Modelo de Apresentação de Alegações Finais no Tribunal do Júri com Pedido de Desclassificação de Feminicídio e Substituição de Prisão Preventiva por Medidas Cautelares
Publicado em: 26/03/2025 Direito Penal Processo PenalEXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE __________
Processo nº __________
MEMORIAIS - ALEGAÇÕES FINAIS
Por intermédio de seu advogado constituído, conforme procuração anexa, o acusado __________, já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar suas ALEGAÇÕES FINAIS, com fulcro no CPP, art. 403, § 3º, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
PREÂMBULO
O presente memorial tem por objetivo demonstrar que a acusação imputada ao réu não encontra respaldo suficiente nos elementos probatórios constantes nos autos, devendo ser reconhecidas as circunstâncias atenuantes e a ausência de dolo específico para a prática do feminicídio, bem como a desnecessidade de manutenção da prisão preventiva, com a aplicação de medidas cautelares diversas, conforme autoriza o CPP, art. 319.
DOS FATOS
No dia 23 de novembro de 2024, o acusado foi preso em flagrante sob a acusação de tentativa de feminicídio contra C. DA S. L.. Conforme o relatório policial, os fatos ocorreram na residência do acusado, onde ele, sua esposa N., C. e M. estavam convivendo temporariamente. A discussão teria começado por ciúmes entre N. e C., culminando em agressões mútuas.
O acusado alega que, ao ver sua esposa Nara ferida, agiu tomado por violenta emoção e embriaguez, desferindo golpes contra C. e M. Contudo, afirma não se recordar claramente dos atos praticados, devido ao estado emocional e à ingestão de álcool.
O Ministério Público denunciou o acusado como incurso no CP, art. 121-A, § 1º, inciso I, combinado com a Lei 11.340/2006, art. 5º, inciso I, requerendo ainda a fixação de indenização civil mínima no importe de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
DO DIREITO
1. DA AUSÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO PARA O FEMINICÍDIO
O CP, art. 121, § 2º, VI, exige que o feminicídio seja praticado "contra a mulher por razões da condição de sexo feminino". No caso em tela, a conduta do acusado não foi motivada por menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima, mas sim por uma situação de violenta emoção e embriaguez, conforme narrado nos autos.
O estado de violenta emoção, aliado à ingestão de álcool, comprometeu a plena capacidade de autodeterminação do acusado, o que deve ser considerado para afastar a qualificadora do feminicídio e para a aplicação da atenuante prevista no CP, art. 65, III, "c".
2. DA VIOLENTA EMOÇÃO E EMBRIAGUEZ
O CP, art. 28, § 1º, prevê que a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, pode excluir a imputabilidade penal. Embora não se alegue a exclusão total da imputabilidade, é evid"'>...