Modelo de Petição de Resposta à Acusação da Lei 11.340/2006, art. 24-A - Quebra de Regras de Medidas Protetivas

Publicado em: 28/08/2024 Direito Penal Processo Penal
Este modelo de Petição de Resposta à Acusação é utilizado para defesa em casos de suposta quebra de regras de Medidas Protetivas previstas na Lei 11.340/2006, art. 24-A (Lei Maria da Penha). A peça processual está fundamentada em princípios constitucionais e processuais, oferecendo argumentação jurídica robusta e defesas possíveis. É ideal para advogados que necessitam de um modelo técnico para responder à acusação nesse contexto.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA [número]ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE [cidade/estado]

[NOME DO ACUSADO], qualificação completa, já devidamente representado por seu advogado infra-assinado, com endereço profissional à [endereço completo], onde recebe notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, nos autos da ação penal movida pelo Ministério Público, processo nº [número], com fulcro no CPP, art. 396-A, apresentar sua

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DOS FATOS

O Acusado foi denunciado por suposta violação das medidas protetivas de urgência concedidas em favor da Sra. [nome da vítima], nos termos da Lei 11.340/2006, art. 24-A (Lei Maria da Penha). Segundo a denúncia, o Acusado teria descumprido a ordem judicial ao se aproximar da vítima em data e local especificados nos autos.

Contudo, os fatos narrados na denúncia não correspondem à realidade. O Acusado, em momento algum, teve a intenção de descumprir as medidas protetivas impostas, sendo que a situação em questão foi resultado de um equívoco ou de um mal-entendido, que será demonstrado a seguir.

II - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

2.1 Da Ausência de Dolo

O tipo penal previsto na Lei 11.340/2006, art. 24-A exige, para sua configuração, a presença de dolo, ou seja, a intenção deliberada de descumprir as medidas protetivas de urgência. No caso em tela, não houve qualquer intenção do Acusado em violar as ordens judiciais, tratando-se de um mal-entendido sem repercussão jurídica penal.

2.2 Da Inexistência de Conduta Típica

Para que se configure o crime imputado, é necessário que a conduta do agente seja típica, ilícita e culpável, nos termos do CP, art. 284, § 1º. Na presente situação, a conduta do Acusado não preenche os requisitos do tipo penal, pois não houve descumprimento voluntário e consciente das medidas prot"'>...

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Legislação e Jurisprudência sobre o tema
Informações complementares

TÍTULO: PETIÇÃO DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO EM CASOS DE QUEBRA DE MEDIDAS PROTETIVAS - LEI MARIA DA PENHA, ART. 24-A

