Modelo de Contestação: Oposição a Ação de Usucapião por Terceiro Interessado com Base em Comodato Verbal e Provas de Propriedade

Publicado em: 22/03/2024 Civel
Este modelo de contestação objetiva a oposição a uma ação de usucapião, por parte de um terceiro interessado que não detém escritura pública do imóvel, mas comprova propriedade através de recibo de compra e venda e contrato verbal de comodato. Enfatiza-se a relação familiar, a intenção original de cedência temporária do imóvel e as ações de má fé do autor da usucapião, ilustrando o fundamento legal, constitucional e jurídico da contestação, além de destacar conceitos, definições e doutrinas relevantes.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE [INSERIR LOCALIDADE]

Processo nº [número do processo]

[NOME DO TERCEIRO INTERESSADO], [nacionalidade], [estado civil], [profissão], portador(a) da carteira de identidade nº [número] e inscrito(a) no CPF sob o nº [número], residente e domiciliado(a) à [endereço completo], por meio de seu advogado que esta subscreve (conforme procuração anexa - Doc. 01), com escritório profissional situado à [endereço do escritório], onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos pertinentes do Código Civil, opor-se à

AÇÃO DE USUCAPIÃO

proposta por [NOME DO AUTOR DA AÇÃO DE USUCAPIÃO], já qualificado nos autos em epígrafe, pelos motivos de fato e de fundamentos jurídicos a seguir expostos.

Dos Fatos

O Oponente é possuidor de um imóvel situado à [endereço completo do imóvel], adquirido por meio de recibo de compra e venda (Escritura Particular), conforme documento anexo (Doc. 02). Diante das dificuldades financeiras enfrentadas por seu irmão, [nome do autor da ação de usucapião], o Oponente, em ato de solidariedade familiar, cedeu temporariamente o imóvel por meio de um contrato verbal de comodato, sob a condição expressa de que tal ocupação seria por tempo determinado, até que o Autor construísse sua própria residência em outro local.

Contrariando o acordo verbal estabelecido, o Autor, utilizando-se de má fé, adquiriu materiais de construção em seu nome, embora financiados pelo Oponente, e agora pretende usucapir o imóvel alegando posse ad usucapionem.

Do Direito

A ação de usucapião proposta pelo Autor encontra obstáculos intransponíveis, tanto na falta de prova cabal da posse "ad usucapionem" quanto na existência de um contrato verbal de comodato, que caracteriza a posse precária, insuficiente para fundamentar usucapião, conforme jurisprudência dominante.

O Art. 1.201 do Código Civil brasileiro é claro ao estabelecer que a posse não pode ser adquirida por meio de comodato, visto que este configura mera detenção. Ademais, o Art. 1.208 afirma que a posse deve ser exercida como se o possuidor fosse o proprietário, condição não atendida no caso em questão.

Da Argumentação Jurídica e Defesas

A contestação se apoia na clara distinção entre posse e detenção, enfatizando que o acordo verbal de comodato desqualifica a alegação de posse necessária à usucapião. A"'>...

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Legislação e Jurisprudência
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito: Oposição à Usucapião Baseada em Comodato Verbal

Contexto Fático

O caso em tela envolve um terceiro interessado, possuidor de um imóvel por meio de um recibo de compra e venda (escritura particular), que estabeleceu um contrato verbal de comodato com o autor da ação de usucapião, seu irmão, em um gesto de solidariedade familiar. O acordo previa a ocupação temporária do imóvel pelo autor, um pedreiro, que, em troca de moradia, ofereceria sua mão de obra para a construção de uma casa no terreno. Entretanto, o autor agiu de má fé, adquirindo materiais de construção em seu nome e realizando obras sem a autorização do possuidor, configurando uma afronta à relação estabelecida e, agora, busca a aquisição da propriedade por usucapião, utilizando-se de notas fiscais e registros de consumo como prova.

Base Jurídica

O instituto da usucapião, regulamentado pelos artigos 1.238 a 1.244 do Código Civil, pressupõe a posse mansa, pacífica e ininterrupta do imóvel, com animus domini, por período determinado pela lei. A existência de um contrato verbal de comodato, entretanto, caracteriza a posse do autor como precária, afastando a possibilidade de usucapião, uma vez que não há animus domini, mas sim uma permissão temporária para uso do imóvel.

Conceitos e Definições

  • Usucapião: Aquisição da propriedade pela posse prolongada e incontestada, sob condições específicas previstas em lei.
  • Comodato: Empréstimo gratuito de coisas não fungíveis, onde o comodatário tem a obrigação de devolver a coisa emprestada após o uso.
  • Animus Domini: Intenção de agir como proprietário do bem, elemento subjetivo essencial para a configuração da usucapião.
  • Posse Precária: Posse que se origina em virtude de permissão ou tolerância do proprietário, não podendo ser convertida em propriedade por meio de usucapião.

Considerações Finais e Citações de Doutrinas

A doutrina jurídica brasileira, representada por figuras eminentes como Silvio Rodrigues e Carlos Roberto Gonçalves, reitera que a natureza da posse no contexto do comodato é incompatível com a usucapião. Rodrigues, em sua obra "Direito Civil", enfatiza que a posse precária, oriunda de um comodato, não confere ao possuidor o direito de adquirir a propriedade pelo decurso do tempo, pois falta o elemento essencial do animus domini. Gonçalves, por sua vez, em "Direito Civil Brasileiro", destaca a importância da boa-fé e do justo título para a configuração da usucapião, elementos ausentes quando a posse decorre de um comodato.

Diante do exposto, a tentativa do autor da ação de usucapião de adquirir a propriedade baseando-se em uma posse originada de um comodato verbal e marcada por atos de má fé não encontra respaldo legal. A relação de comodato estabelecida, a ausência de animus domini e a precariedade da posse afastam a possibilidade de usucapião, reforçando a necessidade de proteção dos direitos do terceiro interessado e a manutenção da propriedade conforme estabelecido nos acordos originais e na legislação vigente.

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