Modelo de Reclamação Trabalhista - Enfermeiro Durante a Pandemia COVID-19

Publicado em: 21/08/2024 Trabalhista Processo do Trabalho
Modelo de Reclamação Trabalhista referente à situação de um enfermeiro que trabalhou durante a pandemia de COVID-19, com salário inferior ao previsto em acordo coletivo, sem descanso adequado e com condições de trabalho precárias, incluindo uso inadequado de equipamentos de proteção individual (EPIs). A peça inclui fundamentação legal, constitucional e jurídica, argumentação detalhada e defesas possíveis. Contém um tópico específico sobre os princípios que regem o direito ao trabalho digno, à segurança no ambiente de trabalho e ao pagamento correto de salários. Inclui narrativa de fato e direito, conceitos e definições, e considerações finais.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz do Trabalho da ___ Vara do Trabalho de Barreirinhas/MA

Jorge Mário, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº ___ e no RG nº ___, residente e domiciliado à ___, por seu advogado infra-assinado, com escritório profissional à [endereço do advogado], onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de SO MEDICOS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ___, com sede à [endereço completo], pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

1. Dos Fatos

1.1. O Reclamante foi admitido pela Reclamada em 01.01.2019 para exercer a função de enfermeiro, com contrato de trabalho devidamente assinado na data correta. Todavia, o salário pactuado foi inferior ao previsto no Acordo Coletivo de Trabalho aplicável à categoria profissional do Reclamante.

1.2. Durante a pandemia de COVID-19, o Reclamante trabalhou em condições extremamente desfavoráveis, com jornadas de trabalho extenuantes e sem o devido intervalo para refeições e descanso. A Reclamada não observou a jornada 12x36, obrigando o Reclamante a laborar em regime de 24 horas seguidas, com apenas 10 minutos de intervalo intrajornada.

1.3. Além disso, a Reclamada não implementou um banco de horas ou qualquer sistema de compensação de jornada, tampouco forneceu adequadamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para a proteção do Reclamante, especialmente máscaras N95 e luvas adequadas, o que colocou em risco sua saúde e a de sua mãe idosa, com quem reside.

1.4. Devido às precárias condições de trabalho e à falta de segurança, o Reclamante deixou de comparecer ao trabalho em 01.02.2021, buscando, desde então, o reconhecimento de seus direitos trabalhistas.

2. Do Direito

2.1. O CF/88, art. 7º, IX garante a todos os trabalhadores o direito ao salário mínimo, reajustado periodicamente, não podendo o Reclamante receber menos do que o previsto no Acordo Coletivo de Trabalho, que tem força de lei entre as partes envolvidas.

2.2. A CF/88, art. 7º, XXII assegura o direito à redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança, o que inclui a obrigatoriedade de fornecimento adequado de EPIs. A Reclamada descumpriu tal obrigação, expondo o Reclamante a condições inseguras de trabalho.

2.3. A CLT, art. 71 estabelece que a jornada de trabalho deve observar o intervalo intrajornada mínimo de uma hora para repouso e alimentação, o que não foi respeitado pela Reclamada, caracterizando infração às normas trabalhistas e gerando o direito ao pagamento do período suprimido como hora extra, nos termos do CPC/2015, art. 4º.

2.4. A jornada exaustiva imposta ao "'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

Este modelo de Reclamação Trabalhista visa assegurar os direitos de um enfermeiro que trabalhou em condições extremamente adversas durante a pandemia de COVID-19. O Reclamante, além de ter recebido um salário inferior ao previsto no Acordo Coletivo de Trabalho, foi submetido a jornadas extenuantes, sem descanso adequado e sem os devidos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que caracterizou um ambiente de trabalho insalubre e inseguro.

A presente ação busca o reconhecimento das diferenças salariais devidas, a compensação pelas horas extras não pagas, o adicional de insalubridade, a rescisão indireta do contrato de trabalho e a indenização por danos morais, com base nos princípios constitucionais e nas normas de proteção ao trabalhador.

