher em situação de violência doméstica. Estes dispositivos, em conjunto com a Lei Maria da Penha ( Lei 11.340/2006), reforçam a necessidade de garantir à Requerente condições mínimas de sobrevivência e autonomia, especialmente diante da situação de violência relatada.

Jurisprudência Aplicável

Colaciono jurisprudências que corroboram o entendimento ora adotado:

  • TJRJ – Agravo de Instrumento Acórdão/TJRJ: \"Os alimentos são fixados com base no trinômio necessidade - possibilidade - proporcionalidade, de acordo com a possibilidade de quem paga e a necessidade de quem recebe. (...) Constituição de nova família, por si só, não justifica redução da obrigação alimentar.\"
  • TJSP – Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Alimentos devem observar o binômio possibilidade e necessidade, atentando-se à razoabilidade e à ausência de comprovação cabal da incapacidade financeira do alimentante.\"
  • TJSP – Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Percentual de desconto mantido em 20% dos rendimentos líquidos, garantindo subsistência do alimentando e respeitando os limites do alimentante.\"

Conclusão e Decisão

Diante do exposto, entendo que o pedido formulado pela Requerente merece acolhimento. A insuficiência do valor fixado anteriormente compromete a efetividade da medida protetiva e viola os princípios constitucionais que norteiam a proteção à mulher em situação de violência doméstica.

Assim, voto por dar procedência ao pedido de reconsideração, determinando a majoração do valor dos alimentos provisórios para valor que atenda minimamente às necessidades da Requerente, conforme demonstrado nos autos. Subsidiariamente, determino a realização de audiência de justificação, com intimação do Requerido para apresentar comprovação de sua real capacidade financeira.

Determino, ainda, a intimação do Ministério Público para manifestação, nos termos da Lei 11.340/2006.

Dispositivo

Ante o exposto, conheço do recurso interposto e, no mérito, dou-lhe provimento, na forma supra fundamentada.

Publique-se. Intimem-se.

[Cidade], [Data]

_____________________________________
Magistrado(a)
Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher
Comarca de [INSERIR COMARCA]


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