Modelo de Ação Declaratória de Nulidade de Contrato de Cartão Consignado com Pedido de Tutela de Urgência, Inexistência de Débito, Restituição em Dobro e Indenização por Danos Morais contra Instituição Bancária

Publicado em: 15/04/2025 CivelProcesso CivilConsumidor
Modelo completo de petição inicial para propositura de Ação Declaratória de Nulidade de Contrato de Cartão de Crédito com Reserva de Margem Consignável (RCC), cumulada com pedido de tutela de urgência para cessação imediata de descontos indevidos em benefício previdenciário, declaração de inexistência de débito, restituição em dobro dos valores descontados e indenização por danos morais. O documento fundamenta-se no Código de Defesa do Consumidor, Código Civil e Constituição Federal, além de jurisprudência atualizada, demonstrando a ausência de consentimento informado e a prática abusiva por parte da instituição bancária. Indicado para casos em que o consumidor, especialmente aposentado ou pensionista, foi surpreendido com contratação de RCC sem ciência ou autorização válida.

PETIÇÃO INICIAL – AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO COM RESERVA DE CARTÃO CONSIGNÁVEL (RCC), INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, C/C TUTELA DE URGÊNCIA, RESTITUIÇÃO EM DOBRO E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de [inserir cidade e estado]

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

A. J. dos S., brasileira, aposentada, estado civil [informar], portadora do CPF nº [informar] e do RG nº [informar], residente e domiciliada na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na [endereço completo], onde recebe intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência propor a presente:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO DE CARTÃO DE CRÉDITO COM RESERVA DE CARTÃO CONSIGNÁVEL (RCC), INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, C/C PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA, RESTITUIÇÃO EM DOBRO E INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

em face de BANCO XYZ S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº [informar], com sede na [endereço completo], endereço eletrônico: [e-mail], pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

3. DOS FATOS

A autora, pessoa idosa e aposentada pelo INSS, foi surpreendida com descontos mensais em seu benefício previdenciário, sob a rubrica de “cartão de crédito consignado”. Acreditava ter contratado um empréstimo consignado comum, com parcelas fixas e prazo determinado, mas, ao procurar esclarecimentos junto ao banco réu, foi informada de que se tratava de um contrato de cartão de crédito com reserva de margem consignável (RCC).

Ocorre que, em momento algum, a autora foi devidamente informada da natureza do contrato, tampouco recebeu cartão físico, fatura mensal ou qualquer documento que demonstrasse a utilização da suposta linha de crédito. Os descontos, contudo, persistem, sem que haja amortização efetiva do saldo devedor, gerando uma dívida eterna e impagável.

Diante disso, busca-se a declaração de nulidade do contrato, a inexistência do débito, a restituição em dobro dos valores indevidamente descontados e a indenização por danos morais, além da concessão de tutela de urgência para cessar os descontos imediatamente.

4. DO DIREITO

A relação jurídica entre as partes é nitidamente de consumo, aplicando-se as normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC), nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º. A autora é hipossuficiente técnica e economicamente, o que impõe ao réu o dever de informação clara, precisa e adequada, conforme dispõe o CDC, art. 6º, III.

O contrato de cartão de crédito com reserva de margem consignável (RCC) é uma modalidade complexa, que exige transparência e consentimento informado. A ausência de explicitação da natureza do contrato, aliada à falta de entrega de cartão, faturas e informações, configura vício de consentimento, nos termos do CCB/2002, art. 138.

A autora jamais utilizou o suposto cartão, tampouco teve ciência de sua contratação. Os descontos mensais, portanto, são indevidos e devem ser restituídos em dobro, conforme prevê o CDC, art. 42, parágrafo único, diante da má-fé do réu e da ausência de comprovação de dívida legítima.

O dano moral é evidente. A autora, idosa e vulnerável, teve seu benefício previdenciário reduzido por descontos indevidos, comprometendo sua subsistência e gerando angústia e sofrimento. A jurisprudência reconhece que a retenção indevida de valores de benefício previdenciário configura violação à dignidade da pessoa humana, princípio basilar do ordenamento "'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I – Relatório

Trata-se de Ação Declaratória de Nulidade de Contrato de Cartão de Crédito com Reserva de Margem Consignável (RCC), cumulada com pedido de inexistência de débito, tutela de urgência, restituição em dobro e indenização por danos morais, proposta por A. J. dos S. em face de BANCO XYZ S/A.

A autora alega que jamais contratou a modalidade de cartão de crédito com reserva de margem consignável, nem recebeu cartão físico ou qualquer documento que comprovasse a contratação. Afirma que acreditava estar contratando empréstimo consignado comum e que os descontos mensais em seu benefício previdenciário têm causado prejuízos financeiros e abalo moral.

Requer, em sede liminar, a suspensão dos descontos; ao final, a nulidade do contrato, a restituição em dobro dos valores pagos indevidamente e a indenização por danos morais.

