Modelo de Defesa técnica em Memoriais Criminais: Absolvição por atipicidade de conduta e ausência de provas em acusação de crimes contra a honra

Publicado em: 27/03/2025 Direito Penal Processo Penal
Apresentação de Memoriais Criminais em defesa do réu acusado de calúnia, difamação e injúria, com fundamento na ausência de dolo específico, inexistência de repercussão pública e insuficiência de provas. A defesa busca a absolvição do réu, com base no CPP, art. 386, incisos III e VII, ou aplicação de penas mínimas, subsidiariamente.

MEMORIAIS CRIMINAL

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [LOCALIDADE]

Processo nº: [Número do Processo]

Autor: Ministério Público

Réu: [Nome do Réu]

Nos autos da ação penal em epígrafe, que lhe move o Ministério Público, vem a defesa técnica do réu, [NOME COMPLETO DO RÉU], já qualificado nos autos, por intermédio de seu advogado infra-assinado, com fulcro no CPP, art. 403, § 3º, apresentar os presentes MEMORIAIS, expondo os fatos e fundamentos jurídicos a seguir delineados:

DOS FATOS

O réu foi acusado da prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria, previstos no CP, art. 138, CP, art. 139 e CP, art. 140, sob a alegação de que teria enviado mensagens pelo aplicativo WhatsApp, em caráter privado, imputando fatos ofensivos à honra do querelante.

As mensagens em questão foram trocadas entre o réu e um terceiro, sem que houvesse qualquer divulgação pública ou intenção de macular a honra do querelante perante terceiros. Não há nos autos qualquer prova de que o conteúdo das mensagens tenha extrapolado o âmbito privado da conversa.

DO DIREITO

A defesa sustenta a atipicidade da conduta, tendo em vista que as mensagens enviadas pelo réu não configuram os crimes de calúnia, difamação ou injúria, pelos seguintes fundamentos:

1. INEXISTÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO

Para a configuração dos crimes de calúnia, difamação e injúria, é indispensável a demonstração do dolo específico, ou seja, a intenção deliberada de ofender a honra do querelante. No caso em tela, as mensagens trocadas pelo réu foram enviadas em caráter privado, sem qualquer intenção de atingir a reputação do querelante perante terceiros.

2. AUSÊNCIA DE DIVULGAÇÃO PÚBLICA

O CP, art. 141, inciso III, prevê o aumento de pena quando os crimes contra a honra são cometidos por meio que facilite sua divulgação, como redes sociais. Contudo, no presente caso, as mensagens foram enviadas exclusivamente no âmbito privado, sem qualquer prova de que tenham sido divulgadas publicamente.

Conforme entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ausência de ampla divulgação do conteúdo ofensivo inviabiliza a configuração dos crimes de calúnia e difamação, uma vez que não há repercussão pública capaz de atingir a honra objetiva do querelante.

3. NECESSIDADE DE PROVAS ROBUSTAS

O princípio da presunção de inocência, previsto na CF/88, art. 5º, inciso LVII, exige que a condenação penal esteja amparada em provas inequívocas da materialidade e autoria do delito. No caso em análise, a acusação não apresentou elementos probatórios suficientes para demonstrar a prática dos crimes imputados ao réu.

Ademais, o CPP, art. 158 estabelece que, quando a infração deixar vestígios, é indispensável a realização de exame pericial. No entanto, não houve qualquer perícia técnica que comprovasse a autenticidade das mensagens apresentadas pela acusação, o que torna a prova insuficiente para embasar uma condenação.

JURISPRUDÊNCIAS...


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Informações complementares

Segue abaixo a simulação do voto do magistrado, fundamentado e estruturado em formato HTML conforme solicitado:

Simulação de Voto

Voto do Magistrado

Processo nº: [Número do Processo]

Autor: Ministério Público

Réu: [Nome do Réu]

Análise Hermenêutica dos Fatos e do Direito

Trata-se de ação penal em que o réu foi denunciado pela prática dos crimes de calúnia, difamação e injúria, previstos no CP, art. 138, CP, art. 139 e CP, art. 140, sob a alegação de que teria enviado mensagens pelo aplicativo WhatsApp imputando fatos ofensivos à honra do querelante.

No entanto, verifico que os elementos apresentados nos autos não são suficientes para configurar os crimes imputados ao réu. A análise detalhada dos fatos e fundamentos jurídicos trazidos pelas partes demanda interpretação à luz da CF/88 e do CP.

Da Atipicidade da Conduta

De acordo com a defesa, as mensagens enviadas pelo réu foram trocadas em caráter privado e não há qualquer prova de que tenham sido divulgadas publicamente. Neste ponto, a ausência de dolo específico — elemento subjetivo necessário para os crimes contra a honra — é determinante para afastar a tipicidade da conduta.

Conforme entendimento consolidado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a ausência de ampla divulgação inviabiliza a configuração dos crimes de calúnia e difamação, uma vez que a honra objetiva do querelante não foi atingida perante terceiros.

Da Ausência de Provas Robustas

O princípio da presunção de inocência, previsto na CF/88, art. 5º, inciso LVII, assegura que ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. No caso concreto, a acusação não apresentou provas inequívocas da materialidade e autoria do delito.

Ademais, o CPP, art. 158 estabelece que, quando a infração deixar vestígios, é indispensável a realização de exame pericial. No presente caso, não houve perícia técnica que atestasse a autenticidade das mensagens apresentadas pela acusação, o que torna as provas insuficientes para sustentar uma condenação.

Da Jurisprudência Aplicada

Destaco que há precedentes jurisprudenciais que corroboram a tese defensiva:

  • TJRJ - Terceira Câmara Criminal: Absolvição por ausência de dolo específico e falta de repercussão pública (Apelação Acórdão/TJRJ).
  • TJSP - 7ª Câmara de Direito Criminal: Ausência de provas que configurem calúnia ou injúria, reforçando a necessidade de elementos concretos para condenação (Recurso em Sentido Estrito Acórdão/TJSP).
  • TJSP - 16ª Câmara de Direito Criminal: Dúvidas quanto à materialidade delitiva pela falta de prova técnica (Apelação Criminal Acórdão/TJSP).

Conclusão

Diante do exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, inciso IX, bem como no CPP, art. 386, incisos III e VII, voto pela procedência do pedido formulado pela defesa técnica do réu, para:

  1. Absolver o réu das acusações de calúnia, difamação e injúria, em razão da atipicidade da conduta e da ausência de provas suficientes para a condenação;
  2. Determinar o arquivamento do processo, com a devida comunicação às partes envolvidas.

Este é o meu voto.

Decisão

Pelo exposto, julgo procedente o pedido da defesa e, na forma do CPP, art. 386, incisos III e VII, absolvo o réu [Nome do Réu] das acusações que lhe foram imputadas, determinando o arquivamento do feito.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

[Local], [Data].

[Nome do Magistrado]

Juiz(a) de Direito

### Observações: 1. Substitua os campos entre colchetes `[ ]` pelas informações específicas do caso, como o número do processo, nome do réu, local, data, e nome do magistrado. 2. O voto foi fundamentado na CF/88 e no Código de Processo Penal, atendendo ao pedido de simulação. 3. A estrutura do HTML organiza o texto em seções bem definidas, com títulos e descrições claras.


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