Modelo de Recurso Especial interposto por J. F. dos S. contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de [UF] visando desclassificação ou absolvição no crime de estupro de vulnerável com fundamento na CF/88, art. 105, III

Publicado em: 28/04/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal
Modelo de Recurso Especial criminal apresentado por réu condenado por estupro de vulnerável, requerendo reforma do acórdão para desclassificação para importunação sexual ou absolvição por insuficiência probatória, com base na CF/88, CPC/2015, jurisprudência do STJ e princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório e presunção de inocência.

RECURSO ESPECIAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de [UF],
Para posterior remessa ao Superior Tribunal de Justiça – STJ

2. PREÂMBULO

RÉU: J. F. dos S.
Recorrente: J. F. dos S.
Recorrido: Ministério Público do Estado de [UF]
Processo nº: [número do processo]
Origem: [Vara Criminal da Comarca de ...]
Endereço eletrônico do Recorrente: [email protected]
Endereço eletrônico do Recorrido: [email protected]
Por seu advogado (instrumento de mandato anexo), O. P. de S. (OAB/[UF][número]), com escritório profissional na [endereço completo], endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor RECURSO ESPECIAL com fundamento na CF/88, art. 105, III, "a" e "c", e no CPC/2015, art. 1.029 e seguintes, em face do acórdão proferido pela [Câmara/Seção] Criminal deste Egrégio Tribunal, pelas razões a seguir expostas.

3. SÍNTESE DOS FATOS

O Recorrente, J. F. dos S., foi denunciado e condenado em primeira instância pela prática do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), supostamente cometido contra sua filha menor de 14 anos. A defesa, desde o início, sustentou a ausência de provas suficientes para a condenação, especialmente diante do depoimento testemunhal da mãe da infante, M. A. de S., que afirmou em juízo não ter presenciado qualquer conduta ilícita por parte do Recorrente, bem como não ter observado alterações comportamentais na criança que indicassem abuso.

Em grau de apelação, o Tribunal de Justiça manteve a condenação, afastando a tese defensiva de desclassificação para o crime de importunação sexual (CP, art. 215-A), sob o argumento de que a prova testemunhal não seria suficiente para afastar a presunção de vulnerabilidade e a configuração do tipo penal mais grave.

A defesa, inconformada, interpõe o presente Recurso Especial, visando a desclassificação do delito para importunação sexual, ou, subsidiariamente, o reconhecimento da insuficiência probatória para a condenação pelo crime de estupro de vulnerável, com base no conjunto probatório, especialmente no depoimento da mãe da vítima, que se mostrou favorável ao Recorrente.

4. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE

O presente Recurso Especial preenche todos os requisitos legais exigidos:

  • Cabimento: O acórdão recorrido foi proferido por Tribunal de Justiça estadual, sendo impugnado por meio de recurso especial, nos termos da CF/88, art. 105, III.
  • Tempestividade: O recurso é tempestivo, pois interposto dentro do prazo legal (CPC/2015, art. 1.003, § 5º).
  • Exaurimento das Instâncias Ordinárias: Todas as teses foram oportunamente suscitadas e debatidas nas instâncias ordinárias.
  • Prequestionamento: As matérias objeto do recurso foram expressamente enfrentadas pelo acórdão recorrido.
  • Repercussão Federal: A controvérsia envolve interpretação de lei federal (CP, art. 217-A e CP, art. 215-A), além de divergência jurisprudencial.
  • Legitimidade e Interesse Recursal: O Recorrente é parte legítima e possui interesse na reforma do julgado.

Assim, presentes os pressupostos extrínsecos e intrínsecos, requer-se o processamento do recurso.

5. DO DIREITO

5.1. DA DESCLASSIFICAÇÃO PARA IMPOSSIBILIDADE DE CONFIGURAÇÃO DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL

O tipo penal do estupro de vulnerável (CP, art. 217-A) exige, para sua configuração, a prática de conjunção carnal ou de outro ato libidinoso com menor de 14 anos, independentemente de violência ou grave ameaça, pois a lei presume a vulnerabilidade absoluta da vítima.

