Modelo de Recurso de Apelação contra Sentença Condenatória - Lei 11.343/2006, art. 33 da Lei de Drogas

Publicado em: 29/08/2024 Droga Direito Penal Processo Penal
Este modelo de recurso de apelação é utilizado para contestar uma sentença condenatória proferida com base na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006, art. 33), onde, apesar das alegações finais do Ministério Público e da defesa técnica apontarem para a improcedência da denúncia, o juiz condenou o réu. A peça busca a reforma da sentença para absolvição, argumentando que a autoria do delito não restou comprovada.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA [número]ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [cidade/estado]

[NOME DO APELANTE], já qualificado nos autos do processo nº [número do processo], por meio de seu advogado infra-assinado, com endereço profissional situado à [endereço completo], onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor a presente

APELAÇÃO CRIMINAL

com fundamento no CPP, art. 593, I, contra a sentença condenatória proferida nos autos em epígrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS

O Apelante foi denunciado nos termos da Lei 11.343/2006, art. 33, caput. Durante a instrução processual, foram ouvidas as testemunhas de acusação, que não se recordaram dos fatos, e, posteriormente, foi realizado o interrogatório do Apelante. Nas alegações finais, tanto o Ministério Público quanto a defesa técnica pugnaram pela improcedência da denúncia, devido à insuficiência de provas quanto à autoria do delito.

Contudo, mesmo diante das alegações finais favoráveis à absolvição e da ausência de provas que comprovassem a autoria do crime, o juiz sentenciante julgou improcedente o pedido formulado na denúncia e, paradoxalmente, condenou o Apelante como incurso nas penas da Lei 11.343/2006, art. 33 da Lei de Drogas. Tal decisão, contudo, não se sustenta juridicamente e deve ser reformada.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 Da Contradição entre a Prova dos Autos e a Condenação

A sentença condenatória proferida contra o Apelante contradiz o conjunto probatório dos autos. A materialidade do delito foi comprovada, no entanto, a autoria não restou devidamente demonstrada, uma vez que as testemunhas ouvidas em juízo não confirmaram a participação do Apelante nos fatos narrados na denúncia. O CPP, art. 386, VII dispõe que o réu deve ser absolvido quando não houver prova suficiente para a condenação. No presente caso, a ausência de comprovação quanto à autoria deveria ter levado à absolvição.

2.2 Da Recomendação de Absolvição pelo Ministério Público

O próprio Ministério Público, nas suas alegações finai"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

A apelação criminal é um recurso destinado a contestar decisões judiciais que, por algum erro ou equívoco, condenam o réu sem que haja provas suficientes de sua culpa. No presente caso, o Apelante foi condenado com base na da Lei 11.343/2006, art. 33, caput, mesmo diante da ausência de comprovação da autoria do delito e das alegações finais tanto do Ministério Público quanto da defesa técnica que apontavam para a improcedência da denúncia. A peça busca a reforma da sentença, com base nos princípios da presunção de inocência e in dubio pro reo, assegurando a justiça e a legalidade na decisão.

Conceitos e Definições

  • Apelação Criminal: Recurso cabível contra sentença condenatória proferida por juiz de primeira instância, com o objetivo de modificar ou reverter a decisão.
  • In Dubio Pro Reo: Princípio que determina a absolvição do réu quando houver dúvidas quanto à sua culpabilidade.
  • Presunção de Inocência: Princípio constitucional que assegura que o réu só pode ser considerado culpado após o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

Considerações Finais

A apelação criminal apresentada busca a reforma de uma sentença condenatória que, ao condenar o réu sem provas suficientes, viola os princípios mais básicos do direito penal e do processo penal. O modelo de apelação é essencial para garantir que o réu não seja injustamente condenado, respeitando os direitos fundamentais e assegurando a aplicação correta da justiça.

