Modelo de Apelação Cível para Reconhecimento de Impenhorabilidade de Bem de Família e Legitimidade da Dissolução de União Estável

Publicado em: 04/02/2025 CivelProcesso Civil Impenhorabilidade
Recurso de apelação cível interposto por J. T. B., postulando a reforma de decisão que indeferiu a impugnação à penhora de imóvel protegido pela Lei nº 8.009/1990. O documento fundamenta-se na legitimidade da dissolução da união estável, ausência de provas de simulação, e na proteção conferida ao bem de família. Invoca princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana, e a necessidade de observância do ônus da prova nos termos do CPC/2015. Inclui doutrina, jurisprudências relevantes e pedidos de reforma da decisão, anulação da penhora e condenação do Apelado ao pagamento das custas processuais.

APELAÇÃO CÍVEL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 11ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP

Processo nº: 0021717-30.2021.8.26.0100

Apelante: J. T. B.

Apelado: Nome do Apelado

PREÂMBULO

J. T. B., brasileiro, 70 anos, portador do CPF nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, com fundamento no CPC/2015, art. 1.009, interpor a presente APELAÇÃO contra a decisão proferida nos autos do processo em epígrafe, que julgou improcedente a impugnação à penhora do imóvel de matrícula nº 25.040, sob o fundamento de que a dissolução da união estável teria sido simulada.

Requer, desde já, o recebimento do presente recurso em seus efeitos devolutivo e suspensivo, com a consequente remessa ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

DOS FATOS

O Apelante, com 70 anos de idade e em evidente sofrimento psicológico, conforme atestado por laudo pericial em elaboração por psicanalista, teve sua impugnação à penhora do imóvel de matrícula nº 25.040 indeferida. A decisão baseou-se na alegação de que a dissolução da união estável teria sido simulada, o que não corresponde à realidade.

A dissolução da união estável ocorreu de forma legítima e devidamente formalizada, sendo que o imóvel em questão é protegido pela Lei nº 8.009/1990, por se tratar de bem de família e residência do Apelante. A decisão recorrida desconsiderou a situação de vulnerabilidade do Apelante e os fatos que comprovam a legitimidade da dissolução da união estável.

DO DIREITO

Inicialmente, cumpre destacar que o imóvel de matrícula nº 25.040 é protegido pela Lei nº 8.009/1990, que assegura a impenhorabilidade do bem de família, salvo exceções que não se aplicam ao caso em tela. A decisão recorrida, ao indeferir a impugnação à penhora, violou o direito do Apelante à proteção de sua moradia.

Além disso, a dissolução da união estável foi realizada de forma legítima, não havendo qualquer elemento probatório que indique simulação. O CPC/2015, art. 373, I, estabelece que o ônus da prova cabe a quem alega, e o Apelado não apresentou provas suficientes para sustentar a alegação de fraude.

Ademais, o princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado no CF/88, art. 1º, III, deve ser observado, especialmente em casos que envolvem pessoas em situação de vulnerabilidade, como o Apelante, que enfrenta sofrimento psicológico e possui idade avançada. A decisão recorrida desconsiderou esse princípio fundamental, agra"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

Relatório

Trata-se de apelação interposta por J. T. B. contra decisão proferida pelo juízo da 11ª Vara Cível da Comarca de São Paulo – SP, que julgou improcedente a impugnação à penhora do imóvel de matrícula nº 25.040, sob o fundamento de que a dissolução da união estável teria sido simulada.

O apelante alega que a dissolução da união estável foi legítima e que o imóvel, por ser bem de família, é protegido pela Lei nº 8.009/1990. Requer a anulação da penhora e a reforma da decisão de primeira instância.

Voto

1. Da admissibilidade

Preenchidos os requisitos de admissibilidade recursal, conforme artigo 1.009 do CPC/2015, conheço do recurso.

2. Da análise dos fatos e fundamentos jurídicos

Em análise aos autos, verifica-se que o imóvel objeto da penhora é utilizado como residência pelo apelante, sendo, portanto, qualificado como bem de família. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 1º, inciso III, consagra o princípio da dignidade da pessoa humana, que é reforçado pela Lei nº 8.009/1990, garantindo a impenhorabilidade de bens de família, salvo exceções que não se aplicam ao caso em tela.

Ademais, o ônus da prova quanto à alegação de simulação da dissolução da união estável recai sobre o apelado, nos termos do artigo 373, inciso I, do CPC/2015. Não há nos autos elementos probatórios suficientes que demonstrem a suposta fraude alegada pelo apelado. Ao contrário, a dissolução da união estável foi devidamente formalizada e não há indícios de irregularidades.

Ressalta-se que o apelante, com idade avançada (70 anos) e em situação de vulnerabilidade psicológica, conforme laudo pericial apresentado, deve ter garantido o direito à moradia, conforme preconiza o princípio da dignidade da pessoa humana.

Por fim, a jurisprudência pátria é pacífica ao reconhecer a proteção do bem de família contra penhora em situações como a presente, conforme demonstrado pelos precedentes abaixo:

  • TJSP (6ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Não tendo a autora se desincumbido do seu ônus processual e de comprovar ter vivido em união estável pelo período reconhecido em sentença, deve-se limitar os termos inicial e final de acordo com o conjunto probatório.\"
  • TJSP (10ª Câmara de Direito Privado) - Apelação Cível Acórdão/TJSP: \"Prova oral apta a comprovar as alegações da recorrente. Julgamento antecipado do mérito, sem a devida instrução processual. Violação do princípio do devido processo legal.\"

3. Da conclusão

Com base nos fundamentos constitucionais e legais apresentados, concluo que a penhora realizada sobre o imóvel de matrícula nº 25.040 viola os direitos do apelante. A decisão de primeira instância deve ser reformada para reconhecer a impenhorabilidade do referido bem, nos termos da Lei nº 8.009/1990.

Dispositivo

Diante do exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento para reformar a sentença recorrida, determinando:

  1. A anulação da penhora incidente sobre o imóvel de matrícula nº 25.040;
  2. O reconhecimento da legitimidade da dissolução da união estável;
  3. A condenação do apelado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, fixados em 10% sobre o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85 do CPC/2015.

É como voto.

Assinatura

São Paulo, [data]

Magistrado: [Nome do Magistrado]


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