Contudo, a defesa sustenta que, no caso concreto, não restou comprovada a prática de ato libidinoso, tampouco qualquer conduta que configure o tipo penal em sua inteireza. O depoimento da mãe da criança, M. A. de S., foi categórico ao afirmar que não presenciou qualquer fato ilícito, tampouco percebeu mudanças comportamentais na infante, o que fragiliza sobremaneira a acusação.

A jurisprudência do STJ reconhece que, embora a palavra da vítima tenha especial relevância nos crimes sexuais, ela deve ser corroborada por outros elementos de prova (REsp 2.030.233/MT/STJ). No caso, a ausência de elementos externos e a existência de testemunho favorável ao acusado impõem dúvida razoável quanto à autoria e materialidade do delito.

Ademais, a tentativa de desclassificação para o crime de importunação sexual (CP, art. 215-A) encontra óbice na jurisprudência consolidada do STJ, que, no julgamento do Tema 1.121/STJ, firmou entendimento de que, havendo dolo específico de satisfazer à lascívia, a prática de ato libidinoso com menor de 14 anos configura estupro de vulnerável, sendo impossível a desclassificação para importunação sexual, independentemente da superficialidade da conduta.

Entretanto, caso Vossas Excelências entendam que não restou comprovada a prática de ato libidinoso, a absolvição do Recorrente é medida que se impõe, diante da ausência de provas suficientes para a condenação, em respeito ao princípio do in dubio pro reo e à necessidade de certeza"'>...

Para ter acesso a íntegra dessa peça processual Adquira um dos planos de acesso do site, ou caso você já esteja cadastrado ou já adquiriu seu plano clique em entrar no topo da pagina:


Copyright LEGJUR
Todos os modelos de documentos do site Legjur são de uso exclusivo do assinante. É expressamente proibida a reprodução, distribuição ou comercialização destes modelos sem a autorização prévia e por escrito da Legjur.
Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de Recurso Especial interposto por J. F. dos S. contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de [UF], que manteve a condenação do Recorrente pela prática do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), supostamente cometido contra sua filha menor de 14 anos. A defesa sustenta, em síntese, a ausência de provas suficientes para a condenação, notadamente diante do depoimento da mãe da vítima, M. A. de S., que afirmou não ter presenciado qualquer conduta ilícita por parte do Recorrente, tampouco alterações comportamentais na infante. Alternativamente, pleiteia a desclassificação do delito para importunação sexual (CP, art. 215-A) ou a absolvição pela insuficiência probatória.

II. FUNDAMENTAÇÃO

1. Admissibilidade do Recurso

Preenchidos os requisitos de admissibilidade previstos na CF/88, art. 105, III e CPC/2015, arts. 1.029 e seguintes, conheço do presente Recurso Especial.

2. Dos Fatos e das Provas

O conjunto probatório mostra-se frágil. Embora a palavra da vítima tenha especial relevância em crimes sexuais, conforme entendimento pacífico do Superior Tribunal de Justiça (REsp Acórdão/STJ), exige-se que tal depoimento esteja corroborado por outros elementos de prova. No caso, a mãe da criança, M. A. de S., que convivia cotidianamente com a vítima, declarou em juízo não ter presenciado qualquer conduta ilícita, tampouco percebeu alterações de comportamento na filha.

Não há nos autos outros elementos de convicção que corroborem, de forma inequívoca, a materialidade e autoria do delito imputado ao Recorrente. O princípio constitucional da presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LVII) e o devido processo legal (CF/88, art. 5º, LIV) impõem que nenhuma condenação pode ser mantida diante de dúvida razoável quanto à ocorrência do fato típico.

Ressalte-se que, para a configuração do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A), é imprescindível a demonstração da prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 14 anos, independentemente de violência ou grave ameaça, por presunção absoluta de vulnerabilidade. Todavia, a materialidade do ato libidinoso não restou comprovada nos autos.

Conforme já decidiu o STJ, “a condenação criminal exige certeza quanto à autoria e materialidade, não se admitindo presunções desfavoráveis ao réu quando há dúvida razoável, sob pena de violação ao devido processo legal e à presunção de inocência” (REsp Acórdão/STJ).

3. Da Impossibilidade de Desclassificação para Importunação Sexual

Em relação ao pedido subsidiário de desclassificação para o crime de importunação sexual (CP, art. 215-A), a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que, havendo prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, o fato configura estupro de vulnerável, independentemente da superficialidade da conduta, não sendo possível a desclassificação para importunação sexual (Tema 1.121/STJ; REsp Acórdão/STJ).

