Modelo de Petição Inicial de Ação de Responsabilidade Civil Contra Clínica e Médico

Publicado em: 27/08/2024 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de petição inicial para uma ação de responsabilidade civil contra uma clínica e um médico, envolvendo pedido de indenização por danos materiais, morais e produtivos. A peça aborda fundamentos legais, constitucionais, e jurídicos, com argumentação detalhada e defesas que podem ser opostas.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da [Vara Cível] da Comarca de [Cidade - UF]

W. V., brasileiro, aposentado, portador do RG nº [número], inscrito no CPF/MF sob o nº [número], residente e domiciliado na [endereço completo], por intermédio de seu advogado que esta subscreve, com escritório profissional na [endereço do escritório], onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E PRODUTIVOS C/C TUTELA DE URGÊNCIA

em face de M. A., médico, portador da Identidade CRM nº [número do CRM], com endereço profissional na [endereço completo], e CLÍNICA OCULISTAS ASSOCIADOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:

I – DOS FATOS

O Autor, aos 64 anos de idade e com histórico de alta miopia, foi atendido pelo Réu, Dr. M. A., na Clínica Oculistas Associados. Durante a consulta realizada em 30 de abril de 2024, o Réu, desconsiderando o estado de saúde do Autor, submeteu-o a procedimentos que resultaram em perda significativa da visão do seu único olho funcional.

O Autor, que já havia perdido a visão do olho direito devido a descolamento de retina, passou a depender completamente da visão do olho esquerdo para suas atividades cotidianas e produção literária. Após o atendimento, o Autor percebeu uma piora drástica em sua visão, o que foi posteriormente diagnosticado pela própria clínica como irreversível.

II – DO DIREITO

II.1 – Da Responsabilidade Civil do Médico e da Clínica

Nos termos do CCB/2002, art. 186, aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar dano a outrem comete ato ilícito. A responsabilidade do médico é solidária com a clínica, conforme CCB/2002, art. 932, III, pois esta responde pelos atos dos profissionais que nela atuam, devendo reparar os danos causados ao Autor.

II.2 – Da Responsabilidade com Base no Código de Defesa do Consumidor

O CDC, art. 14, caput, estabelece a responsabilidade objetiva dos prestadores de serviços, que são responsáveis pelos danos causados independentemente de culpa. No presente caso, a Clínica e o Médico Réu devem responder solidariamente pelos danos materiais, morais e produtivos sofridos pelo Autor.

II.3 – Da Violação ao Código de Ética Médica

O Código de Ética Médica, art. 1º, impõe ao médi"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

A presente ação de responsabilidade civil visa reparar os danos sofridos pelo Autor, que, após atendimento negligente realizado pelo Médico Réu, perdeu a visão de seu único olho funcional. A responsabilidade solidária entre o Médico e a Clínica é evidente, tendo em vista a relação de prestação de serviços estabelecida e o nexo causal entre a conduta dos Réus e os danos experimentados pelo Autor.

O Código de Defesa do Consumidor e o Código Civil fornecem os fundamentos legais para a responsabilização dos Réus, enquanto o Código de Ética Médica impõe ao médico o dever de cuidado, violado no presente caso. A ação busca garantir a reparação integral dos danos, tanto materiais quanto morais e produtivos, assegurando ao Autor o ressarcimento pelos prejuízos sofridos.

Considerações Finais

Este modelo de petição inicial é uma ferramenta essencial para advogados que atuam na defesa dos direitos dos consumidores, especialmente em casos de responsabilidade civil médica. A peça processual está fundamentada nos princípios constitucionais e legais que regem a proteção ao consumidor e a responsabilidade civil, assegurando uma defesa robusta e eficaz.

TÍTULO: MODELO DE PETIÇÃO INICIAL PARA AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRA CLÍNICA E MÉDICO ENVOLVENDO INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, MORAIS E PRODUTIVOS


Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgar algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico, não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X, a decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder" – Lei 8.112/1990, art. 116, VI. Da mesma forma, a CF/88, art. 5º, II, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRASE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ ou ‘NOVA PESQUISA’ e adicionar uma ‘PALAVRA CHAVE’. Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma ‘PALAVRA CHAVE’, normalmente usada nos acórdãos.

1. Responsabilidade Civil do Médico e da Clínica

A responsabilidade civil do médico e da clínica está fundamentada na teoria da culpa e na responsabilidade objetiva, respectivamente. O médico responde pelos danos causados por imperícia, imprudência ou negligência, enquanto a clínica, como prestadora de serviços, pode ser responsabilizada objetivamente pelos danos causados aos pacientes.

Legislação: CDC, art. 14 – Estabelece a responsabilidade objetiva dos fornecedores de serviços, incluindo clínicas e hospitais.

Jurisprudência:

Responsabilidade civil do médico

Responsabilidade civil da clínica


2. Danos Materiais

Os danos materiais são aqueles que afetam o patrimônio do paciente, como despesas médicas adicionais, tratamentos corretivos, e perda de bens. Na petição inicial, deve-se detalhar todos os danos materiais sofridos e apresentar as provas correspondentes, como recibos, notas fiscais e laudos médicos.

Legislação: CCB/2002, art. 402 – Define os danos materiais e a obrigação de reparação.

Jurisprudência:

Danos materiais

Indenização por danos materiais


3. Danos Morais

Os danos morais são aqueles que atingem a esfera íntima e psicológica do paciente, causando sofrimento, angústia ou humilhação. No caso de procedimentos médicos mal realizados, a indenização por danos morais é comum, devendo ser requerida na petição inicial com base em precedentes jurisprudenciais.

