Modelo de Defesa Prévia de Adolescente por Ato Infracional Análogo a Infrações de Trânsito com Pedido de Medida Socioeducativa em Meio Aberto

Publicado em: 15/04/2025 Direito Penal Processo Penal Trânsito
Modelo de defesa prévia apresentada em favor de adolescente de 14 anos, representado por sua genitora, em autos de representação por ato infracional análogo aos crimes previstos no CTB, art. 309 e CTB, art. 311 – condução de veículo automotor sem habilitação gerando perigo de dano e adulteração de sinal identificador de veículo. A peça fundamenta-se no ECA, art. 112, e na CF/88, art. 227, pleiteando a aplicação de medida socioeducativa em meio aberto, como prestação de serviços à comunidade ou advertência, em razão da primariedade, confissão espontânea e ausência de violência ou ameaça à pessoa. O documento também apresenta jurisprudência pertinente e requer produção de provas.

DEFESA PRÉVIA

1. ENDEREÇAMENTO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de [INSERIR COMARCA] – Tribunal de Justiça do Estado

2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES

M. A. S., menor impúbere, com 14 (quatorze) anos de idade, residente e domiciliado na Rua [endereço completo], nesta cidade, representado por sua genitora Sra. M. F. de S., brasileira, solteira, auxiliar de serviços gerais, portadora do CPF nº [XXX.XXX.XXX-XX], e do RG nº [XX.XXX.XXX-X], endereço eletrônico: [[email protected]], por seu advogado infra-assinado (instrumento de mandato anexo), com escritório profissional situado na Rua [endereço completo], endereço eletrônico: [[email protected]], vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar sua

DEFESA PRÉVIA

nos autos da Representação por Ato Infracional que lhe move o Ministério Público, com fundamento no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

3. SÍNTESE DOS FATOS

Consta dos autos que o adolescente M. A. S., com 14 anos de idade, foi apreendido em flagrante conduzindo uma motocicleta em via pública, sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com a placa do veículo parcialmente encoberta por papel, e, ao ser abordado, confessou que havia pego a motocicleta sem autorização do padrasto, com o intuito de avançar um sinal de trânsito.

O menor foi conduzido à Delegacia de Polícia, onde prestou esclarecimentos, afirmando que não possuía intenção de causar dano ou perigo à coletividade, tampouco de praticar qualquer infração mais grave, tratando-se de conduta impensada e isolada.

4. PRELIMINARES (SE HOUVER)

Não se vislumbra, neste momento, nulidade processual ou vício formal que comprometa o devido processo legal, razão pela qual passa-se à análise de mérito.

5. DO DIREITO

A conduta atribuída ao adolescente encontra correspondência no CTB, art. 309 e CTB, art. 311, sendo considerada ato infracional análogo à condução de veículo automotor sem habilitação, gerando perigo de dano, e adulteração de sinal identificador de veículo.

Contudo, é imprescindível observar que o ECA, art. 112, prevê a aplicação de medidas socioeducativas com base nos princípios da proporcionalidade, excepcionalidade e brevidade, sempre priorizando o melhor interesse do menor (CF/88, art. 227).

No caso em tela, o adolescente é primário, não possui antecedentes de atos infracionais, e demonstrou arrependimento ao confessar espontaneamente a prática do ato, o que deve ser considerado como circunstância atenuante. Além disso, não houve qualquer dano material ou lesão a terceiros, tampouco resistência à abordagem policial.

A conduta, embora reprovável, deve ser interpretada à luz do caráter pedagógico das medidas previstas no ECA, sendo desproporcional a imposição de medida mais gravosa como internação ou semiliberdade. O próprio ECA, art. 122 veda a aplicação da medida de internação salvo em casos de grave ameaça ou violência à pessoa, o que não se verifica no presente caso.

Ademais, a condução do veículo sem autorização do padrasto não configura, por si só, ato infracional análogo ao furto, haja vista a ausência de dolo específico de su"'>...

