Modelo de Resposta à Acusação - CP, art. 129, §13º, e CP, art. 147 c/c Lei 11.340/2006, art. 7º

Publicado em: 28/08/2024 Direito Penal Processo Penal
Este modelo de Resposta à Acusação é utilizado para defesa em casos de denúncia por lesão corporal e ameaça, previstos no CP, art. 129, §13º, e CP, art. 147 do Código Penal, combinados com a Lei 11.340/2006, art. 7º (Lei Maria da Penha). A peça processual está fundamentada em princípios constitucionais e processuais, oferecendo uma defesa técnica e argumentação jurídica robusta para contestar a acusação.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA [número]ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [cidade/estado]

[NOME DO ACUSADO], qualificação completa, já devidamente representado por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional à [endereço completo], onde recebe notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos da Ação Penal nº [número], que lhe move o Ministério Público, com fulcro no CPP, art. 396-A, apresentar sua

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS

O Acusado foi denunciado por supostamente ter ofendido fisicamente sua esposa, a Sra. [nome da vítima], no dia 21/10/2023, em sua residência, causando-lhe lesões na face e na cabeça, bem como por ter proferido ameaças contra ela. A denúncia foi oferecida com base no CP, art. 129, §13º, e CP, art. 147, c/c o Lei 11.340/2006, art. 7º.

Contudo, a versão dos fatos apresentada na denúncia não corresponde à realidade. A defesa demonstrará que não houve a prática de lesões corporais e que as alegações de ameaça são infundadas, configurando-se, na verdade, um mal-entendido que será devidamente esclarecido.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 Da Inexistência de Lesão Corporal

O crime de lesão corporal, previsto no CP, art. 129, §13º, exige a efetiva comprovação de dano à integridade física da vítima. No presente caso, a defesa alega que as supostas lesões apresentadas pela vítima não são compatíveis com a descrição dos fatos, e que não houve qualquer intenção do Acusado de causar dano físico, o que será provado com a oitiva das testemunhas e a perícia médica.

2.2 Da Inexistência de Ameaça

O tipo penal descrito no CP, art. 147, pressupõe a existência de uma ameaça séria e idônea, capaz de causar temor à vítima. No entanto, as alegações de ameaça"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

Narrativa de Fato e Direito

A Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) foi criada para combater a violência doméstica e familiar contra a mulher, prevendo medidas protetivas e a criminalização de condutas lesivas à integridade física e moral das vítimas. No entanto, para a configuração dos crimes de lesão corporal (CP, art. 129, §13º) e ameaça (CP, art. 147), é imprescindível a comprovação inequívoca da materialidade e autoria dos fatos, o que não ocorreu no caso em tela. A defesa busca demonstrar a ausência de dolo, a falta de provas concretas e a irrelevância penal dos fatos narrados, visando a absolvição do Acusado.

Conceitos e Definições

  • Lesão Corporal: Crime contra a integridade física, previsto no CP, art. 129.
  • Ameaça: Crime que consiste em ameaçar alguém de causar-lhe mal injusto e grave, previsto no CP, art. 147.
  • Princípio da Insignificância: Critério que exclui a tipicidade penal de condutas que não lesam significativamente o bem jurídico tutelado.

Considerações Finais

A resposta à acusação é um momento crucial para a defesa no processo penal, permitindo ao acusado contestar a imputação que lhe é feita e apresentar provas que demonstrem sua inocência ou a ausência de elementos suficientes para a configuração do crime. A correta aplicação dos princípios constitucionais e processuais é fundamental para garantir um julgamento justo e evitar condenações baseadas em suposições ou provas frágeis.

 

TÍTULO: MODELO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO EM CASO DE LESÃO CORPORAL E AMEAÇA COM BASE NA LEI MARIA DA PENHA

Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genérica e podem eventualmente podem ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgar algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico, não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’.
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente a lei precisa ser analizada sob o ponto o ponto de vista constitucional. Normas infra legais não são leis. Caso um tribunal ou um magistrado não seja capaz de justificar sua dicisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na Constituição CF/88, art. 93, X, e da lei em face da Constituição para aferir-se a constitucionalidade da lei. Vale lembrar que a Constituição não pode negar-se a si própria. Regra que se aplica a esfera administrativa. Decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administraçã pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos, obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI.", mas não é só, reforça o dever do Servidor Público, em "cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV. A própria CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma o próprio cidadão esta autorizado a não cumprir estas ordens partindo de quer que seja, Quanto ao servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais comete a mais grave das faltas, que é uma agressão ao cidadão e a nação brasileira, já que nem o Congresso Nacional não tem legitimidade material, para negar os valores democráticos e os valores éticos e sociais do povo, ou melhor dos cidadãos. não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. Para uma instituicão que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legada das suas decisões, todas as suas decisões atuais e pretérias, sejam do judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão é obrigado, muito menos um servidor público, a cumprir esta decisão. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidos público e ao cidadão de cumprir estas ordens ilegais.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documento. Isto quer dizer a pesquisa não é precisa. As vezes ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRAZE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documento. Isto quer dizer a pesquisa não é precisa. As vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ou ‘NOVA PESQUISA’ e adicionar uma ‘PALÁVRA CHAVE’. Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma ‘PALAVRA CHAVE’, normalmente usado nos acórdãos