 

TÍTULO: RECURSO DE APELAÇÃO CONTRA SENTENÇA CONDENATÓRIA FUNDAMENTADA NA LEI DE DROGAS (LEI 11.343/2006, ART. 33)

 

Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgue algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’.
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente, a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou um magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X, e da lei em face da Constituição para aferir-se a constitucionalidade da lei, vale lembrar que a Constituição não pode negar-se a si própria. Regra que se aplica à esfera administrativa. Decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI.", mas não é só; reforça o dever do Servidor Público em "cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV." A própria CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o próprio cidadão está autorizado a não cumprir estas ordens partindo de quem quer que seja. Quanto ao servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais, comete a mais grave das faltas, que é uma agressão ao cidadão e à nação brasileira, já que nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos e os valores éticos e sociais do povo, ou melhor, dos cidadãos. Não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade de suas decisões, todas as suas decisões atuais e pretéritas, sejam do Judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão é obrigado, muito menos um servidor público, a cumprir esta decisão. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e o cidadão de cumprir estas ordens ilegais.
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Comentários sobre a Matéria

  1. Insuficiência de Provas para Condenação com Base na Lei de Drogas (Lei 11.343/2006, art. 33)
    Para que haja condenação com base na Lei 11.343/2006, art. 33 é necessário que a autoria e a materialidade do crime estejam comprovadas de forma inequívoca. A ausência de provas robustas que demonstrem a prática do tráfico de drogas impõe a absolvição do réu, considerando o princípio do in dubio pro reo.

    Legislação:
    Lei 11.343/2006, art. 33 – Tipificação do crime de tráfico de drogas.
    CPP, art. 386, VI – Hipóteses de absolvição por insuficiência de provas.

    Jurisprudência:
    Insuficiência de Provas na Lei de Drogas
    In Dubio Pro Reo e Absolvição

 


 

  1. Princípio do In Dubio Pro Reo e sua Aplicação
    O princípio do in dubio pro reo determina que, em caso de dúvida razoável sobre a culpabilidade do réu, a decisão deve favorecer a absolvição. No caso de aplicação da Lei 11.343/2006, art. 33 da Lei de Drogas, onde as provas são frágeis ou contraditórias, tal princípio deve ser aplicado de forma rigorosa para evitar condenações injustas.

    Legislação:
    CF/88, art. 5º, LVII – Presunção de inocência.
    CPP, art. 386, VI – Absolvição por falta de provas.

    Jurisprudência:
    Princípio do In Dubio Pro Reo
    Presunção de Inocência na Lei de Drogas

 


 

  1. Nulidade por Falta de Fundamentação Adequada na Sentença
    A ausência de fundamentação adequada na sentença condenatória, especialmente quando desconsidera as alegações finais da defesa, pode ensejar nulidade do julgado. A fundamentação é requisito essencial para a validade da decisão judicial, conforme exigido pela CF/88 e pelo CPP.

    Legislação:
    CF/88, art. 93, IX – Dever de fundamentação das decisões judiciais.
    CPP, art. 381, III – Exigência de fundamentação das sentenças penais.

    Jurisprudência:
    Nulidade por Falta de Fundamentação
    Fundamentação de Sentença Penal

 


 

  1. Requisitos para a Condenação por Tráfico de Drogas
    A condenação por tráfico de drogas exige a comprovação de elementos específicos, como a posse da substância entorpecente, a intenção de tráfico, e a caracterização do delito conforme previsto na Lei 11.343/2006, art. 33. A ausência de qualquer desses elementos pode levar à absolvição.

    Legislação:
    Lei 11.343/2006, art. 33 – Tipificação do crime de tráfico de drogas.
    CPP, art. 386, VII – Absolvição por ausência de provas suficientes.

    Jurisprudência:
    Requisitos para Condenação por Tráfico de Drogas
    Ausência de Elementos para Tráfico e Absolvição

 


 

  1. Erro de Julgamento e Revisão em Segunda Instância
    O recurso de apelação é a via adequada para corrigir erros de julgamento ocorridos em primeira instância, especialmente quando a condenação baseia-se em provas insuficientes ou em interpretação equivocada dos fatos e da lei. O tribunal de segunda instância tem o dever de revisar integralmente a matéria fática e jurídica.

    Legislação:
    CPP, art. 593, III – Cabimento de apelação.
    CF/88, art. 5º, LV – Ampla defesa e contraditório.

    Jurisprudência:
    Erro de Julgamento e Apelação
    Revisão de Sentença em Segunda Instância

 


 

  1. Competência do Tribunal de Justiça para Analisar Recursos de Apelação
    Nos casos de apelação criminal, o Tribunal de Justiça é competente para analisar tanto questões de direito quanto de fato, podendo reexaminar as provas e modificar a sentença, inclusive para absolver o réu quando constatada a inexistência de elementos suficientes para a condenação.

    Legislação:
    CF/88, art. 105, II – Competência dos Tribunais de Justiça.
    CPP, art. 593, III – Apelação como recurso cabível.