No entanto, diante da inexistência de provas seguras quanto à ocorrência de ato libidinoso, não se evidencia, igualmente, a configuração do crime de importunação sexual.

4. Princípios Constitucionais e Hermenêutica

A CF/88, art. 93, IX, impõe ao magistrado o dever de fundamentar suas decisões, permitindo o controle da legalidade e racionalidade do julgado. Desta forma, à luz dos fatos apurados nos autos e dos princípios da presunção de inocência, contraditório, ampla defesa e legalidade estrita, não é possível manter a condenação do Recorrente.

A proteção integral à criança e ao adolescente (CF/88, art. 227) não pode servir de fundamento para condenação sem lastro probatório suficiente, sob pena de inversão do devido processo legal.

III. DISPOSITIVO

Ante o exposto, conheço do Recurso Especial e dou-lhe provimento, para absolver o Recorrente, J. F. dos S., nos termos do CPP, art. 386, VII, por insuficiência de provas para a condenação pelo crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A).

Deixo de apreciar o pedido subsidiário de desclassificação para o crime de importunação sexual, ante a ausência de demonstração de qualquer conduta típica nos autos.

Determino a expedição de alvará de soltura, se por outro motivo não estiver preso.

É como voto.

IV. FUNDAMENTAÇÃO CONSTITUCIONAL

Esta decisão encontra-se fundamentada de acordo com a CF/88, art. 93, IX, garantindo motivação clara e adequada, bem como observância aos princípios do devido processo legal, contraditório, ampla defesa e presunção de inocência (CF/88, art. 5º, LIV, LV e LVII).

V. CONCLUSÃO

Diante do exposto, julgo procedente o pedido do Recurso Especial, absolvendo o Recorrente por ausência de provas suficientes, nos termos do CPP, art. 386, VII.

 

[Cidade], [data].

Magistrado: [Nome do Magistrado]
Juiz de Direito

--- Observações: - O voto fundamenta-se hermeneuticamente entre os fatos e o direito, destacando a insuficiência probatória e aplicando os princípios constitucionais e legais pertinentes. - O resultado é a absolvição do Recorrente por insuficiência de provas, com base no CPP, art. 386, VII. - O voto está fundamentado conforme exige a CF/88, art. 93, IX.


solicite seu modelo personalizado

Solicite Seu Modelo de Peça Processual Personalizado!

Sabemos que cada processo é único e merece um modelo de peça processual que reflita suas especificidades. Por isso, oferecemos a criação de modelos de peças processuais personalizados, partindo de um modelo básico adaptável às suas exigências. Com nosso serviço, você tem a segurança de que sua documentação jurídica será profissional e ajustada ao seu caso concreto. Para solicitar seu modelo personalizado, basta clicar no link abaixo e nos contar sobre as particularidades do seu caso. Estamos comprometidos em fornecer a você uma peça processual que seja a base sólida para o seu sucesso jurídico. Solicite aqui

Outras peças semelhantes

Modelo de Agravo Interno Contra Decisão Monocrática de Inadmissão de Recurso Especial em Processo Criminal com Fundamentação em Precedente Repetitivo do STJ

Modelo de Agravo Interno Contra Decisão Monocrática de Inadmissão de Recurso Especial em Processo Criminal com Fundamentação em Precedente Repetitivo do STJ

Publicado em: 07/11/2024 Advogado Direito Penal Processo Penal

Modelo completo de Agravo Interno interposto perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra decisão monocrática que inadmitiu recurso especial em processo criminal, sob alegação de consonância com entendimento firmado em recurso repetitivo. O documento traz a qualificação das partes, síntese dos fatos, demonstração do cabimento e tempestividade do recurso, impugnação específica dos fundamentos da decisão agravada, necessidade de admissão do recurso especial por divergência jurisprudencial e violação de lei federal, além de fundamentação legal (CPC/2015, arts. 1.021 e 1.030), constitucional (CF/88, art. 5º, incisos XXXV, LIV e LV), jurisprudências atualizadas e pedidos específicos. Indicado para casos criminais em que se busca a admissibilidade do recurso especial perante o STJ.