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Informações complementares

Simulação de Voto

I - Relatório

Trata-se de Representação por Ato Infracional formulada pelo Ministério Público contra o adolescente M. A. S., de 14 anos de idade, tendo em vista a prática de conduta análoga aos crimes previstos no CTB, art. 309 e CTB, art. 311.

Conforme consta nos autos, o adolescente foi apreendido em flagrante conduzindo motocicleta em via pública, sem possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), com a placa do veículo parcialmente encoberta, confessando, ao ser abordado, que havia pego o veículo sem autorização do padrasto, com intenção de avançar um sinal de trânsito.

A Defesa, em sede de Defesa Prévia, requer o recebimento da peça, o reconhecimento da primariedade e confissão espontânea do representado, bem como a aplicação de medida socioeducativa em meio aberto, preferencialmente advertência ou prestação de serviços à comunidade, nos termos do ECA, art. 112, incisos I e II.

II - Fundamentação

Inicialmente, não se vislumbra qualquer vício formal ou nulidade processual apta a comprometer a regularidade do feito, sendo plenamente possível a apreciação do mérito da presente representação.

A materialidade e a autoria do ato infracional estão suficientemente comprovadas nos autos, tanto pela confissão espontânea do adolescente quanto pelos demais elementos colhidos em sede policial.

A conduta verificada é análoga ao CTB, art. 309 e CTB, art. 311, por dirigir veículo automotor sem habilitação e com sinal identificador adulterado. Contudo, deve-se analisar o caso sob a ótica da doutrina da proteção integral e do princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, conforme dispõe a CF/88, art. 227.

O ECA, art. 112 prevê o rol de medidas socioeducativas a serem aplicadas, devendo-se observar os princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. A internação, por sua gravidade, é medida extrema e só se justifica nos casos previstos no ECA, art. 122, o que não se verifica no presente caso.

O adolescente é primário, demonstrou arrependimento e colaborou com a apuração dos fatos. Não houve dano a terceiros ou resistência à abordagem policial. Ainda, não se pode considerar a conduta de utilizar indevidamente o veículo do padrasto como ato infracional análogo ao furto, porquanto ausente o dolo de subtração definitiva, caracterizando apenas uso momentâneo.

A jurisprudência tem se orientado no sentido de que, em situações de menor gravidade e com réus primários, a aplicação de medidas em meio aberto possui maior eficácia pedagógica, conforme precedentes do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Portanto, a medida de prestação de serviços à comunidade mostra-se adequada e suficiente para o caso concreto, em observância ao princípio da proporcionalidade, à função pedagógica das medidas e ao que estabelece a CF/88, art. 93, IX, que exige que todas as decisões judiciais sejam fundamentadas.

III - Dispositivo

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na Representação, para reconhecer a prática de ato infracional análogo ao CTB, art. 309 e CTB, art. 311, por parte do adolescente M. A. S.

Com base no ECA, art. 112, inciso II, APLICO ao representado a medida socioeducativa de PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE, pelo prazo de 3 (três) meses, à razão de 4 (quatro) horas semanais, conforme diretrizes a serem fixadas pela equipe técnica da Vara da Infância e Juventude.

Reconheço, ainda, a atenuante da confissão espontânea e a primariedade do adolescente, como elementos justificadores da escolha da medida em meio aberto.

Determino a realização de estudo psicossocial para acompanhamento da medida, nos termos do ECA, art. 186.

Cumpra-se. Publique-se. Registre-se. Intime-se.

IV - Fundamentação Constitucional

A presente decisão encontra amparo na CF/88, art. 93, inciso IX, que determina que todas as decisões do Poder Judiciário devem ser públicas e devidamente fundamentadas, sob pena de nulidade.

Igualmente, observa-se o princípio da proteção integral previsto na CF/88, art. 227, bem como os preceitos do ECA, art. 6º, ECA, art. 112 e ECA, art. 122.

[Cidade], [Data].

___________________________________________
Juiz de Direito da Vara da Infância e Juventude


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