Modelo de Petição para Cancelamento de Cláusula de Impenhorabilidade

Publicado em: 21/08/2024 CivelProcesso Civil
Modelo de petição para o cancelamento de cláusula de impenhorabilidade em um contrato ou ato jurídico, onde o cliente busca a flexibilização dessa cláusula para permitir a penhora de um bem anteriormente declarado impenhorável. A peça inclui fundamentação legal, constitucional e jurídica, argumentação detalhada sobre a necessidade e viabilidade do cancelamento da cláusula, e defesas possíveis. Contém um tópico específico sobre os princípios que regem a impenhorabilidade e a excepcionalidade do seu cancelamento. Inclui narrativa de fato e direito, conceitos e definições, e considerações finais.

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de ___

[Nome do Requerente], nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob o nº ___ e no RG nº ___, residente e domiciliado à [endereço completo], por meio de seu advogado infra-assinado, com escritório profissional à [endereço do advogado], onde recebe notificações e intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o

CANCELAMENTO DA CLÁUSULA DE IMPENHORABILIDADE

incidente sobre o bem [descrever o bem, como imóvel ou outro bem], pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

1. Dos Fatos

1.1. O Requerente é proprietário de um [descrever o bem], localizado em [endereço completo do imóvel ou descrição do bem móvel], sobre o qual foi estabelecida uma cláusula de impenhorabilidade, conforme consta do contrato [ou outro documento] anexo, celebrado em [data do contrato/ato jurídico].

1.2. A cláusula de impenhorabilidade foi instituída com o intuito de proteger o patrimônio familiar ou garantir a inalienabilidade do bem em situações específicas. No entanto, diante das circunstâncias atuais, a manutenção dessa cláusula tornou-se prejudicial aos interesses do Requerente, uma vez que impossibilita a utilização do bem para garantir dívidas legítimas ou promover a regularização de sua situação financeira.

1.3. A necessidade de cancelamento da cláusula decorre de [descrever a necessidade, como dívidas a serem quitadas, execução em curso, etc.], situação que demanda a flexibilização do impedimento para que o Requerente possa utilizar o bem em questão como garantia para a satisfação de suas obrigações.

2. Do Direito

2.1. Impenhorabilidade e sua Função

2.1.1. A cláusula de impenhorabilidade é uma disposição jurídica que visa proteger o patrimônio do devedor, garantindo que determinados bens não sejam alienados ou penhorados, conforme previsto no CCB/2002, art. 1.848. No entanto, tal proteção não é absoluta e pode ser flexibilizada em situações excepcionais, quando comprovada a necessidade de sua revogação ou cancelamento.

2.1.2. O CCB/2002, art. 1.911 estabelece que a impenhorabilidade poderá ser cancelada mediante autorização judicial, desde que comprovada a necessidade premente ou a impossibilidade de manutenção da cláusula sem prejuízo grave ao proprietário do bem.

2.2. Excepcionalidade do Cancelamento<"'>...


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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

O presente modelo de petição é utilizado para solicitar o cancelamento de uma cláusula de impenhorabilidade que incide sobre um bem de propriedade do Requerente. A petição baseia-se na necessidade de flexibilizar essa cláusula para permitir a utilização do bem como garantia para a quitação de dívidas legítimas.

A peça é fundamentada na legislação civil brasileira, que permite a revogação da impenhorabilidade em situações excepcionais, onde a manutenção da cláusula traria prejuízos graves ao proprietário. O pedido de cancelamento é justificado pela impossibilidade de o Requerente cumprir suas obrigações financeiras sem a utilização do bem em questão.

Conceitos e Definições

  • Cláusula de Impenhorabilidade: Disposição jurídica que impede a penhora ou alienação de determinado bem, protegendo-o contra execuções ou dívidas do proprietário.
  • Cancelamento de Impenhorabilidade: Ato judicial que revoga a cláusula de impenhorabilidade, permitindo que o bem seja penhorado ou alienado em determinadas situações excepcionais.
  • Função Social da Propriedade: Princípio constitucional que determina que a propriedade deve atender a um fim social, podendo ser alienada ou penhorada quando necessário para o cumprimento de obrigações.