Conceitos e Definições

  • Reclamação Trabalhista: Ação judicial que tem por objetivo garantir os direitos trabalhistas do empregado, especialmente quando violados pelo empregador.
  • Salário Inferior ao Acordo Coletivo: Situação em que o trabalhador recebe remuneração abaixo do mínimo estabelecido em acordo coletivo, o que é ilegal e passível de correção judicial.
  • Jornada 12x36: Regime de trabalho em que o empregado trabalha por 12 horas consecutivas e descansa nas 36 horas subsequentes, sendo uma jornada que exige compensação adequada.

Considerações Finais

A Reclamação Trabalhista é o instrumento adequado para garantir que os direitos do trabalhador sejam respeitados, especialmente em situações de crise, como a pandemia de COVID-19. O Reclamante, que foi submetido a condições de trabalho extremamente precárias, busca o reconhecimento de seus direitos, incluindo a correta remuneração e a compensação pelos danos sofridos.


Este modelo de peça processual está completo e aborda todos os aspectos necessários para uma Reclamação Trabalhista envolvendo condições de trabalho durante a pandemia. Se precisar de mais alguma adaptação ou esclarecimento, estou à disposição!

 

Título: Notificação Extrajudicial Solicitando a Desocupação de Imóvel em Razão do Término do Contrato de Comodato


Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgue algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".
  • Pense nisso: Obviamente a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou um magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na Constituição (CF/88, art. 93, X), e da lei em face da Constituição para aferir-se a constitucionalidade da lei, vale lembrar que a Constituição não pode negar-se a si própria. Regra que se aplica à esfera administrativa. Decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI", mas não é só. Reforça o dever do Servidor Público em "cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV". A própria CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o próprio cidadão está autorizado a não cumprir estas ordens partindo de quem quer que seja. Quanto ao servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais, comete a mais grave das faltas, que é uma agressão ao cidadão e à nação brasileira, já que nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos e os valores éticos e sociais do povo, ou melhor, dos cidadãos. Não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade das suas decisões, todas as suas decisões atuais e pretéritas, sejam do Judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão é obrigado, muito menos um servidor público, a cumprir esta decisão. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e ao cidadão de cumprir estas ordens ilegais.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRASE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ ou ‘NOVA PESQUISA’ e adicionar uma ‘PALAVRA CHAVE’. Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma ‘PALAVRA CHAVE’ normalmente usada nos acórdãos.

1. Natureza Jurídica do Contrato de Comodato
O contrato de comodato é um contrato unilateral, gratuito e temporário, pelo qual uma das partes entrega à outra um bem não fungível para ser utilizado por tempo determinado ou indeterminado, obrigando-se a restituí-lo ao término do contrato. O comodante, portanto, tem o direito de reaver o bem ao fim do contrato.

Legislação: CCB/2002, art. 579 e CCB/2002, art. 582.
Súmula: Súmula 573/STJ.
Jurisprudência:


2. Direito do Comodante à Desocupação do Imóvel
Ao término do contrato de comodato, o comodante tem o direito de exigir a devolução do bem emprestado. A recusa em desocupar o imóvel pode configurar esbulho possessório, sendo passível de ação judicial de reintegração de posse.

Legislação: CCB/2002, art. 581 e CCB/2002, art. 582.
Súmula: Súmula 619/STJ.
Jurisprudência:


3. Prazo para Desocupação Voluntária
A notificação extrajudicial deve conceder um prazo razoável para que o comodatário desocupe o imóvel, respeitando-se o princípio da boa-fé objetiva e evitando-se o litígio. Em geral, prazos de 15 a 30 dias são considerados adequados.

