Modelo de Réplica à contestação em ação declaratória de inexistência de débito e indenização por cobrança indevida e negativação indevida contra Equatorial Distribuidora de Energia S.A., com fundamento no CDC e CPC

Publicado em: 23/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo de réplica à contestação em ação civil movida por consumidora contra a Equatorial Distribuidora de Energia S.A., que contesta cobrança indevida de energia elétrica sem medidor instalado, pleiteando a declaração de inexistência do débito, exclusão do nome da autora dos cadastros restritivos, indenização por danos morais e manutenção da tutela de urgência, com base no Código de Defesa do Consumidor e Código de Processo Civil. Contém impugnação detalhada, fundamentação jurídica e jurisprudência pertinente.

RÉPLICA À CONTESTAÇÃO

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Cível da Comarca de Ribamar Fiquene/MA

2. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES E DOS AUTOS

Processo nº: [inserir número dos autos]
Autora: E. da S. M., lavradora, inscrita no CPF sob o nº [inserir], residente na zona rural de Ribamar Fiquene/MA, endereço eletrônico: [inserir e-mail].
Ré: Equatorial Distribuidora de Energia S.A., inscrita no CNPJ sob o nº [inserir], com sede na [endereço], endereço eletrônico: [inserir e-mail].

3. SÍNTESE DA INICIAL

A autora, E. da S. M., propôs Ação Declaratória de Inexistência de Débito com obrigação de fazer e não fazer, cumulada com pedido de indenização por falha na prestação de serviço em face da Equatorial Distribuidora de Energia S.A. Alegou ter recebido cobranças e multa por suposto consumo irregular de energia elétrica referentes ao período de janeiro a maio de 2024, sendo que o relógio medidor só foi instalado em junho de 2024. Assim, a cobrança é manifestamente indevida, pois não havia sequer medidor instalado no período questionado. Pleiteou gratuidade de justiça, optou pelo juízo 100% digital, manifestou desinteresse em audiência de conciliação e fundamentou seus pedidos no Código de Defesa do Consumidor (CDC), destacando a relação de consumo e a violação dos direitos do consumidor.

4. SÍNTESE DA CONTESTAÇÃO

A ré, Equatorial Distribuidora de Energia S.A., apresentou contestação sustentando, em síntese, que a cobrança seria legítima, pois decorreria de procedimento regular de apuração de consumo, alegando suposto consumo irregular detectado em inspeção. Defendeu a regularidade da negativação do nome da autora, afirmando que a dívida seria exigível e que não houve falha na prestação do serviço. Alegou, ainda, que a autora não comprovou a inexistência de relação jurídica e que a documentação acostada seria suficiente para demonstrar a legitimidade da cobrança.

5. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS ARGUMENTOS DA CONTESTAÇÃO

Inicialmente, impugna-se veementemente a alegação de que a cobrança seria legítima. A ré não logrou demonstrar, de forma cabal, a existência de consumo de energia elétrica no imóvel da autora no período de janeiro a maio de 2024, uma vez que o relógio medidor só foi instalado em junho de 2024. Não há nos autos qualquer prova de que houve efetivo fornecimento de energia ou consumo anterior à instalação do medidor, sendo, portanto, impossível a apuração do suposto débito.

Ademais, a documentação apresentada pela ré limita-se a relatórios unilaterais e não comprova a efetiva prestação do serviço no período questionado. O simples lançamento de débito, desacompanhado de prova idônea, não tem o condão de legitimar a cobrança e, tampouco, a negativação do nome da autora, violando-se, assim, o princípio da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e os direitos básicos do consumidor (CDC, art. 6º, III e VIII).

Ressalta-se que a inversão do ônus da prova é medida que se impõe, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, diante da hipossuficiência da autora e da verossimilhança das alegações, cabendo à ré comprovar a regularidade da cobrança, o que não ocorreu.

6. DA MANUTENÇÃO DA LIMINAR

Considerando que a liminar foi corretamente deferida para suspender a negativação do nome da autora, requer-se sua manutenção. A probabilidade do direito resta evidenciada pela ausência de comprovação do débito, visto que não havia medidor instalado no período cobrado, e o perigo de dano é manifesto, pois a negativação indevida compromete a honra e a credibilidade da autora perante o mercado (CPC/2015, art. 300).

A jurisprudência é pacífica no sentido de que a negativação indevida gera dano moral presumido, sendo imprescindível a manutenção da tutela de urgência para evitar agravamento dos prejuízos à autora.

