Modelo de Ação Declaratória de Inexigibilidade de Débito com Pedido de Anulação de Auto de Infração de Trânsito por Falhas no Sistema

Publicado em: 08/04/2025 AdministrativoCivelProcesso Civil Trânsito
Pedido judicial para anular auto de infração de trânsito lavrado por suposta evasão de pedágio no sistema \"Free Flow\" implantado no Rio Grande do Sul. A petição fundamenta-se na ausência de informação clara e acessível ao condutor, violando os princípios constitucionais do devido processo legal, ampla defesa e contraditório. Requer concessão de tutela de urgência para suspender os efeitos da infração, declaração de inexigibilidade da multa e restituição de valores pagos indevidamente, com base no CPC/2015 e CTB.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE [CIDADE/UF]

[NOME COMPLETO DO AUTOR], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], inscrito no CPF sob o nº [XXX.XXX.XXX-XX], portador do RG nº [XX.XXX.XXX-X], residente e domiciliado na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço do advogado], endereço eletrônico: [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO C/C PEDIDO DE ANULAÇÃO DE AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO

com fundamento no CPC/2015, art. 300 e CPC/2015, art. 319, bem como nos princípios constitucionais do contraditório, ampla defesa e devido processo legal (CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV), em face do

DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRÂNSITO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – DETRAN/RS, pessoa jurídica de direito público, com sede na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail institucional], pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

DOS FATOS

O Autor, em [data], trafegava pela rodovia ERS-[número], administrada pela concessionária CSG, quando passou por um dos pórticos do sistema de pedágio eletrônico denominado “Free Flow”. Ocorre que, sem qualquer ciência prévia ou informação clara e acessível sobre o funcionamento do referido sistema, foi surpreendido posteriormente com a lavratura de auto de infração de trânsito por suposta evasão de pedágio, nos termos do CTB, art. 209-A.

O sistema “Free Flow”, implantado recentemente nas rodovias estaduais ERS 240, ERS 122 e ERS 446, opera sem a presença de cabines físicas de cobrança, exigindo do usuário o pagamento eletrônico posterior ao tráfego pelo pórtico. No entanto, conforme amplamente noticiado e reconhecido pela própria Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS), a implantação do sistema foi marcada por falta de transparência, ausência de campanhas informativas eficazes e recusa da concessionária em utilizar o Sistema de Notificação Eletrônica (SNE), dificultando sobremaneira a comunicação com os usuários.

O Autor, como milhares de outros motoristas, não teve a menor ciência da necessidade de pagamento posterior ao tráfego, tampouco foi informado de forma clara e acessível sobre os procedimentos exigidos, sendo, portanto, surpreendido com a autuação injusta e indevida.

DO DIREITO

A infração imputada ao Autor encontra previsão no CTB, art. 209-A, que dispõe:

“CTB, art. 209-A. Deixar de efetuar o pagamento de tarifa de pedágio, por evasão, sem autorização do poder concedente: Infração – grave; Penalidade – multa.”

Entretanto, a aplicação da penalidade exige a demonstração de dolo ou, ao menos, culpa do condutor. No caso em tela, o Autor não teve qualquer intenção de evadir o pagamento, tampouco agiu com negligência, imprudência ou imperícia. A ausência de pagamento decorreu exclusivamente da falta de conhecimento sobre o funcionamento do sistema “Free Flow”, cuja implementação foi falha, desorganizada e desprovida de ampla divulgação.

O princípio da legalidade (CF/88, art. 5º, II) impõe que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. A ausência de informação clara e acessível sobre o dever de pagamento poste"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I. RELATÓRIO

Trata-se de Ação Declaratória de Inexigibilidade de Débito c/c Pedido de Anulação de Auto de Infração de Trânsito ajuizada por [NOME COMPLETO DO AUTOR] em face do Departamento Estadual de Trânsito do Estado do Rio Grande do Sul – DETRAN/RS.

O autor alega que foi autuado indevidamente pelo sistema de pedágio eletrônico “Free Flow” em razão de suposta evasão de pedágio, sem que tivesse sido devidamente informado sobre o funcionamento do sistema. Sustenta que a lavratura do auto de infração violou os princípios constitucionais do devido processo legal, contraditório e ampla defesa.

Requer, em síntese: (i) a concessão de tutela de urgência para suspender os efeitos do auto de infração; (ii) a declaração de inexigibilidade do débito e anulação da penalidade; (iii) a restituição de eventual valor pago; e (iv) a condenação do réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.

II. FUNDAMENTAÇÃO

A) Dos Fatos e do Direito

O caso em análise versa sobre a validade do auto de infração lavrado com fundamento no CTB, art. 209-A, que prevê:

\"CTB, art. 209-A. Deixar de efetuar o pagamento de tarifa de pedágio, por evasão, sem autorização do poder concedente: Infração – grave; Penalidade – multa.\"

É incontroverso que o autor transitou pelo sistema de pedágio eletrônico “Free Flow” e que, posteriormente, foi autuado por evasão de pedágio. Contudo, verifica-se que a implementação do referido sistema foi marcada pela ausência de campanhas informativas eficazes e de mecanismos claros para notificação dos usuários, conforme relatado nos autos.

O princípio da legalidade, insculpido na CF/88, art. 5º, inciso II, estabelece que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Ademais, os princípios do devido processo legal, contraditório e ampla defesa, previstos na CF/88, art. 5º, incisos LIV e LV, garantem que o usuário deve ser previamente informado de maneira clara e acessível sobre os procedimentos exigidos pelo sistema de pedágio.

No presente caso, a ausência de informação adequada inviabiliza a imputação de culpa ao autor, configurando grave afronta aos direitos fundamentais do cidadão.

B) Da Tutela de Urgência

Nos termos do CPC/2015, art. 300, a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

A probabilidade do direito encontra-se demonstrada pela ausência de informações claras e acessíveis sobre o funcionamento do sistema “Free Flow”. Já o perigo de dano decorre da iminência de prejuízos ao autor, como a perda de pontos em sua CNH e a cobrança de multa indevida.

C) Da Jurisprudência

A jurisprudência pátria tem se posicionado de forma favorável ao consumidor em casos análogos. Cito, por exemplo:

TJSP – 12ª Câmara de Direito Público – Remessa Necessária Cível Acórdão/TJSP:

“A falha no funcionamento do dispositivo eletrônico (TAG), comprovada nos autos, é atribuível à operadora do sistema de cobrança, e não ao condutor, o que afasta a responsabilidade do mesmo pela infração. Multa anulada, com restituição do valor pago.”

III. DISPOSITIVO

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, inciso IX, VOTO no seguinte sentido:

  1. CONHECER da presente ação;
  2. DEFERIR a tutela de urgência para suspender os efeitos do auto de infração lavrado com base no CTB, art. 209-A, inclusive quanto à pontuação na CNH e à exigibilidade da multa;
  3. JULGAR PROCEDENTE o pedido para declarar a inexigibilidade do débito e anular a penalidade aplicada ao autor;
  4. Determinar a restituição de eventual valor pago pelo autor a título de multa, devidamente corrigido;
  5. Condenar o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor da causa, nos termos do CPC/2015, art. 85.

É como voto.

[Cidade], [Data]

[Nome do Magistrado]


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