Modelo de Ação Declaratória de Inexistência de Débito contra Banco Itaú por Empréstimo Consignado Fraudulento com Pedido de Tutela de Urgência, Indenização por Danos Morais e Repetição de Indébito por Consumidor Idoso

Publicado em: 25/04/2025 Processo CivilConsumidor
Petição inicial ajuizada por consumidor idoso contra Banco Itaú S/A, visando declaração de inexistência de débito decorrente de empréstimo consignado fraudulento, com pedido de tutela de urgência para suspensão dos descontos, indenização por danos morais, repetição em dobro dos valores descontados indevidamente e inversão do ônus da prova, fundamentada no Código de Defesa do Consumidor e Código Civil.

PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO, COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Andradas/MG

PRIORIDADE – IDOSO (LEI 10.741/2003, ART. 71)

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. T., brasileiro, casado, aposentado, portador da Cédula de Identidade nº [número do RG], inscrito no CPF sob o nº [número do CPF], endereço eletrônico: [e-mail do autor], residente e domiciliado na [endereço completo], por seu advogado (instrumento de mandato anexo), com endereço profissional na [endereço do advogado], endereço eletrônico: [e-mail do advogado], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO, COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face de BANCO ITAÚ S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº [número do CNPJ], com sede na [endereço completo da sede], endereço eletrônico: [e-mail do banco].

3. DOS FATOS

O Autor, A. J. T., é beneficiário da Previdência Social, recebendo mensalmente seu benefício junto ao INSS, no valor de um salário mínimo, sendo sua única fonte de subsistência.

Em 10 de abril de 2025, ao consultar seu extrato previdenciário, o Autor percebeu descontos mensais indevidos, no valor de R$ 380,00, referentes a um suposto contrato de empréstimo consignado, jamais por ele contratado ou autorizado.

Surpreso e indignado, procurou o INSS, onde teve acesso ao referido contrato, constatando que a assinatura constante no documento não lhe pertence, sendo evidentemente falsificada. Ressalte-se que o Autor jamais recebeu qualquer valor referente ao alegado empréstimo, não tendo autorizado, tampouco anuído, com a contratação.

O desconto indevido compromete gravemente a subsistência do Autor, pessoa idosa e hipossuficiente, que depende integralmente do benefício previdenciário para prover seu sustento e de seus dependentes.

Diante da flagrante fraude e da omissão do Réu em conferir a autenticidade da contratação, não restou alternativa ao Autor senão recorrer ao Judiciário para ver resguardados seus direitos.

Resumo lógico: Os fatos narrados evidenciam a inexistência de relação contratual válida, a ocorrência de fraude e o prejuízo material e moral suportado pelo Autor, ensejando a tutela jurisdicional ora pleiteada.

4. DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do CPC/2015, art. 300, a concessão da tutela de urgência exige a presença da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.

No presente caso, a probabilidade do direito está evidenciada pela documentação acostada, que demonstra a falsidade da assinatura aposta no contrato e a inexistência de recebimento de qualquer valor pelo Autor. O perigo de dano é patente, pois os descontos mensais comprometem a subsistência do Autor, idoso e hipossuficiente, violando sua dignidade (CF/88, art. 1º, III).

Assim, faz-se imprescindível a concessão da tutela de urgência para determinar a suspensão imediata dos descontos no benefício previdenciário do Autor, mediante ofício ao INSS, até o julgamento final da demanda, a fim de evitar dano irreparável ou de difícil reparação.

Resumo lógico: Presentes os requisitos legais, a tutela de urgência é medida que se impõe para resguardar o mínimo existencial do Autor e a efetividade da prestação jurisdicional.

5. DO DIREITO

5.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA

O caso versa sobre relação de consumo, sendo o Autor consumidor e o Réu fornecedor de serviços bancários, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º.

A responsabilidade do fornecedor é objetiva, respondendo independentemente de culpa pelos danos causados ao consumidor por defeitos relativos à prestação dos serviços (CDC, art. 14).

5.2. DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

O Réu não comprovou a regularidade da contratação, tampouco a autenticidade da assinatura do Autor, configurando falha grave na prestação do serviço e violação ao dever de segurança e informação (CDC, art. 6º, III e IV).

A contratação mediante fraude é nula de pleno direito, não gerando obrigações para o consumidor (CCB/2002, art. 178).

5.3. DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO

O desconto indevido autoriza a restituiç"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Indenização por Danos Morais e Repetição de Indébito, com Pedido de Tutela de Urgência, ajuizada por A. J. T. em face de BANCO ITAÚ S/A, na qual o Autor, beneficiário do INSS e pessoa idosa, alega descontos indevidos em seu benefício previdenciário decorrentes de contrato de empréstimo consignado que afirma jamais ter celebrado, sustentando a falsificação de sua assinatura e a inexistência de recebimento de quaisquer valores.

