Modelo de Ação de Repactuação de Dívida com Fundamentação no Código de Defesa do Consumidor e Lei do Superendividamento

Publicado em: 03/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Petição inicial de Ação de Repactuação de Dívida, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor, especialmente nos dispositivos introduzidos pela Lei 14.181/2021 sobre superendividamento. A parte autora, consumidora, busca renegociar suas dívidas contraídas com a parte ré, instituição financeira, alegando superendividamento e violação de princípios contratuais como a boa-fé e a transparência. A petição requer a designação de audiência de conciliação e a homologação de um plano de pagamento compatível com a situação financeira da parte autora, além de tutela de urgência para suspensão de parcelas vincendas. Inclui jurisprudências e fundamentos legais embasando a solicitação.

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE [CIDADE/ESTADO]

[NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA], [estado civil], [profissão], inscrito(a) no CPF sob o nº [número], portador(a) do RG nº [número], residente e domiciliado(a) na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], por intermédio de seu advogado, conforme instrumento de mandato anexo, com endereço profissional na [endereço completo do advogado], onde receberá intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no Código de Defesa do Consumidor (CDC, art. 54-A e seguintes) e no CPC/2015, art. 319, propor a presente:

AÇÃO DE REPACTUAÇÃO DE DÍVIDA

Em face de [NOME COMPLETO DA PARTE RÉ], pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico [e-mail], pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

A parte autora, consumidora nos termos do CDC, art. 2º, celebrou diversos contratos de crédito com a parte ré, instituição financeira, ao longo dos últimos [período de tempo]. Tais contratos, somados, resultaram em um montante de dívida que ultrapassa sua capacidade financeira, configurando situação de superendividamento, conforme previsto no CDC, art. 54-A, § 1º.

Os contratos foram firmados em condições que não respeitaram os princípios da boa-fé e da transparência, conforme exigido pelo CDC, art. 4º, III, e CDC, art. 6º, III. A parte ré, ao conceder crédito de forma reiterada e sem a devida análise da capacidade de pagamento da parte autora, violou os deveres de informação e de cuidado, agravando a situação de vulnerabilidade da consumidora.

Atualmente, a parte autora encontra-se em uma situação financeira insustentável, com parcelas mensais que comprometem integralmente sua renda, impossibilitando o cumprimento das obrigações contratuais e a manutenção de sua subsistência e de sua família.

DO DIREITO

A presente ação encontra fundamento na Lei 14.181/2021, que introduziu no Código de Defesa do Consumidor o conceito de superendividamento e regulamentou a repactuação de dívidas, visando assegurar ao consumidor o direito à renegociação de suas obrigações financeiras de forma justa e equilibrada.

Nos termos do CDC, art. 54-A, § 1º, considera-se superendividamento a impossibilidade manifesta de o consumidor, pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo, sem comprometer seu mínimo existencial. A parte autora se enquadra perfeitamente nessa definição, conforme demonstrado pelos documentos anexos.

Ademais, o CDC, art. 54-D, impõe aos fornecedores de crédito o dever de realizar uma análise responsável da capacidade de pagamento do consumidor, o que não foi observado pela parte ré. A concessão irresponsável de crédito, como no caso em tela, viola os princípios da boa-fé objetiva e da função social do contrato, previstos no CCB/2002, art. 421 e art. 422.

Por fim, o CDC, art. 54-C, prevê a possibilidade de instauração de processo judicial para repactuação de dívidas, com a realização de audiência de conciliação, na qual o consumidor apresentar"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a),

Nos termos da CF/88, art. 93, inciso IX, passo à análise do caso, apresentando os fundamentos fáticos e jurídicos que embasam o presente voto.

Dos Fatos

Conforme narrado nos autos, a parte autora celebrou diversos contratos de crédito com a parte ré, resultando em um montante de dívida que ultrapassa sua capacidade financeira, caracterizando situação de superendividamento conforme previsto no CDC, art. 54-A, § 1º.

Os fatos relatados demonstram que a parte ré, ao conceder crédito de forma reiterada, não observou os princípios da boa-fé objetiva e da transparência, previstos no CDC, art. 4º, III, e CDC, art. 6º, III, agravando a situação de vulnerabilidade da parte autora. Ademais, a parte autora comprovou a impossibilidade de arcar com as parcelas contratuais sem comprometer o seu mínimo existencial.

Do Direito

A legislação aplicável ao caso, notadamente a Lei 14.181/2021, introduziu no CDC medidas para proteger o consumidor em situação de superendividamento. O CDC, art. 54-A, § 1º, define o superendividamento como a impossibilidade manifesta de o consumidor, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de consumo sem comprometer sua subsistência.

Além disso, o CDC, art. 54-D impõe aos fornecedores de crédito a obrigação de realizar uma análise responsável da capacidade de pagamento do consumidor. No presente caso, a parte ré violou esse dever, concedendo crédito de forma reiterada e sem a devida análise, em clara afronta aos princípios da boa-fé e da função social do contrato (CCB/2002, art. 421 e CCB/2002, art. 422).

Por fim, o CDC, art. 54-C prevê a possibilidade de instauração de processo judicial para a repactuação de dívidas, com a realização de audiência de conciliação para apresentação de um plano de pagamento ajustado à realidade do consumidor.

Da Jurisprudência

A análise da jurisprudência reforça a necessidade de promover o equilíbrio contratual e a proteção ao consumidor superendividado. Veja-se:

AÇÃO DE REPACTUAÇÃO DE DÍVIDAS. Determinação para que autora justifique a destinação do valor obtido por um dos empréstimos que pretende repactuar. [...] Má-fé que não se presume e não restou demonstrada nos autos. [...] Sentença anulada. RECURSO PROVIDO.

TJSP (38ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel.: Des. Anna Paula Dias da Costa - J. em 12/06/2024

AÇÃO DE REPACTUAÇÃO DE DÍVIDAS. Concessão irresponsável de crédito. Imposição de plano compulsório de pagamento. [...] Situação de superendividamento evidenciada. [...] Plano de pagamento modificado em segundo grau. [...] SENTENÇA REFORMADA. RECURSO DA AUTORA PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO DO RÉU IMPROVIDO.

TJSP (12ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP - Rel.: Des. Alexandre David Malfatti - J. em 13/01/2025

Da Conclusão

Ante o exposto, considerando os fatos e os fundamentos legais apresentados, voto por dar procedência ao pedido, nos seguintes termos:

  1. Homologar o plano de pagamento apresentado pela parte autora, ajustado na audiência de conciliação;
  2. Determinar a suspensão da exigibilidade das parcelas vincendas dos contratos em discussão até a conclusão da repactuação;
  3. Condenar a parte ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, nos termos da legislação aplicável.

Este é o voto.

[Cidade/Estado], [data].

[NOME DO MAGISTRADO]
Juiz(a) de Direito


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