DESCRIÇÃO DO MODELO

Este modelo de Resposta à Acusação é utilizado para a defesa em casos de denúncia por lesão corporal e ameaça, previstos no CP, art. 129, §13º, e CP, art. 147, combinados com a Lei 11.340/2006, art. 7º (Lei Maria da Penha). A peça processual está fundamentada em princípios constitucionais e processuais, oferecendo uma defesa técnica e argumentação jurídica robusta para contestar a acusação.

1. LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA:

A legitimidade ativa em casos de lesão corporal e ameaça no contexto da Lei Maria da Penha é do Ministério Público, que atua como fiscal da lei e defensor dos direitos da vítima. A legitimidade passiva é do acusado, contra quem se move a ação penal.

Legislação:

Jurisprudência:


2. OBJETO JURÍDICO PROTEGIDO:

O objeto jurídico protegido é a integridade física e psicológica da vítima, além da preservação do ambiente familiar livre de violência e ameaças.

Legislação:

  • CP, art. 129, §13º: Protege a integridade física da pessoa.
  • CP, art. 147: Protege a integridade psicológica da vítima.
  • CF/88, art. 5º, caput: Garante o direito à vida, à liberdade, e à segurança.

Jurisprudência:


3. NATUREZA JURÍDICA DOS INSTITUTOS ENVOLVIDOS:

A lesão corporal e a ameaça são crimes de natureza penal, sendo que a lesão corporal é um delito material, enquanto a ameaça é um delito formal. A Lei Maria da Penha introduz um regime jurídico especial para casos de violência doméstica e familiar, com medidas protetivas e procedimentos específicos.

Legislação:

Jurisprudência:


4. ARGUMENTAÇÕES JURÍDICAS POSSÍVEIS:

Na defesa, podem ser alegadas excludentes de ilicitude, como a legítima defesa (CP, art. 25), a inexistência de dolo ou culpa, ou a falta de provas suficientes para a condenação. Também é possível questionar a aplicação da Lei Maria da Penha, caso a relação entre o acusado e a vítima não configure relação doméstica ou familiar.

Legislação:

Jurisprudência:


5. DA JUNTADA DAS PROVAS OBRIGATÓRIAS:

É essencial a juntada de provas como laudos periciais, depoimentos testemunhais, e registros de ocorrências policiais que possam demonstrar a inocência do acusado ou fragilidade das provas apresentadas pela acusação.

Legislação:

Jurisprudência:


6. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA:

Os honorários advocatícios contratuais são definidos entre o advogado e o cliente e devem ser respeitados conforme acordado. Já os honorários de sucumbência, em caso de procedência da ação, serão devidos pela parte vencida e são fixados pelo juiz conforme o CPC/2015.

Legislação:

Jurisprudência:


7. PRAZO PRESCRICIONAL E DECADÊNCIA:

O prazo prescricional para o crime de lesão corporal leve, conforme o CP, é de três anos, contados a partir da data do fato. No caso da ameaça, o prazo é de dois anos. A decadência pode ser alegada se a denúncia for apresentada fora desse período.

Legislação:

Jurisprudência:


8. CITAÇÃO E INTIMAÇÃO DAS PARTES:

A citação do acusado e a intimação das partes envolvidas devem seguir as formalidades legais, garantindo que todos sejam devidamente notificados para exercerem seus direitos de defesa e contraditório.

Legislação:

Jurisprudência:


9. DIREITOS MATERIAIS ENVOLVIDOS:

Os direitos materiais envolvidos incluem a proteção da integridade física e psicológica da vítima e a garantia de um julgamento justo e imparcial para o acusado.

Legislação:

Jurisprudência:


10. PRAZO PARA RESPOSTA À ACUSAÇÃO:

O acusado tem o prazo de dez dias para apresentar resposta à acusação, contados a partir da data da citação, conforme o CPP.

Legislação:

  • CPP, art. 396: Dispõe sobre o prazo para resposta à acusação.
  • CPP, art. 396-A: Estabelece as formalidades para a resposta à acusação.

Jurisprudência:


11. DEFESAS QUE PODEM SER ALEGADAS:

Além das excludentes de ilicitude e da falta de provas, podem ser alegadas questões preliminares como a nulidade da citação ou irregularidades processuais que prejudiquem a defesa.

Legislação:

Jurisprudência:


 

 


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