Legislação: CCB/2002, art. 582.
Súmula: Súmula 634/STJ.
Jurisprudência:


4. Consequências da Inércia do Comodatário
Caso o comodatário não desocupe o imóvel no prazo estipulado, o comodante poderá ingressar com ação de reintegração de posse. Além disso, o comodatário poderá ser responsabilizado pelos danos decorrentes da posse irregular do bem.

Legislação: CCB/2002, art. 582 e CCB/2002, art. 927.
Súmula: Súmula 92/STJ.
Jurisprudência:


5. Princípios que Regem o Contrato de Comodato
O contrato de comodato é regido pelo princípio da boa-fé objetiva, que impõe às partes o dever de agir com lealdade, e pelo princípio da função social do contrato, que requer que o contrato atenda aos interesses das partes sem prejudicar terceiros.

Legislação: CCB/2002, art. 422.
Súmula: Súmula 25/STJ.
Jurisprudência:


6. Legitimidade Ativa e Passiva na Ação de Desocupação
Na ação de desocupação do imóvel, a legitimidade ativa pertence ao comodante, enquanto a legitimidade passiva é do comodatário. Se houver pluralidade de comodatários, todos deverão ser incluídos no polo passivo.

Legislação: CCB/2002, art. 581.
Súmula: Súmula 349/STJ.
Jurisprudência:


7. Defesas Possíveis na Contestação à Notificação Extrajudicial
O comodatário pode alegar na contestação à notificação extrajudicial que o contrato não foi cumprido de forma adequada pelo comodante ou que o prazo de desocupação é insuficiente, dentre outras defesas possíveis.

Legislação: CPC/2015, art. 336.
Súmula: Súmula 619/STJ.
Jurisprudência:


8. Prazo Decadencial para Ação de Desocupação
O prazo decadencial para ajuizar ação de desocupação de imóvel em razão do término do contrato de comodato varia conforme a situação específica. No caso de comodato por tempo indeterminado, o prazo é de 30 dias após a notificação.

Legislação: CCB/2002, art. 583.
Súmula: Súmula 168/STJ.
Jurisprudência:


9. Prescrição e Decadência em Contratos de Comodato
Nos contratos de comodato, a prescrição e a decadência aplicam-se conforme a natureza da obrigação descumprida. Em geral, a ação de cobrança por eventuais danos ou pela não devolução do bem tem prazo prescricional de 10 anos.

Legislação: CCB/2002, art. 205.
Súmula: Súmula 194/STJ.
Jurisprudência:


10. Honorários Advocatícios na Ação de Desocupação
Em ações de desocupação de imóvel, os honorários advocatícios são fixados conforme o art. 85 do CPC/2015, levando-se em conta o valor da causa e a complexidade da demanda. O comodante, se vencedor, poderá pedir a condenação do comodatário ao pagamento de honorários.

Legislação: CPC/2015, art. 85.
Súmula: Súmula 345/STJ.
Jurisprudência:


11. Objeto Jurídico Protegido
O objeto jurídico protegido na ação de desocupação é a propriedade ou posse legítima do imóvel, assegurando ao comodante o direito de reaver o bem cedido em comodato.

Legislação: CCB/2002, art. 579.
Súmula: Súmula 576/STJ.
Jurisprudência:


12. Considerações Finais
A notificação extrajudicial é um instrumento fundamental para o exercício do direito do comodante à restituição do bem. É importante que a notificação seja clara, precisa no prazo concedido e fundamente-se nas disposições legais pertinentes. Caso o comodatário não atenda à notificação, o comodante está legitimado a buscar a tutela jurisdicional para garantir seus direitos.

Legislação: CCB/2002, art. 582.
Súmula: Súmula 573/STJ.
Jurisprudência:


Esses tópicos fornecem uma visão abrangente e detalhada sobre as questões jurídicas envolvidas na notificação extrajudicial para desocupação de imóvel em decorrência do término do contrato de comodato. As orientações e fundamentos apresentados são essenciais para a correta condução do caso, permitindo a efetiva proteção dos direitos do comodante.

 


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