Modelo de Recurso de Apelação em Ação de Modificação de Guarda, Regulamentação de Visitas e Revisão de Alimentos com Fundamentação no Melhor Interesse da Criança

Publicado em: 15/04/2025 Processo Civil Familia
Modelo de Recurso de Apelação interposto por genitora inconformada com sentença que manteve guarda compartilhada com residência paterna, indeferiu o pedido de ampliação do regime de visitas e negou a redução de alimentos. A peça fundamenta-se no princípio do melhor interesse da criança (CF/88, art. 227; ECA, art. 4º e ECA, art. 19), na possibilidade de modificação da guarda conforme o CCB/2002, art. 1.584, § 2º, e na revisão de alimentos prevista no CCB/2002, art. 1.699, com base em alteração na capacidade financeira do alimentante. Inclui argumentação jurídica, jurisprudência atualizada e pedido de reforma integral da sentença.

RECURSO DE APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

1. ENDEREÇAMENTO

Apelação com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, a ser processada pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

2. PREÂMBULO

A. C. C., brasileira, solteira, auxiliar administrativa, portadora do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliada na Rua das Flores, nº 123, Bairro Centro, Garça/SP, endereço eletrônico: [email protected], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional na Rua dos Advogados, nº 456, Bairro Centro, Garça/SP, endereço eletrônico: [email protected], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

com fundamento no CPC/2015, art. 1.009 a CPC/2015, art. 1.014, contra a r. sentença proferida nos autos da Ação de Modificação de Guarda, Regulamentação de Visitas e Revisão de Alimentos, processo nº 1001029-47.2023.8.26.0201, em trâmite perante a 2ª Vara da Comarca de Garça/SP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

3. TEMPESTIVIDADE

A sentença foi publicada em __/__/____, iniciando-se o prazo recursal em __/__/____. Assim, o presente recurso é tempestivo, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, § 5º, sendo interposto dentro do prazo legal de 15 (quinze) dias úteis.

4. DOS FATOS

A Apelante ajuizou ação de modificação de guarda, regulamentação de visitas e revisão de alimentos em face de A. P. L., pleiteando a alteração da guarda compartilhada com residência paterna para guarda unilateral materna, além da regulamentação de visitas em favor do pai e a redução do valor da pensão alimentícia de 30% para 16,5% do salário mínimo.

Durante a instrução processual, foram produzidos estudos social e psicossocial, os quais indicaram que o menor possui bom vínculo com o pai, mas também apontaram a necessidade de maior convivência com a mãe e melhor comunicação entre os genitores. Apesar disso, o MM. Juiz entendeu por bem manter a guarda compartilhada com residência paterna, julgando improcedente o pedido da Apelante, bem como indeferiu o pedido de revisão dos alimentos.

Entretanto, a Apelante entende que a r. sentença não observou adequadamente o princípio do melhor interesse da criança, tampouco considerou a evolução das condições fáticas e emocionais do menor, que justificam a alteração da guarda e a readequação do regime de visitas.

5. DO DIREITO

5.1. DA GUARDA – MELHOR INTERESSE DO MENOR

Nos termos do CCB/2002, art. 1.584, § 2º, a guarda compartilhada é regra, podendo ser afastada quando não atender ao melhor interesse do menor. No presente caso, embora os laudos indiquem vínculo com o pai, também apontam a necessidade de maior convivência com a mãe, o que demonstra que a atual configuração da guarda não atende plenamente ao desenvolvimento afetivo e emocional da criança.

O princípio do melhor interesse da criança, previsto na CF/88, art. 227 e no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, art. 4º, deve nortear toda e qualquer decisão judicial envolvendo menores. A manutenção da residência exclusivamente com o pai, sem a devida reavaliação do contexto atual e da evolução da relação materno-filial, compromete o pleno desenvolvimento da criança.

Ademais, a Apelante demonstrou plena capacidade de prover os cuidados necessários ao filho, sendo imprescindível a reavaliação da guarda, com vistas à fixação da residência com a mãe, ou, subsidiariamente, à ampliação do regime de convivência.