Legislação: CCB/2002, art. 186 – Responsabiliza quem causa dano moral a outrem.

Jurisprudência:

Danos morais causados por médicos

Indenização por danos morais


4. Danos Produtivos

Os danos produtivos decorrem da incapacidade temporária ou permanente do paciente para realizar suas atividades profissionais, resultando em perda de renda. A indenização por danos produtivos deve ser pleiteada com base em provas de rendimento anterior e laudos médicos que comprovem a incapacidade.

Legislação: CCB/2002, art. 950 – Trata da indenização por invalidez parcial ou total que impede o exercício profissional.

Jurisprudência:

Danos produtivos

Indenização por danos produtivos


5. Código de Defesa do Consumidor Aplicado à Responsabilidade Médica

O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às relações médico-paciente, principalmente quando se trata de clínicas e hospitais. O paciente é considerado consumidor e a clínica ou o médico, fornecedores de serviços, devendo responder objetivamente por falhas na prestação do serviço.

Legislação: CDC, art. 14 – Estabelece a responsabilidade objetiva nas relações de consumo.

Jurisprudência:

Código de Defesa do Consumidor na responsabilidade médica

Responsabilidade objetiva médica


6. Código de Ética Médica e Responsabilidade

O Código de Ética Médica orienta a conduta profissional dos médicos e estabelece padrões de atendimento que, se não observados, podem resultar em responsabilidade civil. A violação do Código pode ser usada como fundamento para a ação de indenização por erro médico.

Legislação: Código de Ética Médica, Capítulo I – Estabelece os deveres dos médicos e as infrações éticas.

Jurisprudência:

Código de Ética Médica

Erro médico e ética profissional


7. Provas Obrigatórias na Ação de Responsabilidade Civil

É fundamental apresentar provas documentais e testemunhais que comprovem a falha na prestação do serviço médico, como prontuários, laudos periciais, e depoimentos. A falta de provas robustas pode comprometer o sucesso da ação.

Legislação: CPC/2015, art. 373 – Estabelece o ônus da prova nas ações judiciais.

Jurisprudência:

Provas obrigatórias na responsabilidade civil

Erro médico e provas


8. Argumentos na Petição Inicial

Na petição inicial, os argumentos devem ser claros e bem fundamentados, destacando os atos ilícitos, a relação de causalidade entre o ato e o dano, e o nexo de imputação. A petição deve também demonstrar o dever de indenizar e o valor estimado para a reparação.

Legislação: CPC/2015, art. 319 – Define os requisitos da petição inicial.

Jurisprudência:

Argumentos na petição inicial

Responsabilidade civil e argumentos


9. Legitimidade Ativa e Passiva na Ação de Responsabilidade Civil

A legitimidade ativa cabe ao paciente que sofreu o dano, enquanto a legitimidade passiva recai sobre o médico e a clínica envolvidos. Ambos podem ser solidariamente responsáveis, e a legitimidade deve ser claramente demonstrada na petição inicial.

Legislação: CPC/2015, art. 18 – Trata da legitimidade ativa e passiva.

Jurisprudência:

Legitimidade ativa e passiva na responsabilidade civil

Solidariedade na responsabilidade médica


10. Citação e Intimação das Partes

A citação e intimação das partes são atos processuais essenciais para garantir o contraditório e a ampla defesa. Devem ser realizadas conforme as normas processuais, sob pena de nulidade do processo.

Legislação: CPC/2015, art. 238 – Dispõe sobre a citação e intimação das partes.

Jurisprudência:

Citação e intimação das partes

Nulidade por falha na citação e intimação


11. Honorários Advocatícios Contratuais e de Sucumbência

Os honorários advocatícios contratuais e de sucumbência devem ser tratados na petição inicial, considerando o valor da causa e a complexidade do caso. O CPC/2015 regula a forma de fixação desses honorários.

Legislação: CPC/2015, art. 85 – Regula os honorários advocatícios.

Jurisprudência:

Honorários advocatícios contratuais e de sucumbência

Fixação de honorários advocatícios


12. Prescrição e Decadência na Ação de Responsabilidade Civil

Verificar o prazo prescricional é crucial na ação de responsabilidade civil. A prescrição pode variar de três a cinco anos, dependendo do caso, e deve ser alegada como defesa na contestação, caso ultrapassado o prazo legal.

Legislação: CCB/2002, art. 206 – Estabelece os prazos de prescrição nas ações de indenização.

Jurisprudência:

Prescrição na responsabilidade civil

Decadência na responsabilidade civil


13. Valor da Causa e Implicações na Ação

O valor da causa deve ser estimado considerando todos os danos pleiteados (materiais, morais e produtivos). O valor influencia diretamente o cálculo das custas processuais e a fixação dos honorários advocatícios.

Legislação: CPC/2015, art. 292 – Estabelece as regras para fixação do valor da causa.

Jurisprudência:

Valor da causa na responsabilidade civil

Valor da causa em ações de indenização

 

 


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Petição inicial de ação de indenização por danos morais e materiais movida por paciente contra três clínicas médicas, com fundamento em falha na prestação de serviços médicos durante procedimento cirúrgico. O documento detalha os fatos que resultaram em complicações à saúde do autor, os fundamentos jurídicos baseados no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e Constituição Federal, e apresenta pedidos de reparação financeira e responsabilização das rés.

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