I. Do Conhecimento da Demanda

Presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, conheço do pedido inicial.

II. Dos Fatos e da Prova

Restou incontroverso nos autos que o Autor teve descontos mensais de R$ 380,00 em seu benefício previdenciário, referentes a contrato de empréstimo consignado cuja assinatura nega ter realizado. A documentação acostada evidencia divergência entre a assinatura presente no contrato e aquela pertencente ao Autor, sendo a falsificação plausível diante do contexto apresentado. Ademais, não há comprovação de que o valor do alegado empréstimo foi efetivamente creditado em favor do Autor.

O Réu, apesar de regularmente citado, não trouxe elementos probatórios suficientes para demonstrar a regularidade da contratação ou a autenticidade da assinatura, invertendo-se o ônus da prova em razão da hipossuficiência do consumidor e da verossimilhança das alegações (CDC, art. 6º, VIII).

III. Da Fundamentação Jurídica

a) Da Tutela de Urgência

Conforme prevê o CPC/2015, art. 300, a tutela de urgência exige a presença da probabilidade do direito e o perigo de dano. No caso, os descontos efetivados sobre o benefício previdenciário de pessoa idosa, cuja subsistência depende exclusivamente desse valor, impõem risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Assim, mantenho a decisão de concessão da tutela de urgência para determinar a suspensão imediata dos descontos, com ofício ao INSS.

b) Da Relação de Consumo e Responsabilidade Objetiva

A relação entre as partes é nitidamente de consumo (CDC, art. 2º e CDC, art. 3º), aplicando-se a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços (CDC, art. 14). O réu não demonstrou excludente de responsabilidade.

c) Da Inexistência de Débito e Nulidade do Contrato

A ausência de prova sobre a regularidade da contratação e a plausibilidade de fraude tornam nulo o contrato questionado, não podendo gerar obrigações ao consumidor (CCB/2002, art. 178).

d) Da Repetição do Indébito

Diante do desconto indevido e ausente justificativa plausível, cabível a devolução em dobro dos valores descontados (CDC, art. 42, § 1º).

e) Dos Danos Morais

O desconto indevido em benefício previdenciário de pessoa idosa, hipossuficiente e em situação de vulnerabilidade, atinge sua dignidade e segurança, configurando dano moral presumido (CF/88, art. 1º, III), sendo devida a indenização.

IV. Da Jurisprudência

A jurisprudência dos Tribunais de Justiça, inclusive do TJSP, é pacífica no sentido de que, comprovada a falsidade da assinatura e a inexistência de relação jurídica, deve ser declarada a inexigibilidade do débito, com repetição em dobro dos valores descontados e reparação por dano moral, conforme exemplificado nos autos.

V. Do Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, para:

  1. Confirmar a tutela de urgência, determinando a suspensão imediata dos descontos no benefício previdenciário do Autor, mediante ofício ao INSS;
  2. Declarar a inexistência e nulidade do contrato de empréstimo consignado objeto dos descontos;
  3. Condenar o Réu à restituição em dobro dos valores indevidamente descontados do benefício do Autor, nos termos do CDC, art. 42, § 1º, corrigidos monetariamente desde o desconto de cada parcela e acrescidos de juros de mora desde a citação;
  4. Condenar o Réu ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser fixado em liquidação, a ser arbitrado por este Juízo, considerando a extensão do dano e a situação econômica das partes;
  5. Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o valor da condenação;
  6. Reconhecer a inversão do ônus da prova, já aplicada no curso do processo.

Deixo de acolher pedido de realização de audiência de conciliação/mediação, diante da clara procedência do pedido e ausência de interesse conciliatório manifestado pelas partes até aqui.

VI. Do Recurso

Publique-se. Registre-se. Intimem-se as partes.

Certificado o trânsito em julgado, expeça-se ofício ao INSS para cumprimento da decisão, e proceda-se à execução dos valores devidos.

VII. Fundamentação Constitucional

O presente voto encontra-se devidamente fundamentado, em atenção ao princípio constitucional da motivação das decisões judiciais, nos termos da CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação clara e congruente entre os fatos apurados e o direito aplicável, garantindo a transparência e o controle jurisdicional.

Andradas, 25 de abril de 2025

Juiz de Direito


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Petição inicial proposta por A. J. dos S. contra G. G. dos A., requerendo indenização por danos materiais e morais decorrentes de apropriação indevida de R$ 10.000,00 mediante coação e abuso de confiança, fundamentada nos arts. 186 e 927 do Código Civil, artigos 158 e 171 do Código Penal, além da Constituição Federal e do Código de Processo Civil, com pedido de restituição dos valores subtraídos, indenização por danos morais e produção de provas.

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