5.2. DA REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS – DIREITO FUNDAMENTAL À CONVIVÊNCIA FAMILIAR

O direito de visitas é expressão do direito à convivência familiar, assegurado pela CF/88, art. 227 e pelo ECA, art. 19. A sentença recorrida não estabeleceu um regime de visitas que efetivamente pr"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de Recurso de Apelação interposto por A. C. C. contra sentença proferida nos autos da Ação de Modificação de Guarda, Regulamentação de Visitas e Revisão de Alimentos, Processo nº 1001029-47.2023.8.26.0201, em trâmite perante a 2ª Vara da Comarca de Garça/SP.

A sentença de primeiro grau julgou improcedentes os pedidos da autora, mantendo a guarda compartilhada com residência paterna, indeferindo a ampliação do regime de visitas em favor da mãe e a redução da pensão alimentícia.

A Apelante sustenta que a sentença não considerou adequadamente o princípio do melhor interesse da criança, bem como não observou a evolução das condições emocionais e sociais do menor. Requer a concessão da guarda unilateral materna, subsidiariamente a ampliação do regime de visitas e a redução da pensão alimentícia para 16,5% do salário mínimo.

II – Fundamentação

1. Do Conhecimento do Recurso

O recurso é tempestivo, nos termos do CPC/2015, art. 1.003, § 5º, preenchendo os demais requisitos de admissibilidade. Assim, conheço do recurso.

2. Do Mérito

2.1 – Da Guarda

O CCB/2002, art. 1.584, § 2º, prevê que a guarda compartilhada deve prevalecer, exceto quando demonstrado que não atende ao melhor interesse do menor, princípio este consagrado na CF/88, art. 227 e no ECA, art. 4º.

No caso dos autos, os laudos psicossociais evidenciam vínculo afetivo do menor com ambos os genitores, mas também recomendam maior convivência com a figura materna, sinalizando que a guarda com residência exclusivamente paterna pode não atender plenamente ao desenvolvimento emocional da criança.

Assim, entendo que a alteração da residência para o lar materno é medida que melhor atende ao princípio do melhor interesse do menor, não sendo excludente a convivência com o pai, que poderá ser preservada por meio de regime de visitas adequado.

2.2 – Da Regulamentação de Visitas

A convivência familiar é direito fundamental da criança, assegurado pela CF/88, art. 227 e ECA, art. 19, sendo dever do Judiciário promover condições para seu exercício.

Considerando que a Apelante reside na mesma cidade e possui plenas condições de cuidar do menor, mostra-se pertinente a ampliação do regime de visitas, com previsão de pernoites e finais de semana alternados, de forma a fortalecer o vínculo materno-filial.

2.3 – Da Revisão dos Alimentos

Nos termos do CCB/2002, art. 1.699, é possível a revisão dos alimentos diante de alteração na capacidade financeira do alimentante ou nas necessidades do alimentado.

O Apelado constituiu nova família e possui outros filhos, o que interfere em sua capacidade contributiva. De outro lado, a guarda será exercida pela mãe, que assumirá maiores encargos com a criança.

Nesse cenário, é razoável a redução do percentual da pensão alimentícia para 16,5% do salário mínimo, valor que se mostra proporcional à atual realidade financeira do pai e às necessidades do menor.

III – Dispositivo

Ante o exposto, com base na CF/88, art. 93, IX, que exige a fundamentação das decisões judiciais, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso de apelação para:

  • a) Modificar a guarda para unilateral em favor da mãe, ora Apelante, com manutenção da guarda compartilhada no que diz respeito às decisões importantes;
  • b) Fixar regime de visitas em favor do pai, com finais de semana alternados, pernoites e períodos durante as férias escolares;
  • c) Reduzir o valor da pensão alimentícia para 16,5% do salário mínimo.

Condeno o Apelado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios recursais, arbitrados em 10% sobre o valor da causa, observado o benefício da gratuidade da justiça concedido à Apelante.

É como voto.

Desembargador Relator

Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo


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