Modelo de Ação de Cobrança contra o INSS para desbloqueio e pagamento de benefício previdenciário concedido, com fundamento na CF/88, Lei 8.213/1991 e CPC/2015, requerendo tutela de urgência e condenação do INSS

Publicado em: 29/04/2025 Processo Civil
Petição inicial de ação de cobrança ajuizada por beneficiário contra o INSS, visando o desbloqueio e o pagamento imediato do benefício previdenciário concedido e não disponibilizado, fundamentada na Constituição Federal, na Lei 8.213/1991 e no CPC/2015, com pedido de tutela de urgência e condenação do INSS ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas, correção monetária, juros legais, custas processuais e honorários advocatícios. Inclui qualificação das partes, exposição dos fatos, fundamentos jurídicos, jurisprudência pertinente e requerimentos finais.

PETIÇÃO INICIAL DE AÇÃO DE COBRANÇA CONTRA O INSS

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da __ª Vara do Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária de ____ – Seção Judiciária de ____.

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileiro, solteiro, aposentado, portador do CPF nº 000.000.000-00, RG nº 0.000.000 SSP/UF, endereço eletrônico [email protected], residente e domiciliado na Rua das Flores, nº 100, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, vem, por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 200, Bairro Centro, CEP 00000-000, Cidade/UF, endereço eletrônico [email protected], propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA
em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o nº 29.979.036/0001-40, com sede na Esplanada dos Ministérios, Bloco F, CEP 70059-900, Brasília/DF, endereço eletrônico [email protected], pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. dos S., é beneficiário do INSS e requereu, em __/__/____, o benefício previdenciário de aposentadoria por tempo de contribuição. Após regular processamento administrativo, recebeu a carta de concessão do benefício, na qual constava a informação de que o valor retroativo e as parcelas mensais seriam depositados em conta bancária de sua titularidade.

Ocorre que, ao dirigir-se à instituição bancária para sacar os valores, o Autor foi surpreendido com a informação de que o montante depositado pelo INSS encontrava-se bloqueado, impossibilitando a movimentação dos valores a que faz jus. Não obstante a concessão formal do benefício e o depósito realizado, o Autor permanece privado do acesso ao numerário, situação que perdura até a presente data, mesmo após tentativas administrativas de solução junto ao banco e ao próprio INSS.

Ressalte-se que o bloqueio não decorre de qualquer irregularidade imputada ao Autor, tampouco há notícia de determinação judicial ou administrativa que justifique tal medida. Assim, resta ao Autor socorrer-se do Poder Judiciário para ver reconhecido e efetivado seu direito ao recebimento do valor do benefício concedido e não pago, em respeito aos princípios da legalidade, dignidade da pessoa humana e efetividade da tutela jurisdicional.

Dessa forma, a presente demanda visa compelir o INSS ao pagamento do valor do benefício concedido e não disponibilizado ao Autor, acrescido de correção monetária e juros legais, além de eventuais diferenças decorrentes do atraso.

Resumo: O Autor teve benefício concedido, valor depositado, mas bloqueado no banco, não tendo recebido o que lhe é devido, o que fundamenta o pedido de cobrança judicial.

4. DO DIREITO

O direito do Autor encontra amparo na CF/88, art. 6º (direito à previdência social) e CF/88, art. 194 (seguridade social como direito do cidadão e dever do Estado). A concessão do benefício previdenciário, formalizada por meio da carta de concessão, gera para o beneficiário o direito subjetivo ao recebimento dos valores devidos, conforme previsto na Lei 8.213/1991, art. 41-A.

O bloqueio injustificado do valor depositado pelo INSS viola o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II), bem como o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), pois impede o Autor de usufruir de verba de natureza alimentar, essencial à sua subsistência.

Nos termos do CPC/2015, art. 319, a petição inicial deve indicar os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, o que se encontra plenamente atendido, uma vez que o Autor instrui a presente ação com a carta de concessão do benefício e comprovantes do bloqueio bancário, documentos suficientes para demonstrar o direito alegado e o inadimplemento do INSS.

Ademais, o CPC/2015, art. 320 dispõe que a petição inicial deve ser instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação, sendo desnecessária a juntada de extratos bancários além daqueles que comprovam o bloqueio, conforme entendimento consolidado pela jurisprudência.

O direito à percepção do benefício concedido é líquido e certo, e a recusa ou omissão do INSS em efetivar o pagamento caracteriza inadimplemento, ensejando a pretensão de cobrança judicial, com incidência de correção monetária e juros moratórios, nos termos do CCB/2002, art. 389 e Lei 8.213/1991, art. 41-A, § 6º.

Por fim, a jurisprudência é pacífica no sentido de que, uma vez comprovada a concessão do benefício e o não recebimento pelo beneficiário, é devida a condenação do INSS ao pagamento dos valores devidos, sendo desnecessária a exaustão da via administrativa para o ajuizamento da demanda (CPC/2015, art. 373, I).

Resumo: O Autor faz jus ao recebimento do benefício concedido, sendo indevido o bloqueio bancário, e a documentação apresentada é suficiente para o regular processamento da ação, conforme legislação e princípios constitucionais.