Considerações Finais

A flexibilização da cláusula de impenhorabilidade é uma medida que visa garantir a justiça e a dignidade do proprietário, permitindo que ele utilize seus bens para cumprir obrigações legítimas. Este modelo de peça processual oferece uma base sólida para a defesa do Requerente, garantindo que seus direitos sejam preservados em situações de necessidade.

 

TÍTULO: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO


Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgar algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico. Não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II, "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".
  • Pense nisso: Obviamente a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou um magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na Constituição (CF/88, art. 93, X), e da lei em face da Constituição para aferir-se a constitucionalidade da lei. Vale lembrar que a Constituição não pode negar-se a si própria. Regra que se aplica à esfera administrativa. Decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI", mas não é só, reforça o dever do Servidor Público em "cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV". A própria CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o próprio cidadão está autorizado a não cumprir estas ordens partindo de quem quer que seja. Quanto ao servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais, comete a mais grave das faltas, que é uma agressão ao cidadão e à nação brasileira, já que nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos e os valores éticos e sociais do povo, ou melhor, dos cidadãos. Ele não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade de suas decisões, todas as suas decisões atuais e pretéritas, sejam do Judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão é obrigado, muito menos um servidor público, a cumprir esta decisão. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e ao cidadão de cumprir estas ordens ilegais.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos. Isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em "REFAZER A PESQUISA" e marcar "EXPRESSÃO OU FRASE EXATA". Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos. Isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em "REFAZER A PESQUISA" ou "NOVA PESQUISA" e adicionar uma "PALAVRA-CHAVE". Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma "PALAVRA-CHAVE", normalmente usada nos acórdãos.

1. Obrigação de Fazer e o Direito de Propriedade

A obrigação de fazer, no contexto da transferência de propriedade de um veículo, surge do contrato de compra e venda e é amparada pelo direito de propriedade, conforme previsto na CF/88, art. 5º, XXII. O ex-proprietário tem o direito de exigir judicialmente que o comprador transfira o veículo para seu nome, de modo a evitar possíveis responsabilidades legais e fiscais decorrentes da propriedade.

Legislação: CF/88, art. 5º, XXII; CCB/2002, art. 1.228

Jurisprudência:
Obrigação de Fazer - Transferência de Veículo
Direito de Propriedade - Veículo


2. Transferência de Propriedade e Boa-Fé Objetiva

A transferência do veículo, como obrigação do comprador, deve ser realizada em conformidade com o princípio da boa-fé objetiva, que exige que as partes ajam de maneira leal e colaborativa para cumprir os termos acordados no contrato de compra e venda, conforme CCB/2002, art. 422.

Legislação: CCB/2002, art. 422

Jurisprudência:
Transferência de Veículo - Boa-Fé
Boa-Fé Objetiva em Contratos


3. Indenização por Danos Morais

A inércia do comprador em efetuar a transferência do veículo pode causar sofrimento e transtornos ao ex-proprietário, especialmente em razão da possibilidade de ser responsabilizado por multas, impostos e outras obrigações associadas ao veículo. O pedido de indenização por danos morais baseia-se na violação dos direitos de personalidade, conforme CCB/2002, art. 186.

Legislação: CCB/2002, art. 186; CCB/2002, art. 927

Jurisprudência:
Danos Morais - Transferência de Veículo
Indenização por Inércia na Transferência


4. Legitimidade Ativa

O ex-proprietário do veículo tem legitimidade ativa para ingressar com a ação de obrigação de fazer, buscando a transferência do veículo e a indenização por danos morais. Essa legitimidade é derivada do seu interesse em evitar prejuízos decorrentes da não transferência da propriedade.