Acessar

Modelo de Recurso Extraordinário no Agravo Interno contra decisão que negou seguimento a Agravo em Recurso Especial e Extraordinário, com fundamento na violação dos arts. 5º, LIV e LV, e 93, IX da CF/88

Modelo de Recurso Extraordinário no Agravo Interno contra decisão que negou seguimento a Agravo em Recurso Especial e Extraordinário, com fundamento na violação dos arts. 5º, LIV e LV, e 93, IX da CF/88

Publicado em: 21/04/2025 Advogado Direito Penal Processo Penal

Modelo de recurso extraordinário interposto perante o Supremo Tribunal Federal contra decisão que negou seguimento a agravo em recurso especial e extraordinário, fundamentado na violação dos princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório, ampla defesa e obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, com pedido de reforma do acórdão e retorno dos autos para novo julgamento. Inclui tempestividade, cabimento, fundamentos jurídicos e jurisprudência aplicável.

Acessar

Modelo de Agravo Interno contra Decisão Monocrática de Não Conhecimento de Agravo em Recurso Especial com Base na Súmula 182/STJ

Modelo de Agravo Interno contra Decisão Monocrática de Não Conhecimento de Agravo em Recurso Especial com Base na Súmula 182/STJ

Publicado em: 09/10/2024 Advogado Direito Penal Processo Penal

Modelo de petição de Agravo Interno interposto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra decisão monocrática que não conheceu de Agravo em Recurso Especial. O documento aborda questões relacionadas à ausência de impugnação específica, incidência das Súmulas 7/STJ e 182/STJ e defesa do direito ao contraditório e à ampla defesa. Contém fundamentação jurídica baseada no CPC/2015, art. 1.021, e na jurisprudência do STJ, requerendo o provimento do recurso para regular processamento do Recurso Especial.

Acessar

Você está prestes a dar um passo crucial para aperfeiçoar a sua prática jurídica! Bem-vindo ao LegJur, seu recurso confiável para o universo do Direito.

Ao adquirir a assinatura do nosso site, você obtém acesso a um repositório completo de modelos de petição. Preparados por especialistas jurídicos com vasta experiência na área, nossos modelos abrangem uma ampla gama de situações legais, permitindo que você tenha uma base sólida para elaborar suas próprias petições, economizando tempo e garantindo a excelência técnica.

Mas a LegJur oferece muito mais do que isso! Com a sua assinatura, você também terá acesso a uma biblioteca abrangente de eBooks jurídicos, conteúdo atualizado de legislação, jurisprudência cuidadosamente selecionada, artigos jurídicos de alto nível e provas anteriores do Exame da Ordem. É tudo o que você precisa para se manter atualizado e preparado na sua carreira jurídica.

Na LegJur, temos o objetivo de fornecer as ferramentas essenciais para estudantes e profissionais do Direito. Quer você esteja se preparando para um processo, estudando para um concurso ou apenas buscando expandir seu conhecimento jurídico, a LegJur é a sua parceira confiável.

Investir na assinatura LegJur é investir na sua carreira, no seu futuro e no seu sucesso. Junte-se a nós e veja por que a LegJur é uma ferramenta indispensável no mundo jurídico.

Clique agora para fazer a sua assinatura e revolucione a maneira como você lida com o Direito. LegJur: seu parceiro para uma carreira jurídica brilhante.

Assine já e tenha acesso imediato a todo o conteúdo
Veja aqui o que o legjur pode lhe oferecer

Assinatura Mensal

Assine o LegJur e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos! Cancele a qualquer hora.

R$ 29,90

À vista

1 mês

Acesse o LegJur por 1 mês e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 39,90

Parcele em até 3x sem juros

3 meses

Equilave a R$ 39,96 por mês

Acesse o LegJur por 3 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 119,90

Parcele em até 6x sem juros

6 meses

Equilave a R$ 32,48 por mês

Acesse o LegJur por 6 meses e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 194,90

Parcele em até 6x sem juros

12 meses + 2 meses de Brinde

Equilave a R$ 24,90 por mês

Acesse o LegJur por 1 ano e desfrute de acesso ilimitado a um vasto acervo de informações e recursos jurídicos!

R$ 349,90

Parcele em até 10x sem juros

A cópia de conteúdo desta área está desabilitada, para copiar o conteúdo você deve ser assinante do site.