5. JURISPRUDÊNCIAS

TJSP (12ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível 1011342-35.2023.8.26.0438 - Penápolis - Rel."'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de ação de cobrança ajuizada por A. J. dos S. em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, objetivando o pagamento de valores referentes a benefício previdenciário concedido, cujo crédito, embora depositado em conta bancária de titularidade do autor, permaneceu bloqueado, impedindo o recebimento regular da verba de natureza alimentar.

O autor alega que, após a concessão formal do benefício e o depósito comunicado via carta de concessão, não conseguiu movimentar os valores por bloqueio injustificado no banco, não havendo determinação judicial ou administrativa que justificasse tal medida. Ressalta que tentou solucionar a questão administrativamente junto ao banco e ao INSS, sem sucesso, e que permanece privado do acesso ao numerário.

Pede a condenação do INSS ao pagamento do valor do benefício concedido e não pago, acrescido de correção monetária, juros legais e parcelas vincendas, além da concessão de tutela de urgência para desbloqueio imediato dos valores.

O INSS foi citado e apresentou resposta dentro do prazo legal.

Fundamentação

Fatos e Direito Aplicável

A controvérsia limita-se à análise do direito do autor ao recebimento do benefício concedido, cujo crédito foi bloqueado em sua conta bancária, sem justificativa válida apresentada pela autarquia previdenciária ou pela instituição financeira.

O direito à previdência social está consagrado na CF/88, art. 6º e CF/88, art. 194, sendo dever do Estado garantir a efetividade das prestações devidas ao segurado. O bloqueio injustificado de valores alimentares, sem determinação judicial ou administrativa, afronta o princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) e da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), princípios basilares do ordenamento jurídico brasileiro.

Nos autos, o autor instruiu a inicial com a carta de concessão do benefício e documentos que comprovam o bloqueio dos valores, atendendo aos requisitos do CPC/2015, art. 319 e CPC/2015, art. 320, conforme pacífica jurisprudência: 
“A petição inicial foi instruída com os documentos necessários à sua propositura, incluindo comprovantes dos descontos realizados no benefício previdenciário do autor, relacionados ao contrato discutido. (...) Tese de julgamento: ‘É desnecessária a emenda da petição inicial quando esta já está instruída com os documentos suficientes à sua propositura e à compreensão da pretensão do autor.’” (TJSP, Ap. Cív. Acórdão/TJSP)

Ainda, a jurisprudência admite ser desnecessária a juntada de extratos bancários além daqueles que comprovam o bloqueio/depósito, bastando a demonstração da concessão do benefício e da não disponibilização dos valores ao beneficiário.

A omissão do INSS em assegurar o recebimento do benefício, após sua concessão administrativa, caracteriza inadimplemento, ensejando a obrigação de pagamento, com incidência de correção monetária e juros moratórios, nos termos do CCB/2002, art. 389 e Lei 8.213/1991, art. 41-A, § 6º.

Ressalte-se que a tutela jurisdicional efetiva e fundamentada constitui direito do jurisdicionado e dever do Estado, nos termos da CF/88, art. 93, IX.

Preliminares e Admissibilidade

Não há preliminares a serem acolhidas. A petição inicial preenche os requisitos legais, estando o processo apto ao julgamento do mérito.

Mérito

Restou comprovado nos autos que o autor teve o benefício concedido, com depósito realizado em sua conta bancária, mas não teve acesso ao numerário em virtude de bloqueio injustificado. Ausente qualquer causa legítima para o bloqueio, impõe-se o reconhecimento do direito ao recebimento integral dos valores.

O bloqueio de verba alimentar sem respaldo legal afronta a dignidade da pessoa humana, podendo prejudicar a subsistência do beneficiário. O INSS, ao não adotar providências para garantir o recebimento da verba alimentar, responde pelo inadimplemento.

Dessa forma, é procedente o pedido de cobrança dos valores devidos, acrescidos de correção monetária e juros, bem como das parcelas vincendas até a efetiva disponibilização do benefício.

Dispositivo

Pelo exposto, com fulcro na CF/88, art. 6º, CF/88, art. 1º, III, CF/88, art. 5º, II, CF/88, art. 93, IX e CF/88, art. 194, CPC/2015, art. 319, CPC/2015, art. 320 e CPC/2015, art. 373, I, CCB/2002, art. 389 e Lei 8.213/1991, art. 41-Ajulgo procedente o pedido para condenar o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS:

  • ao pagamento ao autor do valor do benefício previdenciário concedido e não disponibilizado, acrescido de correção monetária e juros de mora desde a data em que deveria ter sido pago;
  • ao pagamento das parcelas vincendas até a efetiva disponibilização do benefício;
  • ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, os quais fixo em 10% sobre o valor atualizado da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85.

Defiro, ainda, a tutela de urgência para determinar ao INSS que adote, imediatamente, as providências necessárias para o desbloqueio e pagamento do valor devido ao autor, sob pena de multa diária de R$ 200,00.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Conclusão

É como voto.

Referências Normativas

Assinatura

Cidade/UF, __/__/____.
Magistrado: ____________________________
Juiz Federal


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