Modelo de Ação de Repactuação de Dívida com Fundamentação no Código de Defesa do Consumidor e Lei do Superendividamento
Publicado em: 03/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidorEXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]
[NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA], [estado civil], [profissão], inscrito(a) no CPF sob o nº [número], portador(a) do RG nº [número], residente e domiciliado(a) na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], por intermédio de seu advogado, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço profissional na [endereço completo do advogado], onde receberá intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 54-A e seguintes) e no CPC/2015, art. 319, propor a presente:
AÇÃO DE REPACTUAÇÃO DE DÍVIDA
Em face de [NOME COMPLETO DA PARTE RÉ], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
A parte autora, consumidora nos termos do CDC, art. 2º, celebrou diversos contratos de crédito com a parte ré, instituição financeira, ao longo dos últimos [período de tempo]. Tais contratos, somados, resultaram em um montante de dívida que ultrapassa sua capacidade financeira, configurando situação de superendividamento, conforme previsto no CDC, art. 54-A, § 1º.
Os contratos foram firmados em condições que não respeitaram os princípios da boa-fé e da transparência, conforme exigido pelo CDC, art. 4º, III, e CDC, art. 6º, III. A parte ré, ao conceder crédito de forma reiterada e sem a devida análise da capacidade de pagamento da parte autora, violou os deveres de informação e de cuidado, agravando a situação de vulnerabilidade da consumidora.
Atualmente, a parte autora encontra-se em uma situação financeira insustentável, com parcelas mensais que comprometem integralmente sua renda, impossibilitando o cumprimento das obrigações contratuais e a manutenção de sua subsistência e de sua família.
DO DIREITO
A presente ação encontra fundamento na Lei 14.181/2021, que introduziu no Código de Defesa do Consumidor o conceito de superendividamento e regulamentou a repactuação de dívidas, visando assegurar ao consumidor o direito à renegociação de suas obrigações financeiras de forma justa e equilibrada.
Nos termos do CDC, art. 54-A, § 1º, considera-se superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor, pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, sem comprometer seu mínimo existencial. A parte autora se enquadra perfeitamente nessa definição, conforme demonstrado pelos documentos anexos.
Ademais, o CDC, art. 54-D, impõe aos fornecedores de crédito o dever de realizar uma análise responsável da capacidade de pagamento do consumidor, o que não foi observado pela parte ré. A concessão irresponsável de crédito, como no caso em tela, viola os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato, previstos no CCB/2002, art. 421 e art. 422.
Por fim, o CDC, art. 54-C, prevê a possibilidade de instauração de processo judicial para repactuação de dívidas, com a realização de audiência de conciliação, na qual o consumidor apresentar"'>...