7. DO DIREITO

7.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A relação jurídica entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. A autora é destinatária final do serviç"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

1. Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Inexistência de Débito, com obrigação de fazer e não fazer, cumulada com pedido de indenização por danos morais, proposta por E. da S. M. em face da Equatorial Distribuidora de Energia S.A., sob o fundamento de cobrança indevida de consumo de energia elétrica referente ao período de janeiro a maio de 2024, quando ainda não havia instalado medidor no imóvel da autora. A parte autora pleiteou, ainda, a exclusão do nome dos cadastros restritivos de crédito e indenização por danos morais em razão da negativação indevida.

A ré apresentou contestação, defendendo a legitimidade da cobrança e da negativação, afirmando que houve procedimento regular de apuração de consumo e anexou relatórios unilaterais para corroborar suas alegações.

2. Fundamentação

2.1. Da Admissibilidade

Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do pedido, nos termos do CPC/2015, art. 485 e seguintes. O processo está regularmente instruído, não havendo nulidades a serem sanadas.

2.2. Do Mérito

a) Da Relação de Consumo e Ônus da Prova

Restou incontroverso que a relação jurídica entre as partes é de consumo, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, sendo a autora destinatária final do serviço de energia elétrica e a ré, fornecedora. Diante da hipossuficiência da autora e da verossimilhança das alegações, impõe-se a inversão do ônus da prova, nos termos do CDC, art. 6º, VIII, cabendo à ré comprovar a regularidade da cobrança.

b) Da Inexistência de Débito e Cobrança Indevida

A controvérsia central reside na legitimidade da cobrança e da negativação do nome da autora, referente ao período anterior à instalação do medidor (janeiro a maio de 2024). Com efeito, não há nos autos prova idônea da efetiva prestação do serviço ou de consumo de energia no período anterior à instalação do medidor em junho de 2024. Os relatórios apresentados são unilaterais e não têm o condão de comprovar, de maneira cabal, a existência do débito. Assim, aplica-se o disposto no CPC/2015, art. 373, II e CDC, art. 14, não se desincumbindo a ré do seu ônus probatório.

A cobrança, portanto, revela-se manifestamente indevida, violando os princípios da boa-fé objetiva (CCB/2002, art. 422) e da proteção do consumidor (CDC, art. 6º, III e VIII).

c) Da Negativação Indevida e Dano Moral

A inscrição do nome da autora em cadastros de inadimplentes, na ausência de débito legítimo, constitui ato ilícito e enseja o dever de indenizar, conforme o CCB/2002, art. 186 e CDC, art. 6º, VI. O dano moral, nesse contexto, é presumido (in re ipsa), bastando a demonstração da negativação indevida, como pacífico na jurisprudência.

Cito, a título exemplificativo:

TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Cobrança indevida bem configurada ante a ausência de prova da cogitada irregularidade... Negativação indevida que implica dano moral in re ipsa.\"
TJSP, Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Prova unilateral. Violação aos princípios do contraditório e ampla defesa... Inexigibilidade da dívida reconhecida. Danos morais caracterizados.\"

d) Da Obrigação de Fazer e Não Fazer

Diante da inexistência do débito, é de rigor a declaração de inexigibilidade da cobrança, a exclusão do nome da autora dos cadastros restritivos e a abstenção de qualquer cobrança relativa ao período anterior à instalação do medidor, em respeito aos princípios da legalidade, boa-fé e proteção do consumidor (CF/88, art. 5º, XXXII; CDC, art. 6º, IV).

e) Da Tutela de Urgência

Diante da probabilidade do direito e do perigo de dano, mantenho a tutela de urgência concedida para suspender a negativação, tornando-a definitiva, nos termos do CPC/2015, art. 300.

3. Dispositivo

Ante o exposto, com fundamento na CF/88, art. 93, IX, que exige a devida fundamentação das decisões judiciais, JULGO PROCEDENTE o pedido inicial, para:

  • a) Declarar a inexistência do débito referente ao período de janeiro a maio de 2024, reconhecendo a inexigibilidade da cobrança;
  • b) Condenar a ré à obrigação de fazer, consistente na exclusão do nome da autora dos cadastros de inadimplentes, e à obrigação de não fazer, abstendo-se de realizar cobranças relativas ao período anterior à instalação do medidor;
  • c) Condenar a ré ao pagamento de indenização por danos morais, cujo valor arbitro em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), valor adequado à natureza do dano e às circunstâncias do caso;
  • d) Confirmar a tutela de urgência anteriormente concedida, tornando-a definitiva;
  • e) Condenar a ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85;
  • f) Conceder à autora os benefícios da gratuidade de justiça, nos termos do CPC/2015, art. 98, já comprovados nos autos.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

4. Fundamentação Constitucional

Esta decisão encontra-se devidamente fundamentada, em consonância com a CF/88, art. 93, IX, que exige a devida motivação das decisões judiciais.

5. Conclusão

É como voto.

 

Ribamar Fiquene/MA, [data].

_______________________________
[Nome do Magistrado]
Juiz de Direito


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