Legislação

Lei 6.815, de 19/08/1980
(D.O. 21/08/1980)

Art. 76

- A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera com nova redação o artigo. Antigo art. 75).

Redação anterior: [Art 75 - A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em convenção, tratado ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.]

Referências ao art. 76 Jurisprudência do art. 76
Art. 77

- Não se concederá a extradição quando:

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 76).

I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;

II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;

III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;

IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;

V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;

VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente;

VII - o fato constituir crime político; e

VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção.

§ 1º - A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal.

§ 2º - Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração.

§ 3º - O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem, seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para subverter a ordem política ou social.

Referências ao art. 77 Jurisprudência do art. 77
Art. 78

- São condições para concessão da extradição:

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 77).

I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e

II - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no art. 82.

Referências ao art. 78 Jurisprudência do art. 78
Art. 79

- Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 78).

§ 1º - Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, sucessivamente:

I - o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira;

II - o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes for idêntica; e

III - o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.

§ 2º - Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Governo brasileiro.

§ 3º - Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este artigo.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Nova redação ao § 3º).

Redação anterior: [§ 3º - Havendo tratado ou convenção com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que disserem respeito à preferência de que trata este artigo.]

Referências ao art. 79 Jurisprudência do art. 79
Art. 80

- A extradição será requerida por via diplomática ou, quando previsto em tratado, diretamente ao Ministério da Justiça, devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória ou decisão penal proferida por juiz ou autoridade competente.

Lei 12.878, de 04/11/2013, art. 1º (Nova redação ao artigo).

§ 1º - O pedido deverá ser instruído com indicações precisas sobre o local, a data, a natureza e as circunstâncias do fato criminoso, a identidade do extraditando e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a competência, a pena e sua prescrição.

§ 2º - O encaminhamento do pedido pelo Ministério da Justiça ou por via diplomática confere autenticidade aos documentos.

§ 3º - Os documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão feita oficialmente para o idioma português.

Redação anterior (Renumerado pela Lei 6.964, de 09/12/1981. Antigo art. 79): [Art. 80 - A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o pedido ser instruído com a cópia autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de pronúncia ou da que decretar a prisão preventiva, proferida por Juiz ou autoridade competente. Esse documento ou qualquer outro que se juntar ao pedido conterá indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato criminoso, identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua prescrição.
§ 1º - O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos documentos.
§ 2º - Não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente. (§ 2º com redação dada pela Lei 6.964, de 09/12/1981).
Redação anterior: [§ 2º - Não havendo tratado ou convenção que disponha em contrário, os documentos indicados neste artigo serão acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente.]

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Nova redação ao § 2º).
Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 79).
Referências ao art. 80 Jurisprudência do art. 80
Art. 81

- O pedido, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, será encaminhado pelo Ministério da Justiça ao Supremo Tribunal Federal.

Lei 12.878, de 04/11/2013, art. 1º (Nova redação ao artigo).

Parágrafo único - Não preenchidos os pressupostos de que trata o caput, o pedido será arquivado mediante decisão fundamentada do Ministro de Estado da Justiça, sem prejuízo de renovação do pedido, devidamente instruído, uma vez superado o óbice apontado.

Redação anterior (Renumerado pela Lei 6.964, de 09/12/1981. Antigo art. 80): [Art. 81 - O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que ordenará a prisão do extraditando colocando-o à disposição do Supremo Tribunal Federal.]

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 80).

Art. 82

- O Estado interessado na extradição poderá, em caso de urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão cautelar do extraditando por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará ao Supremo Tribunal Federal.

Lei 12.878, de 04/11/2013, art. 1º (Nova redação ao artigo).

§ 1º - O pedido de prisão cautelar noticiará o crime cometido e deverá ser fundamentado, podendo ser apresentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure a comunicação por escrito.

§ 2º - O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao Ministério da Justiça por meio da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro.

§ 3º - O Estado estrangeiro deverá, no prazo de 90 (noventa) dias contado da data em que tiver sido cientificado da prisão do extraditando, formalizar o pedido de extradição.