II – Fundamentação

O voto é proferido com base na CF/88, art. 93, inciso IX, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas, sob pena de nulidade.

1. Da relação de consumo e hipossuficiência

Constatada a relação de consumo entre as partes, nos termos do CDC, art. 2º e CDC, art. 3º, é imperativo reconhecer a aplicação da legislação consumerista ao caso em tela. A autora, pessoa idosa e aposentada, caracteriza-se como parte hipossuficiente, sendo merecedora de especial proteção jurídica.

2. Do dever de informação e vício de consentimento

O CDC, art. 6º, inciso III,  impõe ao fornecedor o dever de prestar informações claras, precisas e ostensivas sobre os serviços ofertados. A ausência de informações sobre a natureza do contrato, aliada à não entrega de cartão físico, faturas e demonstrações claras de dívida, configura vício de consentimento nos termos do CCB/2002, art. 138.

A jurisprudência citada pelo réu, embora válida em situações nas quais restam demonstradas a ciência e o uso do cartão, não se aplica ao presente caso, onde inexiste qualquer prova da efetiva contratação ou utilização da linha de crédito por parte da autora.

3. Da inexistência de débito e restituição em dobro

Não demonstrada a contratação válida e informada do serviço, os descontos efetuados no benefício da autora são indevidos. Nos termos do CDC, art. 42, parágrafo único, impõe-se a restituição em dobro das quantias pagas, diante da má-fé do fornecedor.

4. Do dano moral

A jurisprudência consolidada reconhece que a retenção indevida de valores de benefício previdenciário causa abalo moral, especialmente quando se trata de pessoa idosa e vulnerável. A conduta do réu violou o princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, III), sendo devida a indenização por danos morais.

5. Da tutela de urgência

Presentes os requisitos do CPC/2015, art. 300 — probabilidade do direito e perigo de dano — defere-se a tutela de urgência para cessar imediatamente os descontos no benefício previdenciário da autora, sob pena de multa diária.

III – Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado por A. J. dos S., nos seguintes termos:

  1. Confirmo a tutela de urgência anteriormente concedida, tornando-a definitiva, para suspender os descontos mensais referentes ao suposto contrato de cartão de crédito com reserva de margem consignável.
  2. Declaro a NULIDADE do contrato de cartão de crédito com reserva de margem consignável (RCC), por vício de consentimento.
  3. Declaro a INEXISTÊNCIA DE DÉBITO oriundo do referido contrato.
  4. Condeno o réu à RESTITUIÇÃO EM DOBRO dos valores descontados indevidamente, com correção monetária desde o pagamento e juros de mora desde a citação.
  5. Condeno o réu ao pagamento de INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, que fixo em R$ 5.000,00 (cinco mil reais), considerando a extensão do dano e o caráter pedagógico da medida.
  6. Condeno o réu ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor da condenação, nos termos do CPC/2015, art. 85, § 2º.

IV – Conclusão

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Sentença proferida nos termos da CF/88, art. 93, IX, com a devida fundamentação.

[Cidade], [Data]

_______________________________________
Juiz de Direito


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Publicado em: 17/12/2023 CivelProcesso CivilConsumidor

Petição inicial que busca a nulidade de contrato de cartão de crédito consignado com Reserva de Margem Consignável (RMC), alegando falta de informações claras e práticas abusivas por parte do Banco XYZ S.A. O requerente, aposentado e beneficiário do INSS, solicita a cessação de descontos no benefício previdenciário, a restituição de valores pagos indevidamente, e indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00. A fundamentação jurídica é embasada no Código de Defesa do Consumidor (arts. 30, 31, 39 e 46), além de jurisprudências relevantes. A ação também pleiteia tutela de urgência e audiência de conciliação.

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Publicado em: 05/09/2024 CivelProcesso CivilConsumidor

Petição inicial de Ação de Restituição de Valores Pagos em Operação de Cartão de Crédito Consignado, proposta por idoso aposentado contra o Banco BMG S.A., visando, com base no Código de Defesa do Consumidor e no Estatuto do Idoso, a declaração de nulidade do contrato, a devolução dos valores descontados de forma indevida, indenização por danos morais e a concessão de tutela de urgência para cessar descontos no benefício previdenciário. O documento também requer prioridade na tramitação processual, fundamentando-se em jurisprudências e dispositivos legais aplicáveis.

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Publicado em: 29/04/2024 CivelProcesso CivilConsumidor

Este documento apresenta um modelo de contrato detalhado para a prestação de serviços jurídicos, com foco na propositura de uma ação declaratória de nulidade de contrato de cartão de crédito consignável (RCC). O contrato abrange a solicitação de inexistência de débito, devolução em dobro de valores descontados indevidamente, indenização por danos morais e o cancelamento imediato de descontos em folha de pagamento. Inclui fundamentos jurídicos baseados na CF/88, Código Civil e Código de Defesa do Consumidor, além de cláusulas sobre direitos, obrigações, honorários advocatícios, rescisão e foro.

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