Notas Jurídicas

  • As notas jurídicas são criadas como lembrança para o estudioso do direito sobre alguns requisitos processuais, para uso eventual em alguma peça processual, judicial ou administrativa.
  • Assim sendo, nem todas as notas são derivadas especificamente do tema anotado, são genéricas e podem eventualmente ser úteis ao consulente.
  • Vale lembrar que o STJ é o maior e mais importante Tribunal uniformizador. Caso o STF julgue algum tema, o STJ segue este entendimento. Como um Tribunal uniformizador, é importante conhecer a posição do STJ, assim o consulente pode encontrar um precedente específico; não encontrando este precedente, o consulente pode desenvolver uma tese jurídica, o que pode eventualmente obter uma decisão favorável. Jamais pode ser esquecida a norma contida na CF/88, art. 5º, II: ‘ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’.
  • Pense nisso: Um pouco de hermenêutica. Obviamente, a lei precisa ser analisada sob o ponto de vista constitucional. Normas infralegais não são leis. Caso um tribunal ou um magistrado não seja capaz de justificar sua decisão com a devida fundamentação, ou seja, em lei ou na CF/88, art. 93, X, e da lei em face da Constituição para aferir-se a constitucionalidade da lei, vale lembrar que a Constituição não pode negar-se a si própria. Regra que se aplica à esfera administrativa. Decisão ou ato normativo, sem fundamentação devida, orbita na esfera da inexistência. Essa diretriz aplica-se a toda a administração pública. O próprio regime jurídico dos Servidores Públicos obriga o servidor público a "representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder – Lei 8.112/1990, art. 116, VI.", mas não é só; reforça o dever do Servidor Público em "cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais – Lei 8.112/1990, art. 116, IV." A própria CF/88, art. 5º, II, que é cláusula pétrea, reforça o princípio da legalidade, segundo o qual "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Isso embasa o entendimento de que o servidor público não pode ser compelido a cumprir ordens que contrariem a Constituição ou a lei. Da mesma forma, o próprio cidadão está autorizado a não cumprir estas ordens partindo de quem quer que seja. Quanto ao servidor que cumpre ordens superiores ou inferiores inconstitucionais ou ilegais, comete a mais grave das faltas, que é uma agressão ao cidadão e à nação brasileira, já que nem o Congresso Nacional tem legitimidade material para negar os valores democráticos e os valores éticos e sociais do povo, ou melhor, dos cidadãos. Não deve cumprir ordens manifestamente ilegais. Para uma instituição que rotineiramente desrespeita os compromissos com a constitucionalidade e legalidade de suas decisões, todas as suas decisões atuais e pretéritas, sejam do Judiciário em qualquer nível, ou da administração pública de qualquer nível, ou do Congresso Nacional, orbitam na esfera da inexistência. Nenhum cidadão é obrigado, muito menos um servidor público, a cumprir esta decisão. A Lei 9.784/1999, art. 2º, parágrafo único, VI, implicitamente desobriga o servidor público e o cidadão de cumprir estas ordens ilegais.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ e marcar ‘EXPRESSÃO OU FRASE EXATA’. Caso seja a hipótese apresentada.
  • Se a pesquisa retornar um grande número de documentos, isto quer dizer que a pesquisa não é precisa. Às vezes, nesta circunstância, ao consulente, basta clicar em ‘REFAZER A PESQUISA’ ou ‘NOVA PESQUISA’ e adicionar uma ‘PALAVRA-CHAVE’. Sempre respeitando a terminologia jurídica, ou uma ‘PALAVRA-CHAVE’, normalmente usada nos acórdãos.

Comentários sobre a Matéria

  1. Princípios Constitucionais e Processuais
    A defesa na acusação de quebra de medidas protetivas deve ser fundamentada nos princípios constitucionais e processuais, como o contraditório e a ampla defesa, assegurados pela CF/88, art. 5º, LV. A peça deve, portanto, enfatizar esses princípios como base para contestar a acusação.

    Legislação:
    CF/88, art. 5º, LV – Princípios do contraditório e da ampla defesa.
    CPC/2015, art. 9º – Princípio do contraditório.

    Jurisprudência:
    Princípio do Contraditório
    Ampla Defesa

  2. Quebra de Medidas Protetivas – Lei 11.340/2006, art. 24-A
    A tipificação da quebra de medidas protetivas deve ser analisada com base na comprovação objetiva do descumprimento das ordens judiciais. A defesa pode questionar a efetividade das provas apresentadas pela acusação.

    Legislação:
    Lei 11.340/2006, art. 24-A – Descumprimento de medidas protetivas de urgência.

    Jurisprudência:
    Medidas Protetivas
    Lei Maria da Penha

  3. Argumentação Jurídica e Provas
    A validade das provas deve ser minuciosamente verificada. A defesa pode apontar eventuais falhas na coleta, apresentação ou pertinência das provas utilizadas pela acusação.

    Legislação:
    CPP, art. 157 – Desentranhamento de provas ilícitas.
    CPP, art. 386 – Absorção do réu por ausência de provas.

    Jurisprudência:
    Provas Ilícitas
    Ausência de Provas

  4. Direito Penal e Defesa Processual
    A defesa processual em casos de descumprimento de medidas protetivas deve considerar as garantias penais do réu, assegurando que todos os direitos processuais sejam respeitados.