§ 4º - Caso o pedido não seja formalizado no prazo previsto no § 3º, o extraditando deverá ser posto em liberdade, não se admitindo novo pedido de prisão cautelar pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido devidamente requerida.

Redação anterior (Renumerado pela Lei 6.964, de 09/12/1981. Antigo art. 81): [Art. 82 - Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando desde que pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por autoridade competente, agente diplomático ou consular do Estado requerente.
§ 1º - O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória, auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado.
§ 2º - Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o pedido em noventa dias, na conformidade do art. 80.
§ 3º - A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no parágrafo anterior, nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido formalmente requerida.]

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 81).
Referências ao art. 82 Jurisprudência do art. 82
Art. 83

- Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 82).
Referências ao art. 83 Jurisprudência do art. 83
Art. 84

- Efetivada a prisão do extraditando (art. 81), o pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 83).

Parágrafo único - A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, não sendo admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão albergue.

Referências ao art. 84 Jurisprudência do art. 84
Art. 85

- Ao receber o pedido, o Relator designará dia e hora para o interrogatório do extraditando e, conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interrogatório o prazo de dez dias para a defesa.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 84).

§ 1º - A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma dos documentos apresentados ou ilegalidade da extradição.

§ 2º - Não estando o processo devidamente instruído, o Tribunal, a requerimento do Procurador-Geral da República, poderá converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido será julgado independentemente da diligência.

§ 3º - O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o Ministério das Relações Exteriores fizer à Missão Diplomática do Estado requerente.

Referências ao art. 85 Jurisprudência do art. 85
Art. 86

- Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das Relações Exteriores à Missão Diplomática do Estado requerente que, no prazo de sessenta dias da comunicação, deverá retirar o extraditando do território nacional.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 85).
Referências ao art. 86 Jurisprudência do art. 86
Art. 87

- Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional no prazo do artigo anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o motivo da extradição o recomendar.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 86).

Art. 88

- Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 87).

Art. 89

- Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da conclusão do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no art. 67.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 88).

Parágrafo único - A entrega do extraditando ficará igualmente adiada se a efetivação da medida puser em risco a sua vida por causa de enfermidade grave comprovada por laudo médico oficial.

Referências ao art. 89 Jurisprudência do art. 89
Art. 90

- O Governo poderá entregar o extraditando ainda que responda a processo ou esteja condenado por contravenção.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 89).
Referências ao art. 90 Jurisprudência do art. 90
Art. 91

- Não será efetivada a entrega sem que o Estado requerente assuma o compromisso:

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 90).

I - de não ser o extraditando preso nem processado por fatos anteriores ao pedido;

II - de computar o tempo de prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição;

III - de comutar em pena privativa de liberdade a pena corporal ou de morte, ressalvados, quanto à última, os casos em que a lei brasileira permitir a sua aplicação;

IV - de não ser o extraditando entregue, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame; e

V - de não considerar qualquer motivo político, para agravar a pena.

Referências ao art. 91 Jurisprudência do art. 91
Art. 92

- A entrega do extraditando, de acordo com as leis brasileiras e respeitado o direito de terceiro, será feita com os objetos e instrumentos do crime encontrados em seu poder.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 91).

Parágrafo único - Os objetos e instrumentos referidos neste artigo poderão ser entregues independentemente da entrega do extraditando.


Art. 93

- O extraditando que, depois de entregue ao Estado requerente, escapar à ação da Justiça e homiziar-se no Brasil, ou por ele transitar, será detido mediante pedido feito diretamente por via diplomática, e de novo entregue sem outras formalidades.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 92).
Referências ao art. 93 Jurisprudência do art. 93
Art. 94

- Salvo motivo de ordem pública, poderá ser permitido, pelo Ministro da Justiça, o trânsito, no território nacional, de pessoas extraditadas por Estados estrangeiros, bem assim o da respectiva guarda, mediante apresentação de documentos comprobatórios de concessão da medida.

Lei 6.964, de 09/12/1981 (Renumera o artigo. Antigo art. 93).