    Jurisprudência:
    Competência do TJ para Apelação Criminal
    Reexame de Provas em Apelação

 


 

  1. Prescrição Penal e Impacto no Recurso de Apelação
    A prescrição penal pode ser suscitada em qualquer fase do processo, inclusive em sede de apelação. Caso o prazo prescricional tenha sido atingido, o tribunal deve reconhecer de ofício a extinção da punibilidade, com consequente absolvição do réu.

    Legislação:
    CP, art. 107, IV – Extinção da punibilidade pela prescrição.
    CPP, art. 617 – Reconhecimento de prescrição em grau de recurso.

    Jurisprudência:
    Prescrição Penal em Apelação
    Reconhecimento de Prescrição em Recurso

 


 

  1. Princípio da Proporcionalidade na Dosimetria da Pena
    A dosimetria da pena deve respeitar o princípio da proporcionalidade, evitando que penas excessivas sejam aplicadas em desconformidade com a gravidade do delito. Em apelação, o réu pode pleitear a redução da pena se demonstrado que a sentença foi desproporcional.

    Legislação:
    CP, art. 59 – Critérios para fixação da pena.
    CPP, art. 593, III – Possibilidade de reforma da pena em apelação.

    Jurisprudência:
    Princípio da Proporcionalidade na Pena
    Dosimetria da Pena em Recurso de Apelação

 


 

  1. Defesas Possíveis na Contestação de Sentença Condenatória
    Em apelação, a defesa pode alegar nulidades processuais, insuficiência de provas, erro na valoração da prova, e desproporcionalidade da pena, buscando a absolvição ou a revisão da condenação. A análise do tribunal deve ser ampla e considerar todas as teses defensivas.

    Legislação:
    CPP, art. 593, III – Cabimento de apelação para contestação de sentença condenatória.
    CPP, art. 617 – Possibilidade de reforma da decisão em grau de apelação.

    Jurisprudência:
    Defesas na Contestação de Sentença
    Teses Defensivas em Apelação

 


 

  1. Legitimidade Ativa para Interpor Recurso de Apelação
    A legitimidade ativa para interpor recurso de apelação é exclusiva do réu, de seu defensor ou do Ministério Público. O recurso visa a modificação da sentença de primeiro grau, seja para pleitear a absolvição, a redução da pena ou a modificação do regime inicial de cumprimento.

Legislação:
CPP, art. 577 – Legitimidade para interposição de recurso.
CPP, art. 593 – Apelação como recurso cabível.

Jurisprudência:
Legitimidade para Interpor Apelação
Recurso de Apelação e Legitimidade Ativa

 


 

  1. Impacto da Decadência e Prescrição na Lei de Drogas
    Em casos envolvendo a Lei de Drogas, a decadência e a prescrição penal podem impactar diretamente a continuidade da ação penal, sendo questões que devem ser analisadas tanto pelo juiz de primeiro grau quanto pelo tribunal em sede de apelação.

Legislação:
CP, art. 109 – Prazos de prescrição penal.
CPP, art. 117 – Causas que interrompem a prescrição.

Jurisprudência:
Decadência e Prescrição na Lei de Drogas
Prescrição Penal e Lei de Drogas

 


 

  1. Honorários Advocatícios na Defesa Criminal em Apelação
    Em recursos de apelação, os honorários advocatícios são devidos conforme a complexidade da causa e o trabalho realizado pelo advogado, podendo ser fixados pelo tribunal. A assistência judiciária gratuita deve ser concedida aos réus necessitados.

Legislação:
CPC/2015, art. 85 – Fixação dos honorários advocatícios.
CF/88, art. 5º, LXXIV – Assistência jurídica integral e gratuita.

Jurisprudência:
Honorários Advocatícios em Apelação
Fixação de Honorários na Defesa Criminal

 


 

  1. Valor da Causa em Recursos Criminais
    Em recursos criminais, o valor da causa não é aplicável como nos casos cíveis, mas a relevância da questão e o potencial impacto da decisão na vida do réu tornam o recurso um instrumento crucial na busca pela justiça.

Legislação:
CPP, art. 593 – Cabimento de apelação.
CPP, art. 617 – Competência do tribunal para reforma da decisão.

Jurisprudência:
Valor da Causa em Recursos Criminais
Relevância dos Recursos Criminais

 


 

 

 

 

 


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