Legislação: CPC/2015, art. 18; CCB/2002, art. 1.228

Jurisprudência:
Legitimidade Ativa - Transferência de Veículo
Legitimidade Ativa - Obrigação de Fazer


5. Objeto Jurídico Protegido

O objeto jurídico protegido nesta ação é o direito de propriedade e a segurança jurídica, assegurando que a transferência do veículo seja realizada conforme os princípios contratuais e legais, evitando prejuízos ao ex-proprietário.

Legislação: CF/88, art. 5º, XXII; CCB/2002, art. 1.228

Jurisprudência:
Objeto Jurídico - Transferência de Veículo
Segurança Jurídica - Transferência de Veículo


6. Prazo Prescricional

O prazo prescricional para ajuizar ação de obrigação de fazer e para pleitear indenização por danos morais é de 10 anos, conforme CCB/2002, art. 205. É importante que o ex-proprietário observe este prazo para evitar a decadência do seu direito.

Legislação: CCB/2002, art. 205

Jurisprudência:
Prazo Prescricional - Obrigação de Fazer
Prazo Prescricional - Danos Morais


7. Defesas na Contestação

Na contestação, o comprador pode alegar a inexistência de obrigação de fazer se houver cláusula no contrato que o isente da responsabilidade de transferência. Além disso, pode contestar o pedido de danos morais, argumentando ausência de dolo ou culpa.

Legislação: CPC/2015, art. 335; CCB/2002, art. 422

Jurisprudência:
Defesa na Contestação - Transferência
Contestação - Danos Morais


8. Honorários Advocatícios

Os honorários advocatícios na ação de obrigação de fazer devem ser fixados conforme o CPC/2015, art. 85, com base no valor da causa ou no valor da condenação, conforme o critério que melhor atenda à justiça e ao trabalho desempenhado pelo advogado.

Legislação: CPC/2015, art. 85

Jurisprudência:
Honorários Advocatícios - Obrigação de Fazer
Honorários Advocatícios - Danos Morais


9. Intimação e Citação das Partes

A citação do comprador é essencial para o início da relação processual e para garantir o contraditório e a ampla defesa. A intimação de todas as decisões subsequentes deve ser realizada em conformidade com o CPC/2015, art. 238 e seguintes.

Legislação: CPC/2015, art. 238

Jurisprudência:
Citação - Transferência de Veículo
Intimação de Decisões - Obrigação de Fazer


10. Fundamentação Constitucional e Legal

A fundamentação legal para esta ação se baseia na CF/88, art. 5º, XXII, que assegura o direito de propriedade, e no CCB/2002, art. 1.228, que regula o direito do proprietário de reaver a coisa de quem a possua ou detenha injustamente.

Legislação: CF/88, art. 5º, XXII; CCB/2002, art. 1.228

Jurisprudência:
Fundamentação Constitucional - Transferência de Veículo
Fundamentação Legal - Obrigação de Fazer


11. Considerações Finais

Na conclusão da petição, é fundamental reiterar o pedido de obrigação de fazer e a indenização por danos morais, destacando a inércia do comprador e os prejuízos causados ao ex-proprietário. Deve-se também reforçar o pedido de fixação de honorários advocatícios de sucumbência.

Legislação: CPC/2015, art. 85; CCB/2002, art. 927

Jurisprudência:
Considerações Finais - Transferência de Veículo
Indenização por Danos Morais - Transferência de Veículo


12. Prazo Decadencial

Embora o prazo prescricional seja de 10 anos, deve-se atentar para eventuais prazos decadenciais, caso haja cláusulas específicas no contrato que prevejam decadência para o exercício de determinados direitos, como a solicitação de indenização por danos materiais.

Legislação: CCB/2002, art. 206

Jurisprudência:
Prazo Decadencial - Danos Morais
Decadência - Obrigação de Fazer



Este modelo de petição inicial foi elaborado para auxiliar na ação de obrigação de fazer, onde o ex-proprietário de um veículo busca compelir o comprador a realizar a transferência do bem, bem como pleitear indenização por danos morais devido à inércia do comprador, embasando-se em fundamentos constitucionais e legais.

 


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