    Legislação:
    CP, art. 5º – Aplicação da lei penal.
    CPP, art. 563 – Nulidade processual.

    Jurisprudência:
    Defesa Processual
    Nulidade Processual

  5. Natureza Jurídica das Medidas Protetivas
    As medidas protetivas têm caráter preventivo e cautelar. A defesa pode argumentar que a situação fática não exigia tal medida, questionando a proporcionalidade e necessidade de sua imposição.

    Legislação:
    CF/88, art. 5º, XXXV – Princípio da inafastabilidade da jurisdição.
    Lei 11.340/2006, art. 22 – Medidas protetivas de urgência.

    Jurisprudência:
    Medidas Protetivas Cautelares
    Proporcionalidade

  6. Fundamentos das Decisões Judiciais e Administrativas
    A defesa deve enfatizar a necessidade de decisões judiciais devidamente fundamentadas, conforme exigido pela CF/88, art. 93, IX.

    Legislação:
    CF/88, art. 93, IX – Fundamentação das decisões judiciais.

    Jurisprudência:
    Fundamentação das Decisões
    Decisão Administrativa

  7. Prazo Prescricional e Decadencial
    É importante verificar se o direito de ação da acusação está dentro dos prazos prescricionais e decadenciais aplicáveis, conforme o CP, art. 109.

    Legislação:
    CP, art. 109 – Prazos prescricionais.

    Jurisprudência:
    Prazo Prescricional
    Prazo Decadencial

  8. Decadência e Prescrição
    A defesa pode explorar eventuais alegações de decadência ou prescrição para anular a ação penal, conforme o CP, art. 103 e art. 110.

    Legislação:
    CP, art. 103 – Decadência.
    CP, art. 110 – Prescrição retroativa.

    Jurisprudência:
    Decadência
    Prescrição Retroativa

  9. Juntada de Provas Obrigatórias
    A defesa deve assegurar a juntada de todas as provas relevantes para o caso, questionando a omissão de qualquer documento ou prova que possa influenciar no julgamento.

    Legislação:
    CPP, art. 231 – Juntada de documentos.

    Jurisprudência:
    Juntada de Provas
    Omissão de Provas

  10. Defesas na Contestação ou Resposta
    Na contestação ou resposta à acusação, a defesa pode levantar preliminares, como inépcia da denúncia, litispendência ou ausência de justa causa.

Legislação:
CPP, art. 395 – Rejeição da denúncia ou queixa.
CPP, art. 396-A – Resposta à acusação.

Jurisprudência:
Preliminares na Contestação
Inépcia da Denúncia

  1. Legitimidade Ativa e Passiva
    A defesa deve verificar a legitimidade ativa do autor da ação e a legitimidade passiva do réu, contestando a adequação das partes ao processo.

Legislação:
CPC/2015, art. 17 – Legitimidade para agir.
CPC/2015, art. 18 – Legitimidade passiva.

Jurisprudência:
Legitimidade Ativa
Legitimidade Passiva

  1. Honorários Advocatícios Contratuais e Sucumbenciais
    Em caso de procedência da ação, a defesa pode argumentar sobre a fixação dos honorários advocatícios, tanto contratuais quanto sucumbenciais.

Legislação:
CPC/2015, art. 85 – Honorários advocatícios.
Lei 8.906/1994, art. 22 – Honorários advocatícios contratuais.

Jurisprudência:
Honorários Advocatícios Contratuais
Honorários Advocatícios Sucumbenciais

  1. Valor da Causa
    A defesa pode questionar o valor atribuído à causa, principalmente se este for desproporcional ao conteúdo econômico da demanda.

Legislação:
CPC/2015, art. 292 – Critérios para fixação do valor da causa.

Jurisprudência:
Valor da Causa
Conteúdo Econômico da Demanda



 

 

 

 

 


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